
Autor: Fábio Anhaia

Na aldeia Panimbi pensa em tudo que ouviu de Iboni e não consegue entender em como ele poderia deter a Rainha sozinho:
– Como ele vai detê-la, está tudo muito estranho…– Disse Panimbi.
– Panimbi? Tudo bem com você? – Disse Ynibi entrando na tenda.
– Ynibi, estou bem, não é nada meu amor. – Falou Panimbi beijando-a em seguida.
– Estão servindo o almoço vamos? – Convidou Ynibi.
– Vamos! – Disse Panimbi.
Após o almoço Ynibi e Panimbi vão até a mata em busca de lenha, no meio da mata os dois começam a recolher a lenha, sem perceber Ynibi começa a se afastar de Panimbi, e foi se afastando cada vez mais juntando montes de lenha pelo caminho, de repente ela encontra uma clareira:
– Mas o que? Onde eu estou? PANIMBIII? – Gritou Ynibi no meio da clareira.
Então ela gira e se espanta ao reparar que atrás dela há uma tenda, uma tenda indígena:
– Mas isso… isso não estava aqui! – Diz Ynibi assustada com a tenda.
Ynibi entra na tenda:
– Olá!? Tem alguém aí? – Questionou Ynibi.
– Olá Ynibi! – Respondeu uma sombra no fundo da tenda.

De repente a sombra se transforma em uma bela feiticeira, Ynibi se assusta e dá um passo para trás e a feiticeira diz:
– Não se assuste, não te farei nenhum mal, sabe quem sou eu? – Questionou a feiticeira.
– Tenho uma vaga ideia, mas você pode me responder melhor, não é? – Respondeu Ynibi.
– Era necessário! Eu precisava fazer aquilo, mas seus pais me atrapalharam e agora estou aqui, presa pelo resto da vida nessa tenda. – Disse a feiticeira.
– Então precisava me matar para se libertar? Libertar do que? – Questionou Ynibi.
– É complicado Ynibi, mas um dia você vai descobrir. – Respondeu a feiticeira.
– Mas porque você me trouxe até aqui? – Perguntou Ynibi.
– Eu não a trouxe, você me encontrou, Ynibi, uma guerra se aproxima, e existem coisas que você precisa saber, o que eu vou te contar vai me matar, mas eu passei a vida presa, não me importo mais. – Disse a feiticeira.
– Eu vou lhe contar uma história Ynibi, eu a chamo de A Rainha Negra, a Feiticeira e o Homem Trovão! – Revela a feiticeira.
Então a feiticeira começa a contar a história, uma história que atravessou gerações e ela começou a exatos….
22 anos atrás…
Em um reino distante vivia uma princesa, princesa Elisabeth, ela era filha do rei Marx, ela era jovem e muito destemida, adorava se esconder na mata próximo ao campo de treinamento, ela ficava escondida para aprender todos os golpes possíveis, ela sonhava no dia em que iria entrar num campo de batalha, mas como todos sabemos uma princesa não vai ao campo de batalha, mas Elisabeth não pensava assim.
Em uma tarde de verão chegou ao castelo a notícia de que um grupo de guerreiros indígenas haviam atacado a aldeia, o rei mandou juntar os soldados, Elisabeth estava escondida e ouviu tudo, ela percebeu que aquela era a oportunidade perfeita, então ela decidiu, ela iria para a batalha, Elisabeth então prendeu o cabelo e vestiu uma armadura, se infiltrou entre os soldados e foi até a batalha.
Chegando a batalha estava tudo um caos, os soldados e os indígenas lutavam bravamente, de repente um indígena vai sorrateiramente até o rei e quando estava prestes a mata-lo um bravo soldado salva-o arrancando a cabeça do índio, o rei surpreso olha para o soldado com um olhar agradecido e os dois continuam a batalhar, durante a batalha o rei não deixava de observar aquele soldado e como ele era bravo e guerreiro.
No fim da batalha o rei reúne os soldados que sobreviveram e então declara:
– Hoje foi um grande dia, e eu devo dizer que só estou aqui graças a um soldado, não pude deixar de observar o quanto você foi valente nessa batalha, então rapaz, tire esse capacete, deixe-me ver o rosto do soldado a quem devo a vida.

