Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 10 – Agora Sim… Felizes Para Sempre.

A casa começa a incendiar imediatamente, Felipe, Andressa e Diogo fogem pela mata no fundo da casa. Assim que percebem o fogo a polícia invade a casa e encontra Aline desamarrando Erick, Pedro e Vitória, eles ajudam a moça a libertar o marido e os amigos e saem depressa da casa em chamas.

— Ele fugiu, ele levou meu filho! Meu filho! — Chora Aline.

— E ele está sozinho, ou fugiu com o comparsa? — Questionou o Delegado.

— Não, nós temos uma cumplice, Andressa, ela me disse para onde eles iam! — Revela Erick.

— Sim, ela me disse também, e foi ela que me soltou! — Confirma Aline.

— E para onde eles foram? — Questionou o Delegado.

— Para o apartamento de Felipe, no centro! Tem um helicóptero lá, Felipe está planejando fugir com Andressa e meu filho! — Declarou Erick.

            Erick, Aline e os amigos vão para o centro junto com a equipe policial. Vitória orienta Pedro para que ele os leve até o apartamento do irmão. No apartamento Felipe e Andressa se preparam para fugir com o pequeno Lucas.

— Anda! Precisamos ir antes que a polícia chegue! — Declarou Felipe.

— Claro, mas antes preciso mudar o bebê, parece que ele fez o número dois! — Responde Andressa.

— O que? Você o muda no helicóptero! — Revidou Felipe.

— Não, ele pode ficar assado Felipe, ele é nosso filho agora, precisamos cuidar dele… — Insiste Andressa.

— Nós vamos cuidar dele, mas bem longe daqui! — Disse Felipe chegando próximo a Andressa e o bebê.

— Felipe… — Insistiu Andressa.

— Dois minutos Andressa! Nada mais que isso! — Declarou Felipe.

            Andressa entra no quarto para mudar Lucas, enquanto isso Erick e Aline estão aflitos, o caminho parece tão comprido, eles têm a impressão de que não chegarão nunca ao apartamento.

— Calma Aline, estamos quase lá! — Afirmou Vitória.

— A esquerda Pedro! — Indica Vitória.

— E se a gente não chegar a tempo? — Pergunta Aline a Erick.

— Nós vamos! Vou até o fim do mundo pelo nosso filho Aline! Se não chegarmos a tempo juro para você que não descansarei até encontrar o Lucas! — Declarou Erick acalmando a esposa.

— Aline, a Andressa prometeu cuidar dele, não vai acontecer nada ao Lucas! — Complementou Pedro.

            No meio do caminho eles pegam um engarrafamento, Erick não pensa duas vezes e desce do carro.

— Erick? — Disse Aline aflita.

— Eu vou trazer o Lucas de volta. — Afirma Erick.

— Vitória, onde fica o apartamento? — Pergunta Pedro.

            Vitória passa o endereço a Pedro e Erick que correm para chegar antes que Felipe e Andressa fujam, o delegado pede para que dois policiais os acompanhem.

— Mas não vou ficar parada aqui não! — Declarou Aline descendo do carro e correndo em direção a Erick e Pedro.

— Vamos Vitória! — Chamou Aline.

            Vitória, Aline e o delegado correm atrás de Erick e Pedro, Aline jamais deixaria o filho a sua espera, ela faz o que qualquer mãe faria em seu lugar.

            No apartamento de Felipe, Andressa finalmente sai do quarto com Lucas dormindo no bebê conforto.

— A finalmente, achei que teria de arrombar a porta! — Reclama Felipe.

— Não precisa disso, dei um banho no bebê e ele dormiu, já estamos aqui, vamos! — Declarou Andressa.

            Erick e Pedro finalmente chegam ao prédio, mas são barrados na porta do condomínio, se não fosse os policiais e Aline, Vitória e o delegado chegarem em seguida, eles seriam impedidos de subir. Na cobertura um helicóptero espera por Felipe, Andressa e Lucas.

— O que há Andressa? Vamos, anda logo! — Disse Felipe a moça que parou no meio do caminho com Lucas no bebê conforto.

— Felipe… — Dizia a moça.

            Mas Andressa foi impedida de continuar com a chegada de Aline, Erick, Pedro, Vitória o delegado e os policiais.

— Felipe Montecruz você está preso pelos crimes de assassinato, cárcere privado e sequestro! — Da a voz de prisão o delegado.

— Você me entregou? — Pergunta Felipe a Andressa.

