Arco Íris Futebol Clube – Parte II

Autor: Fábio Anhaia

No dia seguinte Matheus chega a escola e é questionado por Roberto.

— Matheus, você é gay? — Questionou Roberto.

— Bem, eu… Roberto, se eu responder que sim, vai deixar de falar comigo? — Respondeu Matheus.

— Não, porque deixaria? — Declarou Roberto.

Os olhos de Matheus começam a brilhar de alegria e então ele responde:

— Sim, eu sou gay!

— E porque não me contou antes? — Questionou Roberto.

— Bem, os garotos daqui não gostam de mim, eles se afastam quando digo que sou gay… — Respondeu Matheus cabisbaixo.

— Essa é uma cidade pequena, com pessoas pequenas que vivem em seus mundinhos, aqui todos vivem como a “tradicional família brasileira” Matheus, eu vim de São Paulo, uma cidade grande onde todos podem ser quem são sem medo de se expressar, é claro que existe o preconceito, nem todos aceitam, mas é um pouco mais fácil. — Disse Roberto.

— Então não vai deixar de falar comigo? — Perguntou Matheus receoso.

— Não, você não é o único amigo gay que tenho! — Revelou Roberto.

— Obrigada Roberto, isso significa muito para mim! — Agradeceu Matheus abraçando o amigo.

No dia seguinte ao chegar no treino de futebol Roberto é cercado pelos colegas de time.

— Então vocês estão me expulsando do time? — Questionou Roberto.

— Sim! Não queremos “bichinhas” no nosso time! — Disse Pedro.

— Muito bem, se é assim que vocês querem… — Declarou Roberto retirando-se do estádio.

Algumas semanas depois o torneio de futebol municipal se inicia e para surpresa de todos um novo time havia sido inscrito para disputa do torneio, o Arco Íris Futebol Clube.

Formado por diversos jovens da comunidade LGBTQIA+ da cidade o time se apresenta para o campeonato, o capitão do time entrega o nome dos jogadores aos organizadores da partida, o capitão era Roberto o único jovem hétero do time.

O campeonato se inicia, os times foram divididos em dois grupos, os dois melhores do grupo se classificavam para as semifinais, os vencedores das semifinais se classificavam para as finais.

Após duas semanas de jogos os times que chegaram as finais foram anunciados, como de costume o time dos meninos da cidade que tinham como capitão o jovem Pedro se classificou, mas a surpresa estava na classificação do adversário. O Arco Íris Futebol Clube que tinha Roberto como capitão enfrentaria o time de Pedro na final.

— HAHAHAHA, vai ser moleza, vamos acabar com as “mariquinhas”, vocês vão ver! — Anunciou Pedro aos seus colegas de time.

Uma noite antes do jogo da final Pedro invade a sala dos uniformes do torneio e arma uma maldade contra o time de Roberto.

Continua…

O que será que Pedro armou? será que o time de Roberto vai conseguir ser campeão? Na terça-feira você vai descobrir a conclusão dessa história cheia de representatividade.

E não se esqueça, futebol não é coisa de homem, futebol é coisa de GENTE, sem gêneros, sem rótulos, é esporte!

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