O soldado tira o capacete e todos ficam surpresos:
– O que? Elisabeth? Mas o que você está fazendo aqui, e como… como você aprendeu tudo o que fez hoje? – Disse o rei surpreso.
– Eu quero lutar papai, sempre deixei isso claro! – Respondeu Elisabeth.
– Uma princesa…. – Começou o Rei.
– Uma princesa deveria decidir o que fazer da sua própria vida! – Completou Elisabeth.
Os soldados olham para o rei, todos surpresos, e o rei declara:
– Está certa filha! Você deve decidir sobre sua vida, você quer lutar? Ótimo! Irá lutar, porém existe uma condição!
Elisabeth surpresa com a declaração do pai responde:
– Tudo bem! Eu aceito seja qual for, eu só quero poder defender nosso reino, meu rei!
O rei então conclui:
– Deve se casar com o Rei Arthur de Andalusia!
Elisabeth ficou chocada, mas se aquela era a única maneira dela poder lutar e defender seu reino ela aceitaria:
– Tudo bem! Eu me caso com Arthur!
Após a conversa todos voltam ao castelo, no castelo a notícia de que Elisabeth havia se tornado um soldado do exército do rei logo se espalhou. Alguns meses se passaram e várias batalhas contra indígenas aconteceram, Elisabeth sempre esteve à frente dessas batalhas, de soldado ela foi promovida a general do exército do rei, a notícia de que uma general havia assassinado muitos indígenas chegou a aldeia dos Iroquois, o chefe Inaby então chama a sua tenda o seu filho o jovem guerreiro Kinobi:
– Mandou me chamar pai? – Questionou Kinobi.
– Sim meu filho, preciso conversar com você! – Disse Inaby.
– O rei Marx, encontrou um general, segundo nossos homens é impossível de vencê-los, o exército é muito bem articulado nas batalhas graças a esse general, precisamos de ajuda, nossas armas não são suficientes.
– E o que podemos fazer meu pai? Não temos armas de ferro como o exército do rei! – Declarou Kinobi.
– Va além da floresta, encontre a antiga masmorra e lá encontrará a ajuda de que precisamos, não deveríamos fazer isso, é contra nossos princípios, mas não vejo outra alternativa. – Disse Inaby.
– Além da floresta, na antiga masmorra? Mas meu pai la vive a … – Dizia Kinobi até ser interrompido.
– Eu sei, mas não podemos vencer o exército do rei se não for dessa maneira Kinobi, não há outro jeito. – Concluiu Inaby.

Kinobi faz o que o pai pede, ele entra na floresta e a atravessa, chegando ao fim ele encontra a antiga masmorra, um lugar de dar arrepios em qualquer pessoa, entrando na masmorra Kinobi sente um arrepio subir pelas suas costas, mas cria coragem e continua:
– Olá!? Tem alguém aí? Eu procuro por Tchaki a feiticeira! – Disse Kinobi.
– Ora, ora vejam só, Kinobi! Filho de Inaby! O que faz em minha casa? – Questionou a feiticeira.
– Meu pai me mandou, precisamos de ajuda, precisamos de algo que nos ajude a deter o exército do Rei. – Declarou Kinobi.
– E por que eu ajudaria vocês? – Perguntou a feiticeira.
Kinobi pensa e não encontra nenhuma resposta convincente e então diz:
– Eu não sei! Mas podemos negociar, me diga feiticeira o que poderia fazer com que nos ajude? – Questionou Kinobi.
A feiticeira surpresa com a proposta de Kinobi responde:
– Eu quero um filho Kinobi, seria capaz de me dar?

Kinobi se espanta com o pedido da feiticeira e rapidamente responde:
– Eu não tenho filhos, se quer tenho uma esposa e mesmo se tivesse, não entregaria minha criança a você!
– Eu não quero uma criança sua com outra mulher, quero que você me ajude a ter uma criança, é isso ou pode procurar ajuda em outro lugar! – Declarou a feiticeira.
– Pois eu jamais faria isso, eu encontrarei uma maneira de vencer o exército do rei sem a sua ajuda! – Disse Kinobi deixando a masmorra.
Na saída de Kinobi, a feiticeira o observa e diz:
– Boa sorte Kinobi, e lembre-se que o culpado pelo fim da sua raça, é você mesmo!
