Não, foi por mau!

Autor: Fábio Anhaia.

Não foi por mal! Dizia ele enquanto a levantava do chão.

Não foi por mal! Repetia ele outra vez enquanto ela tapava com base os roxos de seus braços.

Não foi por mal! Declarava ele enquanto ela prendia o cabelo para que ninguém percebesse as falhas em sua cabeça.

Não foi por mal! Insistia ele enquanto ela limpava a boca ensanguentada.

Não foi por mal! Continuou ele enquanto seguiam caminho ao hospital.

Não foi por mal! Dizia ele enquanto empurrava a cadeira de rodas em que ela estava.

Até quando ela terá que aguentar, até quando terá que escutar a mesma frase, a mesma desculpa.

Em uma tarde na delegacia, ela conta toda a história ao delegado, as mesmas frases, os mesmos acontecimentos, mas dessa vez na ordem certa.

Ela levantava do chão pedindo uma explicação, então o questiona se foi sem querer e ele responde: Não, foi por mau!

Ela tapava os roxos de seus braços e o questionava se foi sem querer e ele repetia: Não, foi por mau!

Ela tapava as falhas do cabelo o questionando se foi sem querer e ele declarava: Não, foi por mau!

Ela limpava a boca ensanguentada o questionando se foi sem querer e ele insistia: Não, foi por mau!

Eles seguiam para o hospital e ela questionava se foi sem querer e ele continuava a afirmar: Não, foi por mau!

Ela questionava em uma cadeira de roda se foi sem querer e ele declarou: Não, foi por mau!

Não confunda as frases, quando estiver sofrendo abuso lembre-se que não foi sem querer, foi por mau!

Para Todas as Mulheres

Autor: Fábio Anhaia

Para todas as que trabalham dia e noite,

Para todas as que cuidam dos lares,

Para as que são mães, e as que são pais,

Para as que são avós e bisavós.

Para as que são professoras,

Para as que são domésticas,

Para as que são empresárias

E para as que são funcionárias

Para as que são loiras,

Para as que são morenas,

Para as que as que estão aqui

 E para as que já partiram.

Para todas as que nasceram mulher,

Para as que que se identificam mulher,

Para as que são únicas,

Para todas as mulheres.

Que não só nesse dia,

Sejam reconhecidas,

Sejam respeitadas

E sejam amadas.

Porque sem elas não viveríamos,

Sem elas não existiríamos.

Porque sem elas não há vida

Sem elas, não há nada.

Feliz dia,

Feliz vida,

Que seja sempre para elas,

Para todas as mulheres.

Felicidade

Autor: Fábio Anhaia.

Quero amar sem medo

Amar sem limites

Quero beijar com amor

E esquecer os problemas que existem

Quero andar de mãos dadas

Abraçar na calçada

Quero sorrir ao teu lado

E sentir que estou sendo amado

Quero esquecer meus problemas

E aguardar o momento que todos me contam

Quero sentir o cheiro das flores

E sorrir a todo instante

Quero andar sem rumo

Ao lado de alguém que deseje o mesmo

Quero ser feliz

Porque todos temos o direito

Direito de amar

Direito de ser amado

Direito de encontrar

Encontrar a felicidade.

Dias Cinzas

Autor: Fábio Anhaia.

Dias cinzas virão, destrutíveis como uma tempestade.

Dias cinzas virão, incrivelmente escuros como a noite.

Dias cinzas virão e com eles os ventos fortes.

Dias cinzas, sem cor, sem vida.

Dias cinzas virão insinuando que não há mais jeito,

Dias cinzas virão, dizendo que a vida não vale o sofrimento.

Dias cinzas virão e com eles as angustias.

Dias cinzas, sem cor, sem vida.

Dias cinzas virão e com eles a chuva forte.

Dias cinzas virão, trazendo consigo as inseguranças.

Dias cinzas terríveis, gelados e incrivelmente longos.

Dias cinzas, sem cor, sem vida.

Dias cinzas virão e não há como evitar.

Dias cinzas nos farão mais fortes.

Dias cinzas nos ensinarão.

Dias cinzas, sem cor, sem vida.

Apenas dias cinzas.

Desculpa!

Autor: Fábio Anhaia.