— Felipe, isso é loucura! — Respondeu Andressa.

— Não! Vocês nunca vão me pegar! — Gritou Felipe tomando o bebê conforto das mãos de Andressa e a empurrando.

— NÃAAAOOOO! — Gritou Aline desesperada.

            Felipe corre para a beira do arranha-céu com o bebê conforto em suas mãos e ameaça se atirar, Aline e Erick se desesperam. O delegado tenta negociar com Felipe para que ele entregue Lucas, mas é em vão, o rapaz está completamente fora de si e não entregará o pequeno.

— Ele é meu filho! MEU! — Gritou Felipe.

            Nesse momento Andressa se levanta.

— Não Felipe! Ele não é seu filho, tão pouco é o filho da Aline e do Erick! — Revelou Andressa.

— O que? Mas… — Disse Felipe mexendo no bebê conforto.

— Onde ele está? — Questionou Felipe apontando uma arma para Andressa.

— Não tenho mais medo de você! Pode me matar se quiser, mas nunca vou te falar onde o Lucas está! — Responde Andressa.

            Certos de que Felipe atiraria em Andressa o delegado autoriza um policial para atirar em Felipe. De repente ouve-se o tiro, Felipe olha para sua barriga e percebe que está sangrando, o rapaz deixa a arma cair e começa a andar para trás. Vitória fica em choque com a cena, assim como todos os outros, aos poucos Felipe vai perdendo as forças, de repente ele chega ao beiral do arranha-céu olha para Vitória e Pedro e diz suas últimas palavras.

— Eu odeio vocês!

            Felipe cai da cobertura do prédio de cinquenta andares e não houve chance alguma, o rapaz está morto, parece uma morte cruel para uma pessoa, mas Felipe já havia cometido tantas outras mortes, o mau tem um preço e quando esse preço é cobrado ele vem acumulado de juros. Felipe pagou por tudo que fez.

— Vitória!? — Disse Pedro a namorada.

— Está tudo bem! Aquele não era meu irmão, aquele era o monstro que o possuiu! — Responde Vitória em meio a lagrimas.

— Eu estou aqui! — Conforta Pedro abraçando a moça.

— Andressa! Onde ele está, onde está Lucas? — Questiona Aline desesperada.

— Ele está bem, ele está no quarto! — Revelou Andressa.

            Aline e Erick correm para o quarto do apartamento e encontram Lucas dormindo sobre a cama, ele parece um anjo dormindo tranquilamente. Aline pega o filho em seus braços e o beija, Erick emocionado abraça a esposa e o filho.

— Meu Deus! Como eu amo vocês! — Declara Erick.

— Ele está bem! Ele está com a gente de novo meu amor! — Comemora Aline.

            Na saída do condomínio Andressa vê Aline e Erick com o filho nos braços de longe e resolve não se despedir, mas quando está prestes a embarcar em uma viatura para depor na delegacia, Aline a chama.

— Andressa! — Chama Aline.

— Aline? Erick? — Responde Andressa.

— A gente só queria te agradecer! Você foi o anjo que protegeu nosso filho. Obrigada! — Agradece Erick abraçando a moça.

— É, vou ser eternamente grata a você Andressa! Obrigada por cuidar do meu filho! — Completa Aline abraçando Andressa.

— Que isso, só fiz o que qualquer pessoa em sã consciência faria. Erick, Aline, realmente espero que um dia vocês me perdoem por todo o mau que lhes causei no passado, eu me arrependo muito! — Desculpa-se Andressa em meio a lagrimas.

— Considere-se perdoada Andressa! — Responde Erick.

— Obrigada! — Agradece Andressa com um leve sorriso entre as lagrimas.

            Andressa realmente se mostrou uma grande aliada de Aline e Erick nesses dias, ela arriscou a própria vida para proteger Lucas das garras de Felipe, sem falar no fato dela ter soltado Aline e informado a Erick onde Felipe levaria ela e o bebê. Andressa conseguiu, ela está perdoada, ela mudou e isso só prova que quando uma pessoa quer, ela consegue sim se redimir de seus erros. Andressa embarca na viatura e parte para a delegacia.

— Erick e quanto a Felipe, como você se sente? Apesar de todo mal, ele era seu irmão. — Questiona Aline.

— Não Aline, meu irmão sempre foi Afonso. Felipe era um monstro, ganancioso, assassino… — Responde Erick.

— Bom, se você pensa assim, eu particularmente acredito que o que aconteceu com ele tem uma parcela culpa da sociedade, ninguém se transforma em um assassino assim, do nada! Mas vamos deixar para lá! — Declarou Aline beijando o marido.

