
Capítulo 12 — O Cativeiro

— Não vai se explicar? — Questionou a moça.
— Não sei do que você está falando. — Respondeu Felipe.
— Não sabe? — Questionou Vitória.
— Eu vou te dizer três nomes Felipe. — Iniciou Vitória.
— Jade, Ângela e Nicolau! — Completou a moça.
— Como você? Onde você arrumou tudo isso? — Perguntou Felipe.
— Não importa, mas saiba que se tentar qualquer coisa contra mim isso tudo vai cair nas mãos da polícia! — Declarou a moça.
— Do que você está falando? Vitória sou seu irmão! — Disse o rapaz.
— E é por isso que estou te perguntando o motivo de todos esses assassinatos Felipe! O que você fez? — Questionou a jovem em meio a lagrimas.
— Eles me ameaçaram Vitória, todos eles me ameaçaram, não podia deixar! — Disse Felipe começando a chorar.
— Ameaçaram com o que Felipe? — Insistiu a irmã.
— Vitória não sou seu irmão, eu fui trocado na maternidade. — Revelou o rapaz.
— O que? De onde você tirou isso? — Perguntou Vitória.
Felipe então conta toda a história a irmã que fica em choque com o revelado, Vitória não pode acreditar no que estava ouvindo, sua mãe nunca faria o que Jade afirmou, mas e se fosse verdade? Talvez fosse por isso que Felipe sempre foi tão diferente.
— Felipe? Eu… eu nem sei o que pensar, minha cabeça está girando. — Disse Vitória em choque.
— Não pense nada, anda venha comigo, você precisa se deitar. — Disse Felipe ajudando a irmã a ir para o quarto.
No quarto Felipe ajuda Vitória a se deitar, ele tira seus sapatos e a põem sobre a cama.
— Felipe, mesmo tudo isso sendo verdade, você sabe que não deveria ter cometido aqueles crimes. — Disse Vitória.
— Não pense nisso agora, mais tarde conversamos. — Disse Felipe beijando a testa da irmã.
Ao sair do quarto Felipe pega a chave e tranca a porta por fora, ele desce até a sala e chama Vanusa a empregada.
— Vitória não sai daquele quarto a menos que eu libere está me ouvindo? — Declarou Felipe.
— Mas senhor Felipe… — Dizia Vanusa.
— Nada de mais nem menos, se Vitória sair de lá, considere-se morta Vanusa! — Ameaçou Felipe.
Mais tarde naquela noite Vitória desperta do sono e resolve comer alguma coisa, ao chegar na porta percebe que a mesma está trancada.
— Mas o que está acontecendo! — Pensou Vitória.
A jovem começa a bater na porta e chama por alguém, mas ninguém responde de volta, Vitória então resolve bater mais forte e de nada adianta, a moça então procura seu celular e percebe que ele já não está mais ali. Da sala Felipe ouve o desespero de Vitória enquanto bebe um copo de Whisky.
— Senhor Felipe? — Disse Vanusa.
Felipe pede para que a empregada chame o segurança, ele dá as ordens ao segurança e exige que ele impeça Vitória se ela tentar sair do quarto. Vanusa prepara o jantar e leva em uma bandeja até Vitória.
— Vanusa! — Disse Vitória.
— O que está acontecendo? — Completou a jovem.
— Perceu? O que faz no meu quarto? Por que estou trancada? — Questiona Vitória.
— Seu irmão, ele nos disse que é para seu bem dona Vitória, não posso fazer nada… — Respondeu Vanusa.
— Felipe está maluco! — Disse Vitória indo em direção a porta.
Perceu a impede e Vitória fica incrédula.
— Perceu? Saia da minha frente! — Ordena a jovem.
— Não posso! São ordens do seu Felipe. — Declarou o segurança.
Perceu e Vanusa saem do quarto e voltam a trancar a jovem, Vitória está em cativeiro na sua própria casa e o pior de tudo mantida pelo seu próprio irmão. Felipe perdeu o juízo de vez, isso era o que Vitória concluiu.
No dia seguinte Pedro descobre através de Erick que os dois podem ser irmãos, eles sempre foram muito unidos e Erick já sentia algo relacionado a Pedro a anos, mas por um acaso do destino, através dos problemas que estavam relacionados a Afonso no hospital e toda a função de doação de sangue, Erick chegou a conclusão de que isso seria possível, já que estava comprovado que seria impossível Afonso e ele serem irmãos. Os dois então fazem um exame de DNA, porém no dia de abrir esse exame em uma conversa regrada de emoção eles optam por esquecer, pois eles já se sentem irmãos e isso é o que importa.
Pedro obviamente levou a possibilidade a Elisa que contou a ele a sua história, bom pelo menos é o que Pedro acredita.
— Pedro meu amor, você foi deixado na porta da minha casa, nunca soube quem poderia ser seus pais, eu procurei, juro para você que procurei, mas nunca encontrei. Eu menti para você porque achava que assim você sofreria menos. — Revelou Elisa.
Pedro abraça e perdoa sua avó, afinal ela não fez nenhum mal a ele, pelo contrário, ela cuidou dele. Logo após Pedro vai para seu quarto e começa a pensar na história que sua avó lhe contou, era tudo muito vago, o rapaz toma uma decisão.
— Eu vou descobrir quem são meus pais! — Declarou Pedro.
Na casa de Felipe ele sobe para uma conversa com a irmã.
— Felipe, o que você pensa que está fazendo? Você perdeu o juízo? — Disse a jovem.
— Não, pelo contrário, Vitória não matei todas aquelas pessoas para deixar você me entregar para polícia. — Disse Felipe.