Desculpa tomar teu tempo

Desculpa te fazer chorar

Desculpa te fazer sentir culpa

Por um amor que jamais existirá.

Desculpa te fazer se humilhar

Por alguém que não te merece

Desculpa te fazer se importar

Por alguém que não faz questão.

Desculpa te impedir de viver

Desculpa te forçar a acreditar

Em algo que já se foi, ou que talvez nunca existiu.

Desculpa te alertar só agora

Desculpa te fazer acordar

Mas saiba que ainda há tempo

Pois aqui estou, diante de mim mesmo, me pedindo desculpas.

Você para mim!

Autor: Fábio Anhaia.

Eu só queria poder te ver, e ter a certeza de que é você

Queria poder te tocar e sentir que agora tudo vai mudar.

Eu só queria olhar em teus olhos e perceber o quanto tive que esperar

Só queria beijar tua boca, e saber que agora, tudo vai andar.

Eu só queria que estivesse aqui, mostrando para mim que vai ser diferente

Queria que me segurasse, e provasse que só de nós dois depende.

Queria sentir que posso confiar, e que o sentido da vida é apenas amar

Só queria que me escolhesse, e sem receio, comigo vivesse.

Eu só queria não sentir medo, saber que tudo pode ser superado

Queria você ao meu lado, e juntos deixarmos o mal no passado.

Só queria que a distância fosse menor, sem autoestradas, ou fazendas

Sem pedágios, curvas, campos, cidades ou estados.

Eu só queria poder te amar, amar como nunca fui amado

Amar intensamente, sem se importar com o que vão pensar.

Só queria você aqui, e espero um dia conseguir

Ter você para mim, é o que queria.

A Grande Família

Autor: Fábio Anhaia.

Em uma tarde de domingo, ele está sentado debaixo de uma árvore. Ele adora esse lugar, pois ali ele tem a melhor visão de toda aquela grande confusão.

Aquela é uma reunião especial, a família toda participa e esse momento é impagável. No fundo do jardim está a tia dele, uma mulher bonita e estilosa, sempre preocupada com o cabelo, maquiagem e afins, com o celular na mão ela posta alguma coisa, ou talvez esteja conferindo o batom.

Do outro lado está o tio mais novo, cantando e dançando, sempre com uma lata de cerveja na mão. É o mais divertido dos tios com toda a certeza. A frente dele encontra-se a prima rica, metida e entojada, toda família tem esse personagem, mas no fundo é uma boa pessoa.

Um pouco mais a direita, o casal de tios conservadores, aquela tradicional família brasileira, ele os observa e percebe o quão cômico e antiquados são. Mais a esquerda o primo gay e a prima militante, se a sua família não tem, então me desculpe informar, mas não é família.

Mais a Frente os avós conversam e contam aos netos o início de tudo, histórias encantadoras sobre como se conheceram e as batalhas enfrentadas juntos. Ele percebe alguma estória sobre uma fuga dos dois quando eram jovens, ele sorri de lado.

Aquela mistura de gente, aquele misto de opiniões, aquele amontoado de pensamentos, em meio aquelas flores sobre o gramado verde o impressionam. “Como podem se amar? Com tantas divergências, mas com tanto afeto, que coisa curiosa!” Pensava ele.

Frente a toda aquela linda cena no pôr de sol do jardim florido da casa dos avós, ele observa todo orgulhoso por saber que faz parte dessa grande confusão, ele faz parte dessa Grande Família.

A Última Existência: TEXTO I

Autor: Desconhecido (Texto encontrado na internet)