– Isso é que veremos feiticeira! – Declarou Kinobi deixando a masmorra.
Saindo da masmorra e entrando na floresta Kinobi caminha se questionando sobre a proposta da feiticeira:
– Ela é maluca! O que ela pensou, que eu aceitaria a proposta!
De repente Kinobi ouve um barulho dentro da mata, ele se esconde e começa a procurar a origem, não vê nada e sai do esconderijo, então ele ouve um estouro, como se fosse uma explosão:
KABUUUUUM – Ouviu Kinobi.
– Mas o que é isso! – Diz Kinobi indo em direção a origem do barulho.
Chagando ao local ele vê um jovem todo esfumaçado caído no chão:
– Ora bolas, o que foi isso, o que eu fiz de errado dessa vez! – Se questionou o jovem.

Ele levanta e percebe a presença de Kinobi.
– Por Merlim! Um Índio! – Disse o jovem dando um passo para trás.
– Calma, não te farei nenhum mal! – Disse Kinobi.
– Eu sei que não, e sei de onde você veio, mas me diga, o que foi fazer lá? – Perguntou o jovem.
– Estava atrás da feiticeira, mas ela não pode me ajudar. – Disse Kinobi.
– Mas o que você pediu, a feiticeira geralmente atende os pedidos, em troca de algo, mas atende. – Diz o Jovem
– O problema não foi o que eu pedi, mas o que ela queria em troca! – Respondeu Kinobi.
– E o que ela pediu? – Perguntou o jovem curioso.
– Ela me pediu um filho! – Disse Kinobi.
O jovem baixa a cabeça e começa a pensar:
– Um filho? Por Merlim, ela está tramando se libertar, mas se ela já está tramando isso é por quê? Ah não! Está próximo! – Disse o Jovem.
Kinobi confuso olha para o jovem e questiona:
– Próximo? O que está próximo? Senhor…?
– Ah me perdoe, Mateo, me chamo Mateo, agora não temos tempo, preciso encontrá-lo já é tarde.
– Encontrar quem? Não temos tempo para que? – Questionou Kinobi.
– Não é quem! A pergunta correta é o que Kinobi? E a resposta para essa pergunta é o machado, o machado do trovão! – Respondeu Mateo.
– Machado do trovão? O que é isso? E espere aí? Como sabe meu nome? – Questionou Kinobi.
– Kinobi, a essa altura eu pensei que já teria reparado, sou um mago! – Disse Mateo.
– Bom isso já responde muita coisa, mas por que precisamos do machado Mateo? – Disse Kinobi.
– Bom, uma grande guerra se aproxima Kinobi, se a feiticeira se libertar ela vai liberar no mundo uma força maligna fora do comum, sendo assim, apenas uma pessoa pode nos salvar, o Homem trovão e a guarda da esperança! – Explicou Mateo.
– O Homem trovão e a guarda da esperança? Como assim, eu não entendo. – Disse Kinobi confuso.
– O Homem trovão eu encontrei, você! A guarda da esperança, você já conhece, bom assim eu espero, você tem amigos Kinobi? Não tem? A guarda da esperança é formada por uma feiticeira, o homem tigre, o Corvo Azul e o Mago, que no caso sou eu! Você já conheceu a guarda da esperança, não é Kinobi! – Questionou Mateo.
– NÃO, ISSO TUDO É LOUCURA, EU NÃO SEI DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO! – Disse Kinobi muito assustado com tudo o que Mateo falou.
– Isso não faz sentido, a profecia diz que você só procuraria o martelo quando tivesse com a guarda da esperança montada, eu não compreendo. – Disse Mateo.
– Olha Mateo, eu não sou quem você pensa, eu só estou atrás de uma arma capaz de deter o exército do rei Marx, me desculpe.
– Não, não, não! Tenho certeza de que é você, olha talvez encontremos a guarda pelo caminho, mas Kinobi eu sei que você é o Homem trovão, venha comigo por favor!
Kinobi confuso com toda a informação que havia recebido decide ir com Mateo, ele vê uma verdade no fundo dos olhos do jovem mago e essa verdade o convence, mas ao mesmo tempo está assustado, não sabe o que será capaz de enfrentar, não faz ideia do que será a guarda da esperança e tão pouco onde irá encontra-los, mas sente de alguma forma, assim como o mago, de que ele é o Homem trovão e que precisa do machado, se não for para matar a feiticeira e a tal força, será para enfrentar o exército do rei.