— Você não pode me manter trancada aqui! — Revidou Vitória.
— Você tem toda razão! Perceu! — Ordenou Felipe.
O segurança pega Vitoria e põem uma substância em sua boca, a moça desmaia e Perceu junto a Felipe levam-na para o porão da casa deles. Felipe havia transformado o porão em uma “ segunda casa ”, havia de tudo, uma cozinha, um banheiro, um quarto, livros e até uma televisão, a diferença é que as paredes tinham sido revestidas com um sistema anti som, Felipe manteria Vitória presa lá embaixo e não queria que ninguém soubesse.
Ao despertar do desmaio Vitoria fica confusa, ela não consegue identificar onde está, a jovem caminha pela casa e não observa nada familiar, quando se dá conta do que aconteceu percebe que agora definitivamente está presa em um cativeiro.
Capítulo 13 – Uma Última Esperança.

Vanusa é chamada por Felipe, ele informa a ela do cativeiro da irmã e dá seu último aviso a empregada.
— Você vai alimentá-la, vai lavar as roupas dela e levar tudo o que ela te pedir, mas nunca diga a ela onde ela está! Se ela descobrir que está presa no porão, eu acabo com você e toda a sua família, estamos entendidos? — Ameaçou Felipe.
— Sim senhor! — Respondeu Vanusa.
Vanusa desce até o porão e encontra Vitória.
— Vanusa, graças a Deus, o que está acontecendo, onde eu estou? — Questionou Vitória.
— Me desculpe dona Vitória, mas estou aqui apenas para lhe trazer a comida. Seu irmão deixou bem claro que não posso lhe ajudar ou ele me mata. — Respondeu a empregada.
— Vanusa, você não pode me deixar aqui… — Disse Vitória com lagrimas nos olhos.
— Eu sinto muito dona Vitória. — Lamentou a empregada.
Alguns meses depois…
Meses depois Vitória continua presa e Vanusa a visita todo dia, no começo foi difícil, mas depois Vitória foi aceitando seu destino. A noite ela chora pensando na possibilidade de morrer ali sozinha, mas durante o dia Vanusa a faz companhia.
— Preciso ir, seu irmão vai chegar e ainda não preparei o jantar. — Disse Vanusa.
— Tudo bem! Boa volta! — Respondeu Vitória.
Assim que Vanusa sai do quarto Vitória percebe o que a empregada deixou escapar, “ seu irmão vai chegar ”, ela só pode estar presa em casa.
— Estou no porão! — Disse Vitória.
No dia seguinte Pedro acorda, toma café e vai para loja de suplementos, no meio da manhã ele avisa Erick que precisa sair. Pedro decidiu a alguns meses que descobrirá a verdade sobre sua história, o primeiro lugar obviamente a procurar é no hospital. Pedro separou a lista de diversos hospitais do Rio de Janeiro, hoje ele iniciará uma maratona em busca da sua origem.
Na casa de Felipe, Vanusa limpa o escritório do patrão e ao mexer em uma gaveta encontra uma pasta, a pasta lhe chama a atenção pois está com o nome de Vitória. Vanusa guarda a pasta na gaveta novamente e desce levar o almoço da menina.
No cativeiro Vanusa pergunta a Vitória porque Felipe a trancou, a menina conta toda a história a empregada. Vanusa ouve tudo com atenção.
— Mas tem mais uma parte que Felipe não sabe Vanusa, descobri que posso ter um irmão, sim eu posso ter um irmão Vanusa. — Disse Vitória.
— Como assim dona Vitória? — Questionou a empregada.
— Meu pai sempre teve muitas amantes, e no meio das minhas investigações encontrei com uma delas, uma mulher que afirmou para mim que meu pai teve um caso com uma tal de Lilian e que essa mulher ficou grávida e desapareceu. — Revelou Vitória.
Vanusa fica chocada com a história, porém não se aprofundou no assunto. No fim do dia ela vai para sua casa, a empregada vive em um bairro de classe média, a vizinhança é muito boa, sem violência e pouca criminalidade, a única vez que Vanusa lembra da presença da polícia no bairro, foi quando seu vizinho Nicolau foi assassinado.
— Boa noite dona Eliza! Como a senhora está? — Perguntou Vanusa.
— Bem! E você? — Questionou Eliza.
— Bem também, e o Pedro, faz tampo que não o vejo. — Disse Vanusa.
— Ele trabalha muito, mas logo está chegando! — Respondeu Eliza.
— Olha ele ai! — Disse Eliza abraçando o neto que acabava de chegar.
— Boa noite Vanusa! — Cumprimentou Pedro.
— Boa noite Pedro, estávamos falando de você agora! — Disse a empregada.
— Espero que seja coisa boa! — Respondeu Pedro.
— E tem alguma coisa ruim para falar de você! Você é a melhor coisa que me aconteceu! — Elogiou a avó.
— Então deixa eu entrar, preciso de um banho! — Disse Pedro dando um beijo na avó e despedindo-se de Vanusa.
Sim, Vanusa é vizinha de Eliza e Pedro, é como se o destino estivesse conspirando para que essa história se resolva. Pedro está em busca de seus pais e a sua origem. Eliza sabe de toda a verdade sobre Lilian e Álvaro. Vanusa sabe de boa parte da história que descobriu através de Vitória que está sendo mantida em cativeiro pelo próprio irmão por saber de tudo, com uma boa roda de conversa entre eles em um fim de tarde de verão nós chegaríamos ao fim desse enredo, porque uma última esperança acaba de surgir.
Deixe um comentário