Estava sentada olhando para o horizonte em meio a todo o caos que tomara conta do mundo. Em todo lugar, presumia, pessoas buscavam abrigo inutilmente para o que estava por vir. Podia praticamente ver toda a correria e desespero de famílias unidas buscando lugar em alguma nave rumo à Marte ou a alguma lua de Júpiter ou Saturno. Podia imaginar os solitários conectados que buscavam informações que lhe acalmassem e que mesmo sabendo do inevitável, recusavam-se a sair de suas poltronas e consoles. Sentiu pena em imaginar o que fariam quando a energia acabasse.
Outros se lançavam às ruas e pavimentos para exercer uma liberdade irrestrita abandonando o último laço de qualquer coesão social que ainda restava naquelas mentes. Voltaram eles todos ao tempo das cavernas, apesar de toda a tecnologia desenvolvida por tantos milênios pela humanidade, onde o ser humano possuía total liberdade e nenhuma segurança. A situação atual fez a balança da liberdade e segurança, que sempre insistia em pender de um lado para outro, girasse freneticamente. Famílias buscando toda segurança que não podiam ter e andarilhos avulsos que corriam para desfrutar de uma liberdade que não poderia exercer.
Ela também estava solitária. Sentada em posição de flor-de-lótus, sobre uma colina próxima do centro urbano encarava o astro-rei em seus suspiros finais. O sol pulsava já fazia algumas semanas enviando ondas de calor que já haviam destruído algumas cidades inteiras em questão de segundos. Os cientistas não podiam prever nem direção, nem momento, sequer a intensidade da próxima rajada de calor. As informações eram desencontradas, o que deixava os conectados em polvorosa, mas havia o consenso em relação a gravidade da situação.
O sol, o astro-rei, o objeto mais importante para a manutenção de toda a vida e existência na Terra e nas colônias dentro do sistema solar estava entrando em colapso. Aquele evento que nunca preocupava a humanidade até então estava eminentemente perto. O momento em que o sol explodiria e passaria de uma estrela do tipo anã amarela para se tornar uma gigante vermelha. As gigantes vermelhas eram bem mais frias que as amarelas, porém não morreremos de frio, mas com o calor, pois o diâmetro de nossa estrela ocupará toda a órbita dos planetas rochosos.
Aqueles que correm para fugirem em busca de abrigo em alguma lua orbitante de Júpiter ou Saturno, querem acreditar que estarão seguros nessas colônias, se agarram com todas as forças nesta mínima possibilidade. Contudo sabem que essas colônias serão devastadas pela radiação que emanará desta explosão. Seus habitantes sabem perfeitamente o que lhes aguarda.
Ela escolheu um final diferente para sua existência. Preferiu colocar um par de óculos de lentes douradas especiais e preferiu encarar de frente a estrela prestes a entrar em colapso. Trata-se de um evento histórico importante, pensou ironicamente e continuou, seria interessante observar atentamente para relatar tudo. Em seguida ficou amarga, em pensar que não existiríamos mais. Ficou aliviada por nunca ter sido mãe e remexeu várias decisões de sua vida, mas afastou esses pensamentos afirmando a si mesma que são inúteis numa hora dessas. Questionou-se, o que seria útil numa hora dessas?
Pensar no passado era o que restava para que não poderia mais pensar no futuro. Sendo uma historiadora, que muito dedicou de sua vida a isso, não faltaria material mental para refletir, alegrou-se brevemente, mas a história serve para refletir sobre o que faremos no futuro e…. Seu raciocínio foi interrompido por um
estrondo e uma luz que durou pouco mais que segundos. Se não fossem os óculos estaria cega. Uma região habitada a quase perder de vista ardia em chamas e radiação. O calor aumentara e podia observar o sol pulsar para os lados como se empurrando alguém que estivesse ao seu lado lhe incomodando.
O grande momento estava perto, pensou, ao contrário do que havia visto em filmes de “fim do mundo”, não havia lugar para niilismo sóbrio nem para ela que estava apenas contemplando o sol pela última vez em toda a história da humanidade. Não havia escatologia que nos preparasse para o que se iniciara, nem haveria um crepúsculo para a coruja de minerva e ela se sentia impotente pela última vez.
Pôde ver o astro rei aumentar de tamanho rapidamente e sentir as suas lentes derreterem em seu rosto antes de ficar completamente cega. O calor tomou conta de seu corpo, mas em seguida não sentiu mais nada. Estranhamente sentiu-se como no fundo do oceano quando mergulhara em sua juventude, mas sem o aperto da roupa de mergulho. Buscou olhar para os lados e raciocinar, mas não conseguiu e então a última existência chegava ao fim.

Google Imagens

SAUDADE

É sobre os momentos bons
É sobre a falta que isso me faz
É sobre a felicidade que você me traz

É sobre se importar
É sobre abraçar
É sobre saber marcar

É sobre amar
É sobre sorrir
Mas também é sobre chorar

É sobre quebrar a cara
É sobre juntar os cacos e recomeçar
É sobre saber a hora de voar

É sobre os momentos
É sobre os sorrisos
É sobre o instante

É sobre felicidade
E também sobre tristeza
Mas acima de tudo, é sobre saudade!