Mateo pega na mão de Kinobi e com seu cajado bate no chão, os dois desaparecem em meio a floresta e surgem em um penhasco, Kinobi olha para baixo e fica tonto, Mateo segura em sua mão e diz:
– É melhor não olhar para baixo.

Os dois começam a caminhar pelo penhasco que têm uma trilha que leva até o topo, chagando ao topo Kinobi fica impressionado com que vê, é um machado indígena, está sobre uma pedra, Kinobi olha para Mateo e diz:
– É esse? É o machado do trovão? – Questiona Kinobi.
– Sim, é esse, mas Kinobi, eu preciso confessar uma coisa, se você não for o Homem Trovão, provavelmente você vá morrer assim que tocar o machado. – Diz Mateo com um sorrisinho tímido.
– MAS O QUE?? – Disse Kinobi chocado com a revelação.
– EU VOU FRITAR? VOCÊ ME DISSE QUE EU ERA O HOMEM TROVÃO! – Diz Kinobi perplexo com a possibilidade de morrer.
– Eu sei o que eu disse, mas pode ser que não seja, só quis te avisar para que não morra bravo comigo. – Diz Mateo.
– Tudo bem, já cheguei até aqui, vamos lá. – Declarou Kinobi indo em direção ao machado.
Mateo então o observa ir em direção ao machado, ele vai ficando cada vez mais tenso, assim como Kinobi que começa a rezar para que o Grande Espirito o proteja, quando chega a frente do machado, Kinobi ergue a mão para tocar e leva um susto que o faz saltar para trás:
BUUUUUUUUUUUUUM – Ouviu Kinobi saltando para trás com a mão no peito.
– HAHAHAHAHAHAHA, desculpe, não podia perder a oportunidade, mas vai la foca de novo e pega o machado. – Disse Mateo rindo da situação.
– Isso não teve graça, meu coração podia parar! – Disse Kinobi assustado.
– Desculpe não farei de novo. – Declarou Mateo arrependido.
Kinobi concentra-se novamente e vai em direção ao machado e com os olhos fechados toca-o, uma grande luz o rodeia fazendo com que Mateo feche os olhos com tamanha luminosidade, Kinobi é levado aos céus envolto daquela luz e muitos relâmpagos e trovões, de repente ele desce ao chão com o machado em suas mãos:
– É você! É o Homem trovão! – Declarou Mateo.
– É sou eu! – Respondeu Kinobi.
Os dois retornam a floresta, da floresta eles vão a aldeia, chegando na aldeia todos ficam surpresos com o novo amigo que Kinobi havia feito, nunca na história dos Iroquois uma outra raça que não fosse indígena poderia adentrar, mas a regra foi clara Mateo era amigo, ele ajudou Kinobi e por isso era bem-vindo.

Assim que recebeu a notícia da volta de Kinobi e ainda por cima com um mago como amigo, Inaby mandou chamá-los imediatamente a sua tenda, chegando na tenda Inaby disse:
– Mas o que é isso Kinobi, como você pode trazer um mago para nossa aldeia? – Questionou Inaby.
Kinobi e Mateo explicam toda história do que havia acontecido na jornada de Kinobi, Mateo também contou toda a profecia a Inaby, contou sobre o machado magico, a guarda da esperança e a grande batalha:
– Será terrível, não será uma simples batalha entre indígenas e a Rainha Negra, será uma batalha entre Indígenas, a Rainha Negra, a guarda da esperança, os monstros do submundo e o pior, o Monstro de fogo, se ele for libertado está tudo perdido. – Expliou Mateo.
– Mas quem é a Rainha Negra? Guarda da esperança? – Questionou Inaby.
– Eu sei também estou confuso, mas é assim que está na profecia, precisamos encontrar a guarda! Esse deve ser nosso objetivo agora! – Declarou Mateo.
– Você está maluco, vá embora de nossa aldeia agora! Temos uma batalha e não é contra essa tal Rainha Negra, vamos destruir o exército do rei Marx e não temos tempo para historinhas magicas, ande Kinobi esperamos você com nosso exército, espero que esse machado realmente funcione! – Declara Inaby saindo da tenda.
