
Autor: Fábio Anhaia

Todos na aldeia se reverenciaram diante de um novo guerreiro indígena, um ser misterioso, ninguém nunca havia visto antes, mas era como se todos soubessem quem ele era, kinobi levantou-se e foi de encontro a ele.
– Eu o invoquei, agradeço a sua presença, precisamos de você! – Disse Kinobi.
– Você me chamou, rezou por minha ajuda e aqui estou! – Respondeu o Indígena.
Kinobi levou o Indigina a sua tenda, junto a ele apenas Ynibi, Paninbi e Iboni, um jovem guerreiro que estava disposto a lutar pela mão de Ynibi, puderam entrar. Dentro da tenda Kinobi começou a falar:
– Esse é o Corvo Azul, ele é um espirito guerreiro que surge sempre que nossa tribo precisa, ele vem através de nossas orações sagradas, ele escuta nossas preces e decide se somos dignos ou não de sua ajuda, sua forma vem de acordo com nossas necessidades, se precisamos de conselhos ele vem a imagem de nossos maiores conselheiros, se precisamos de comida ele vem a imagem de nossas colheitas, se precisamos de água ele vem a imagem da chuva! – Explicou Kinobi.
– Ele veio a imagem de um guerreiro!? –Disse Ynibi.
– Sim minha filha, é chegada a hora, não podemos mais fugir, vamos lutar contra a Rainha Negra e vingar nossos ancestrais! – Disse Kinobi.
O Corvo Azul ouviu toda a história de Kinobi, escutou tudo com o máximo de atenção, depois de ouvir tirou suas conclusões.
– O povo dos Iroquois já sofreu demais, e o que a Rainha fez foi terrível, ela tirou a vida de uma criança e não foi capaz de deixar a alma seguir a diante e juntar-se ao grande espírito. – Disse O Corvo Azul.
– Vamos atrás da Rainha Negra e vamos libertar seu povo! – Disse o Corvo Azul.
Mais tarde Paninbi estava sentado à beira de um riacho com um olhar profundo, parecia que estava pensando em algo, Ynibi reparou e foi ao seu encontro.
– No que está pensando? – Disse Ynibi.
– Estava pensando sobre o Corvo Azul, seu pai disse que ele vem através das nossas preces, e que ele julga nossos pedidos, eu rezei a ele muitas e muitas vezes, principalmente quando meus pais foram levados, então por que ele não apareceu para mim? Ele julgou que a vida dos meus pais não era tão importante? – Disse Paninbi.
– O Corvo Azul, é o mensageiro do grande espirito, é a forma que o grande espirito encontrou de nos ajudar Paninbi, ele não julgou a vida de seus pais, talvez ele soubesse que meu pai iria pedir ajuda, ou até mesmo tenha aparecido a você, na minha forma, você nos procurava e eu o encontrei, Paninbi ele sempre nos ajudará, ele é a nossa luz, nosso guia, nunca duvide dele. – Respondeu Ynibi.
– Você está certa Ynibi! – Disse Paninbi.

De longe, Iboni observava os dois, corrompido pelo ciúme ele entra mata a dentro, o índio caminha pela mata até encontrar uma clareira, na clareira havia uma tenda indígena, ele entra.
Na aldeia, o Corvo Azul conversa com Kinobi.
– Knobi, você entende que o que vamos fazer não é vingança, nós vamos libertar seu povo das maldades da Rainha Negra. – Disse o Corvo Azul.
– Vingança ou não, o que eu quero é a Rainha Negra morta, então não me importa do que você chama, apenas faça. – Disse Kinobi.
A noite chega e todos vão dormir, o Corvo Azul estava sentado sobre uma pedra na luz do luar, Panimbi observa e até pensa em ir conversar com ele, mas não vai, Ynibi percebeu que Iboni não estava entre eles e vai ao encontro de Panimbi.
– Panimbi, Iboni não está na aldeia, para onde será que ele foi? – Disse Ynibi.
– Não o vejo desde que saímos da tenda de seu pai, provavelmente deve estar se preparando para guerra, Iboni é o melhor guerreiro da tribo, não se preocupe, tenho certeza que logo ele aparece. – Respondeu Panimbi.
De repente, o Corvo Azul levanta da pedra e vai até a tenda de Kinobi, ouve-se uma discussão e os dois saem da tenda, Kinobi pede para que todos da tribo acordem pois haverá um novo pronunciamento, quando todos levantam o Corvo Azul começa a falar:
– Prestem muita atenção, estamos cancelando o ataque ao reino da Rainha Negra, eu irei sozinho ao castelo! – Declarou o Corvo Azul.
Todos ficaram revoltados com a notícia e Kinobi pede silencio.
– Como assim cancelar o ataque, você nos prometeu vingança! – Disse um guerreiro.
– Não! Eu prometi liberdade! – Respondeu o Corvo Azul.
– Escutem bem o que vou dizer, eu tive um encontro com o grande espírito a pouco, e ele me mostrou ao que essa batalhe nos levaria, e acreditem, não é a vitória.
– E o que vamos fazer então? – Perguntou Ynibi.
– Eu vou ao castelo, não se preocupem, a liberdade virá. – Declarou o Corvo Azul.
Após a declaração, um pequeno grupo de guerreiros entra na floresta e o restante da tribo volta a dormir.
No meio da Noite Ynibi acorda com um barulho e decide verificar, ela olha por um buraco em sua tenda e flagra o Corvo Azul entrando na floresta, Ynibi pensa em segui-lo, porém desiste e volta a dormir.
Continua…
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