Descobrindo o Amor – Capítulo 1: A Guerra de Bolos.

Capítulo 1: A Guerra de Bolos.

Você deve estar se perguntando quem é essa mulher atirando bolos nesse homem no meio da rua a essas horas da tarde, bem essa é Aline Aparecida Ferreira. E para te explicar o porquê ela e esse brutamontes musculoso estão discutindo e disparando bolos um contra o outro, primeiramente preciso te contar como chegamos até aqui!
Como havia comentado anteriormente, essa é Aline e ela vive aqui, na cidade maravilhosa, a linda e charmosa Rio de Janeiro, mais especificamente no Leblon. Aline se mudou para cá com apenas 18 anos, uma jovem menina que veio do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro cheia de sonhos e vontade de vencer.


10 anos atrás…


— Vamos lá Aline! Foi para isso que você veio para cá! — Pensou a jovem preparando-se para sair vender seus quitutes.
Aline pega sua cesta cheia de bolos e doces feitos por ela mesma e parte em direção a orla de Copacabana.
— Oi, me vê uma fatia de bolo por favor! — Pediu o jovem Erick.
Erick era um jovem estudante de direito que estava prestes a se formar advogado.
— Claro, você quer de quê? — Perguntou Aline.
— Pode ser de chocolate! — Respondeu Erick.
— Vem cá, você não é daqui não né? — Questionou Erick.
— Não, cheguei recentemente a cidade, sou do Sul. — Respondeu a jovem.
— Percebi pelo seu sotaque, bem-vinda ao Rio! — Disse o rapaz.
Erick era um jovem bom, ele adorava ajudar as pessoas e detestava injustiças, por isso optou formar-se em direito, para ajudar aqueles que mais precisavam.
— Obrigada pelas boas-vindas, desde que cheguei me vi assustada, mas não fujo do serviço não, comecei a vender bolos e doces hoje e estarei aqui todos os dias, mas e ai o que você achou? — Questionou Aline apreensiva com a resposta.
Erick come um pedaço do bolo e tem uma surpresa, era como se uma alegria invadisse seu coração repentinamente, ele não sabia explicar, mas aquela havia sido a melhor fatia de bolo que Erick já comeu na vida, ele sorri para a jovem que aguarda ansiosamente um veredito.
— Uau! É delicioso, eu nunca comi nada igual, parabéns… — Disse Erick estendendo a mão a Aline.
— Aline! Meu nome é Aline! — Respondeu a jovem apertando a mão de Erick.
— Sou Erick! E tenha certeza de que amanhã voltarei! Agora preciso ir até mais Aline. — Despediu-se o rapaz.
Aline observa Erick ir embora pela orla de Copacabana animada, a jovem tem um pressentimento, ela sabia que aquele era só o começo, mas mesmo assim já deslumbrava um futuro grandioso.


De volta a atualidade…


No Rio de Janeiro Aline enfrentou diversas batalhas, até que finalmente construiu seu império de doces, atualmente ela é dona de uma rede de confeitarias, e lá eles vendem de tudo, bolos, doces, pães… tudo que você quiser eles fabricam, dos produtos mais simples aos mais sofisticados, tudo que se pode imaginar eles fazem.
Hoje Aline se reuniu com seus advogados, Taisa e Erick, sim o Erick lembra dele pois então ele se formou e hoje é um dos melhores advogados do país. Taisa é uma menina inteligentíssima e sempre foi muito amiga de Aline, desde que ela chegou ao Rio, já que as duas dividiram apartamento por um bom tempo.