– Kinobi, você precisa acreditar em mim, você pegou o machado, sabe que é verdade! – Disse Mateo.
– Desculpe Mateo, mas meu pai tem razão, temos uma batalha, e no mais, essa Rainha Negra nem apareceu, e a feiticeira, ninguém será capaz de dar uma filha a ela, não se preocupe, volte para casa, vai ficar tudo bem. – Disse Kinobi saindo da tenda.

Após a conversa Mateo volta para sua casa na floresta, ele lê e relê diversas vezes a profecia e não consegue entender, Mateo guarda a profecia em um baú e resolve esquecer:
– Talvez eles tenham razão, eu nunca fui um excelente mago, devo estar errado mais uma vez! – Disse Mateo desapontado consigo mesmo.
Na floresta, os Iroquois se preparam para algo que imaginavam que seria a batalha de suas vidas, Kinobi não consegue deixar de pensar na profecia, mas procurou se concentrar para a batalha, ele olha o machado e não sabe do que ele realmente é capaz, mas tentará de tudo para que funcione e os Iroquois vençam a batalha.
No castelo o rei e Elisabeth recebem a notícia de que os Indígenas estão se aproximando, eles reúnem os exércitos e vão em direção ao campo de batalha, Elisabeth veste sua melhor armadura e está confiante:
– Hoje eu acabo com todos esses Indígenas, hoje serei coroada a melhor general que esse exército já viu! – Declarou Elisabeth.
Chegando no campo de batalha de um lado estavam os índios comandados por Inaby e Kinobi, e do outro estavam o rei Marx e Elisabeth, em um grito de guerra indígena os grupos correram em direção um do outro e começaram uma batalha, uma batalha regrada de sangue e raiva, em meio as lutas Elisabeth e Kinobi começam a guerrear, Kinobi ainda não havia usado o machado, preferiu uma espada que havia sido criada na aldeia durante sua saída, Elisabeth dispara diversos golpes contra Kinobi que se protege, Kinobi consegue acerta-la e ao cair Elisabeth perde seu capacete, Kinobi olha para o rosto de Elisabeth e sente algo estranho, Kinobi se apaixonou pela general, um amor platônico, algo que aconteceu assim, em apenas um olhar, Elisabeth sentiu o mesmo, tentava lutar mas também sentia aquilo.

Kinobi se afasta de Elisabeth que se levanta e pergunta confusa:
– O que foi isso? O que você fez comigo? É algum tipo de feitiço? Responda índio!
– Não, eu não sei, estou confuso, isso nunca aconteceu comigo. – Respondeu Kinobi.
– Pois então desfaça! – Disse Elisabeth.
–Desfazer com o que? – Questionou Kinobi.
Elisabeth estava relutando com tudo o que sentia, mas não conseguia conter, Kinobi por outro lado já havia aceitado o sentimento, mas também não entendia como aquilo poderia acontecer assim, tão rápido, mas pensou consigo mesmo, “ Eu tenho um martelo magico, no que mais eu deveria duvidar”, Kinobi olha a seu redor, o tanto de mortes e sangue espalhados e pega seu machado nas mãos, Kinobi ergue-o e uma grande luz surge em suas mãos, Kinobi bate o machado no chão e um enorme raio seguido de um trovão divide a terra, assustado com o que acabará de ver, o rei Marx ordena que as tropas recuem, Elisabeth olha para Kinobi, sobe em um cavalo e parte em direção ao castelo.
Na aldeia Kinobi toma banho no rio e pensando em tudo que aconteceu, como ele poderia se apaixonar por alguém que acabará de ver, mal sabia ele mas do outro lado da floresta no castelo do rei Marx, Elisabeth dentro de uma banheira pensa a mesma coisa. Os dois foram para cama e não conseguem tirar um ao outro da cabeça.
Enquanto isso o rei Marx em seu trono pensa no que havia visto, “um machado magico, onde ele conseguiu um machado magico”, ele sabe muito bem quem poderia ter dado a ele, o rei chama um capitão de seu exército, veste uma capa sai em direção a floresta, na floresta o capitão o questiona:
– Aonde estamos indo, meu rei?
– Vamos as antigas masmorras! – Respondeu o rei.