10 anos atrás…


No aeroporto Aline desembarca e sente-se assustada, era uma cidade nova e muito diferente de onde ela viera, Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul, mas ainda não se comparava ao Rio de Janeiro, tudo era diferente ao que Aline viveu ou conheceu.
— Com Licença, será que você pode me ajudar? — Disse Aline a uma mulher que a acompanhava no portão de desembarque.
— Me desculpe, estou atrasada! — Declarou a mulher afastando-se de Aline.
— Com licença senhor, será que você pode me ajudar? — Perguntou Aline a um homem que também passa pelo portão de desembarque, mas dessa vez esse nem respondeu.
— É as coisas aqui serão diferentes! — Declarou Aline.
Aline segue e ao sair do aeroporto assusta-se ainda mais, o que ela faria agora? Ela era apenas uma jovem assustada em uma cidade grande. A jovem pensa e toma coragem, ela sempre enfrentou seus medos e nunca fugiu da luta, era hora de encarar essa nova realidade.
— Boa noite! Eu preciso de um… — Dizia Aline a um taxista até ser interrompida por uma voz feminina que vinha em direção a eles.
— Boa noite, você pode me levar a esse endereço? — Questionou uma moça entregando um papel para o taxista.
— Claro! — Respondeu o taxista.
— Ah, me desculpe, você ia pegar esse? — Questionou a moça apontando para o taxi.
— É na verdade eu nem sei… sou nova aqui, estou perdida e preciso encontrar alguma pensão ou coisa do tipo. — Respondeu Aline.
— Bem, você precisa de um lugar para ficar então? — Perguntou a moça.
— É, preciso… — Confirmou Aline um pouco envergonhada.
— Olha só, tenho um quarto para alugar se você quiser, moro no Rio a alguns meses e aluguei um apartamento grande, se tiver interesse a gente pode dividir. — Ofereceu a moça.
— Claro! Tenho sim! — Respondeu Aline animada.
— Ótimo! Aliais, me chamo Taisa! — Disse a moça estendendo a mão a Aline.
— E eu Aline! — Respondeu a jovem apertando a mão de Taisa.


De Volta a atualidade…


Atualmente Taisa e Erick trabalham com Aline como seus advogados e os três estão em uma reunião importantíssima para o futuro da rede de confeitarias Doce Mel.
— Aline, você precisa se casar! Essa é uma das condições do contrato, os sócios precisam ser casados. — Informou Erick.
— Isso é um absurdo, não faz sentido nenhum essa condição! — Respondeu Aline.
— Nós sabemos, mas são as regras, não há o que fazer ou é isso ou você perde o acordo! — Disse Taisa.
— E como vou arrumar um marido a essa altura do campeonato? Vocês pensaram nisso? — Revidou Aline.
De repente ouve-se gargalhadas vindas do estabelecimento do outro lado da rua, O estabelecimento era uma loja de suplementos alimentares, Aline odiava aquela loja, o dono era completamente insuportável, estava sempre alegre e otimista, a felicidade dele era realmente algo surpreendente, para ele não havia tempo ruim.
— Olha lá, lá estão eles, não sei como está tudo sempre bem na vida deles, esse povo não tem um problema para lidar não?? — Comentou Aline enquanto observa ao lado de Taisa e Erick os meninos descarregando uma carga de suplementos que acaba de chegar na loja.
— “Vambora, Vambora” que o dia é longo rapaziada! — Disse Erick, o dono da loja, enquanto os meninos descarregavam as caixas do caminhão.
— Iiiii, a lá Erick, parece que alguém já chegou para trabalhar! Hahaha. — Falou um dos funcionários da loja apontando em direção a fábrica Doce Mel.
Erick vira-se em direção a fábrica e percebe Aline e seus advogados os observando.
— Ele nos viu!? — Disse Aline a Taisa e Erick (advogado) enquanto os três escondem-se atrás das cortinas.
— Acho que não! — Respondeu Erick (advogado).
— Bem que você podia casar com ele né? — Propôs Taisa a Aline.
— O que??? Você pirou é garota? Eu nunca casaria com aquele brutamontes cheio de músculos, aliás pelo visto é a única coisa que ele tem né? Músculos. — Respondeu Aline, descartando a ideia da amiga.
— Bem, o fato é que você precisa se casar com alguém, com ele ou não, você precisa estar casada em uma semana. — Disse Taisa.
— Me deixem pensar, anda, saiam daqui. — Falou Aline dispensando os advogados da sua sala.
De volta a loja de suplementos, Erick faz a conferência dos produtos que acabaram de chegar, mas é interrompido por uma pequena discussão que começará em frente a loja.
— Ei, ei você não pode estacionar aqui não, nós estamos aguardando mais uma carga que já está para chegar. — Disse Pedro, um dos funcionários de Erick ao motorista do caminhão que vinha buscar os produtos da fábrica para uma das confeitarias de Aline.
— O que está rolando aqui? — Questionou Erick interrompendo a discussão.
— Esse cara quer estacionar na vaga, mas a próxima carga já está para chegar. — Respondeu Pedro.
— Calma cara, a gente pode… — Mas antes que ele pudesse concluir a frase Aline chega e interrompe-o.
— Que palhaçada está rolando aqui? — Disse Aline, disposta a encerrar a discussão.
— O que acontece é que esses rapazes não me deixam estacionar aqui para carregar os bolos dona Aline. — Disse o motorista do caminhão.
— A é, e por um acaso a rua é sua senhor Erick? Você comprou esse estacionamento para você e esqueceu de avisar é? — Provocou Aline.
Erick então vira para ela e pensa bem antes de falar:
— Olha, não vou discutir com você, não vale a pena, quero ter um bom dia hoje, e isso nunca acontece quando eu discuto com a vossa senhoria. — Respondeu Erick em tom de deboche.
— A é mesmo, pois saiba que comigo acontece o mesmo, seu brutamontes. — Disse Aline provocando-o.
— Iiiihh… — ouviu-se um coro das vozes dos funcionários de Erick.
— Eu posso até ser um brutamontes, mas pelo menos as pessoas gostam de mim, ao contrário de você que mais parece uma fera. —Respondeu Erick.
Quando ele termina sua frase, o tempo simplesmente fecha e de repente Aline surta e perde totalmente o controle, Aline detesta ser chamada de fera, ela passou a infância toda sendo chamada de ferinha, por conta de sua mãe que sempre foi muito explosiva, infelizmente a menina acabou herdando esse temperamento da mãe e acabou se tornando uma pessoa um pouco difícil de lidar, e Erick sabia qual era seu ponto fraco.
— FERA!? COMO VOCÊ OUSA ME CHAMAR DE FERA, SEU MONTE DE MUSCULOS, GROCEIRO!!! — Gritou Aline ateando bolos e doces em direção a Erick e seus funcionários ali mesmo, no meio da rua.
— MALUCA! — Gritou Erick.
— MALUCA É SUA MÃE SEU BRUTAMONTES! — Revidou Aline.
— Aline, pelo amor de Deus… — Tentava conter Taisa.
— PELO AMOR DE DEUS É O CAR… — Respondeu Aline em fúria.
— ALEM DE DOIDA AINDA É MAL EDUACADA! — Provocou Erick.
— OOOOOHHHH!!! — Ouviu-se um couro das vozes das pessoas ali presentes.
— EU VOU TE MOSTRAR QUEM É MAL EDUCADA! — Respondeu Aline atirando um bolo inteiro no rosto do rapaz.
Foi o maior barraco, Aline teve que ser contida por Taisa enquanto Erick tentava desviar dos arremessos de bolo, sobrou até para o motorista do caminhão de suplementos que acabava de chegar para descarregar mais uma remessa. E assim retornamos ao início da nossa história, A Guerra de Bolos.
Em seu escritório Aline limpa-se dos bolos que arremessou em Erick no meio da rua:
— Aquele brutamontes pensa que é quem para me chamar de fera? Eu devia processa-lo! — Disse Aline ainda cheia de ódio.
— Processa-lo? Você está maluca, no meio do nosso negócio milionário, você não pode se envolver em nenhum problema jurídico não Aline. — Falou Erick (advogado).
— Mas Erick, você viu o que… — Falava Aline até ser interrompida.
— Não Aline, o Erick tem razão, você não pode meter-se em nenhum problema jurídico até fechar o contrato. — Decretou Taisa.
Na loja de suplementos, Erick também limpava-se dos ataques de bolos que havia sofrido por Aline:
— Essa mulher é maluca, completamente pirada, é por isso que está solteira, quem irá querer dividir a vida com essa maluca. — Resmungou Erick.
— Mas quem iria querer dividir a vida comigo? — Disse Aline a Erick (advogado) e Taisa.
Quem iria aceitar dividir a vida com uma fera, essa era a pergunta que precisava ser respondida, o negócio é muito bom para Aline, mas ela precisa estar casada. Aline precisa de ajuda, ela precisa de um sócio.

Continua…

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