– Mas meu rei, as antigas masmorras? – Questionou o capitão.
– Sim! Eu já sei o que fazer para vencermos aqueles índios! – Declarou o rei.
Chegando as masmorras o rei entra e encontra a feiticeira:
– Ora, parece que todos resolveram me procurar! – Disse a feiticeira.
– Eu sei o que você fez feiticeira, você entregou uma arma magica aos índios, estou aqui porque quero o mesmo! Para uma luta justa! – Declarou o rei.
– Uma arma, hahaha, eu não entreguei nada a ninguém, espere um pouco, você disse mágica? Que tipo de arma? – Perguntou a feiticeira.
– Um machado, preciso que me forneça um também! – Disse o rei.
A feiticeira ficou pensativa:
– Então ele já está se preparando, a profecia! Ela está próxima!
– Do que está falando feiticeira, me de uma arma e eu lhe dou o que você quiser! – Declarou o rei.
– O que eu quiser? – Perguntou a feiticeira.
– O que for preciso! – Declarou o rei.
– Eu quero um filho! – Disse a feiticeira.
– Um filho? – Disse o rei.
– Bom, se for para ter a arma, tudo bem, que assim seja! – Disse o rei.

Os dois começam a se beijar e em seguida se despir, o rei e a feiticeira fazem amor e ela conseguiu exatamente o que queria, no fim de tudo a feiticeira fez um feitiço na espada do rei e declarou que apenas ele e seus sucessores naturais poderiam portar a arma, o rei pega a espada e vai embora.
No dia seguinte na aldeia Kinobi se levanta e resolve ir até a mata, chegando na mata ele tem uma surpresa, Elisabeth estava lá a beira de uma cacheira, Kinobi então diz:
– O que você faz aqui?
– O mesmo que você! – Disse Elisabeth.
– O que foi que aconteceu? Porque nós paramos, eu não consigo entender! – Disse Elisabeth.
Kinobi vai em direção a ela e a beija, a beija como se fosse o último beijo que dariam, Elisabeth retribui o beijo, e os dois começam a se despir e se amar, se amam por um longo período de tempo, no fim Elisabeth sobe em seu cavalo e parte, antes ela olha para Kinobi e com um sorriso declara:
– Espero poder te ver novamente!
– Eu também! – respondeu Kinobi.
Após aquele primeiro encontro, Kinobi e Elisabeth se encontraram diversas outras vezes, até que um dia um camponês descobriu tudo e entregou-os ao rei Marx que mandou chamar Elisabeth imediatamente. Em conversa com o rei, Elisabeth revelou que estava apaixonada por Kinobi, o rei então a lembrou da condição que ele a propôs para ser general do exército, e o rei também pensou em todos os comentários que isso geraria, o rei a obriga a casar-se com Arthur e anuncia que o casamento aconteceria naquela semana.
No meio da noite Kinobi acorda com uma conversa vindo da tenda de seu pai, ele resolve investigar, chegando na tenda ele percebe que Inaby está conversando com o rei Marx, os dois decidiram que iriam pôr um fim no romance dos filhos, Kinobi entra na tenda:
– Isso não vai acontecer, eu amo Elisabeth e nunca vou deixá-la! – Disse Kinobi.
– Você vai! Eu e o rei Marx fizemos um acordo! – Declarou Inaby.
– Que acordo? – Questionou Kinobi.
– A guerra vai acabar, mas para isso você e Elisabeth nunca mais deverão se ver! Você não pode ser tão egoísta a ponto de matar seu povo para viver um amor Kinobi.
Kinobi começa a pensar no que o pai disse, ele poderia realmente matar todo o seu povo apenas para viver um amor? Ele não poderia viver uma vida sabendo que matou toda a sua raça, e então Kinobi decidiu:
– Com muita dor em meu coração, eu aceito. – Disse Kinobi com lagrimas em seu rosto.
– Certo, hoje mesmo direi a Elisabeth que você também está de casamento marcado, direi que você será pai e por isso nunca mais irão se ver. – Disse o rei deixando a aldeia.
No castelo o rei Marx contou a Elisabeth todas aquelas mentiras, também contou que fez um acordo com os indígenas e que agora iriam todos viver em paz. Anos se passaram e tudo aconteceu como o rei Marx e o chefe Inaby previram, anos de paz e harmonia, Elisabeth se casou com Arthur e tiveram uma filha, Kinobi também se casou com uma indígena chamada Ybambi os dois também tiveram um filho chamado Tamaki, mas na noite do nascimento das duas crianças uma coisa terrível aconteceu, a filha da rainha Elisabeth foi assassinada a mando de Kinobi, a rainha para se vingar mandou os guardas para a tribo dos Iroquois e mandou matar Tamaki, e assim nasceram os Anos de Escuridão.
De volta a tenda da Feiticeira…
– Mas por que você está me contando isso agora? – Perguntou Ynibi.
– Porque chegou a hora Ynibi! Você está aqui e eu posso acabar com essa maldição, é a hora dele governar, ele vira a esse mundo para acabar com tudo, você está aqui e nós vamos concluir o que eu comecei naquele dia na floresta antes de ser impedida por Kinobi e Vanity, você é a chave para a liberdade de EMBAKU! – Declarou a feiticeira.
– Não! Isso não vai acontecer! – Disse Ynibi.
A feiticeira começa a voar e uma batalha entre ela e Ynibi começa, elas disparam feitiços e poderes uma contra a outra até que Ynibi dispara um raio de luz contra a feiticeira que cai no chão:
– Você não sabe o que fez Ynibi, ele é inevitável, nada vai pará-lo. – Disse a feiticeira.
De repente a feiticeira começa a pegar fogo, Ynibi assustada se afasta e a feiticeira se levanta completamente em chamas, Ynibi olha para ela sem entender, a feiticeira olha para cima e atravessa a tenda até os céus onde desaparece.

Ynibi volta para a aldeia e conta tudo a Kinobi e Panimbi, Kinobi olha para a filha e Panimbi e revela:
– Está na hora, Ynibi, eu acredito que você libertou Embaku.
– Mas papai e agora? O que nós faremos? – Disse Ynibi.
– Eu tenho que apresentar vocês a um velho amigo. – Disse Kinobi.
– Amigo? Quem? – Disse Panimbi.
– Mateo, o mago! – Disse Kinobi enquanto Mateo entra na tenda.
– Olá Kinobi! Eu errei um pouco na época em que iria acontecer, mas aconteceu não é mesmo? – Disse Mateo.
– Eu sempre soube meu velho amigo! – Disse Kinobi abraçando Mateo.
– Mas e então? Onde está a guarda da esperança? – Questionou Mateo.
– Bom, eu tenho aqui, a feiticeira, o Corvo Azul, o mago e o Homem Trovão! – Disse Kinobi tirando o machado do trovão de uma caixa.
– Bom eu pensei que o Homem Trovão seria mais jovem, mas enfim, a gente se vira com o que tem né? – Disse Mateo e todos olham para ele.
– Você tem razão Mateo, e realmente será! – Disse Kinobi.
– Como assim Kinobi? – Questionou Mateo.
– Eu vou entregar o machado do trovão a Panimbi! – Declarou Kinobi.
– Bom, a profecia nunca disse nada sobre transferência, o máximo que pode acontecer é Panimbi fritar. – Disse Mateo.
– FRITAR? – Disse Panimbi e Ynibi juntos.
– É, mas não se preocupe, eu pensei que Kinobi também iria fritar e olha ai! – Disse Mateo.
– É a hora Panimbi, esse machado sempre foi seu, eu apenas o guardei para você! – Disse Kinobi entregando o machado a Panimbi.
Panimbi então pega o machado e uma luz começa a surgir, a luz cresce e leva Panimbi aos céus, todos saem da tenda, a tribo toda fica chocada e a luz trás Panimbi de volta ao chão, Panimbi se torna o verdadeiro Homem Trovão.
– Mas e agora? O que faremos? – Questionou Ynibi.
– Precisamos do homem tigre! – Disse Mateo.
– E onde encontraremos um homem tigre? – Questionou Panimbi.
– Eu sei onde! – Revelou Ynibi.
– Iboni! – Dieclara Ynibi.
– Por Merlim! Então vamos atrás dele! – Disse Mateo.
– E depois disso, precisamos nos preparar, a grande batalha está por vir, a profecia iniciou-se! – Disse Kinobi.
Continua…
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