            Nos dias seguintes tudo havia se resolvido, Andressa prestou depoimento e foi liberada pela justiça já que foi considerada mais uma vítima de Felipe e não sua cumplice.

— Bom dia Aline! — Cumprimenta Andressa chegando a fábrica.

— Bom dia Andressa! — Responde Aline.

— Estou aqui porque queria saber se… — Dizia Andresa.

— Não continue, é claro que você pode continuar trabalhando aqui na fábrica, mas não na cozinha! Você salgou meus bolos uma vez! — Comentou Aline.

— Ah, é verdade… — Revidou Andressa e as duas riem.

— Brincadeiras a parte, tenho um novo cargo para você! Venha comigo. — Revelou Aline.

            Na loja de suplementos Pedro faz seu último dia, Vitória o convenceu a assumir o que é seu de direito, a rede de supermercados herdada de Álvaro.

— Pois é, Vitória me convenceu! — Confirma Pedro a Erick.

— Que bom cara! Boa sorte, você merece Pedro, sempre trabalhou muito! — Comemora Erick.

— Mas vou sentir falta viu! — Declarou Pedro com os olhos cheios de lagrimas.

— IIIIIHHHH, não vai chorar né! — Disse Erick abraçando o amigo.

— Você não vai embora não Pedro, você sempre vai estar aqui, essa loja é tão sua quanto minha! Essa é loja é do Paulo, do João, do Afonso, de todos que contribuem de alguma forma para que ela cresça cada vez mais! A Fit for Fit não tem dono não, ela tem gestores que fazem dela a melhor! E você vai ficar eternizado nela para sempre! — Declarou Erick.

— Valeu irmão! Vou indo então! Mas te vejo por ai! — Despede-se Pedro.

— Com certeza! Você não vai se livrar da gente não! — Revidou Erick.

— Eu ainda vou comprar muita fralda no seu supermercado! HAHAHAH — Completou Erick rindo com Pedro.

            Pedro sai da sala e Erick fica observando uma foto na parede, dele e de Pedro no início da loja há alguns anos atras.

— Olha onde a gente veio parar! — Pensou Erick com um sorriso no rosto.

            Na fábrica Aline conversa com Andressa, Taisa e Erick (advogado).

— É isso mesmo! Uma rede nova! — Declarou Aline.

— Mas Aline? Você pode vender tudo nas confeitarias! Para que mais gastos? — Questiona Taisa.

— Não pense por esse lado Taisa, não serão mais gastos, serão mais empregos, mais lucros! — Respondeu Aline.

— Bem se você insiste… — Concordou Erick (advogado).

— Mas Aline? Tem certeza? Quer que eu gerencie a sua nova rede de confeitarias Fit? — Estranhou Andressa.

— Sim! Você aceita? — Perguntou Aline.

— Claro! Fico muito feliz com a sua confiança! — Respondeu Andressa agradecida.

— Ótimo! Amanhã a gente conversa mais, preciso ir para casa, Erick já deve estar me esperando lá embaixo. — Declarou Aline.

            Em casa Vitória e Pedro conversam sobre o primeiro dia do rapaz no comando da rede de supermercados.

— Você acha que vai dar certo? — Questiona Pedro.

— Meu amor, você gerenciava a rede do Erick! É claro que vai dar certo, e além do mais vou estar com você no que for preciso! — Declarou Vitória beijando o namorado.

— E o nosso casamento? — Questiona Pedro.

— Fico nervosa cada vez que lembro que ele se aproxima! Vou ser a mulher mais feliz desse mundo! — Declarou Vitória.

— Eu é que vou ser o homem mais feliz desse mundo! — Respondeu Pedro beijando Vitória.

            Na casa de Aline e Erick os dois conversam.

— Amoooooooor! — Disse Aline animada.

— O queeeeeeeeeeeeee! — Responde Erick.

— Que coisa infantil você! — Revidou Aline.

— Desculpe não poderia perder a oportunidade. — Conclui o rapaz.

— Mas e ai? O que há? — Perguntou Erick.

— Experimenta! — Disse Aline enfiando um brigadeiro na boca de Erick.

— HHUMHSGUUHMH …. O que isso? — Questionou o rapaz.

— Gostou? — Perguntou Aline.

— Gostei, só não sei o que é! — Respondeu Erick.

— É brigadeiro! Fit!, depois vou enrolar! — Revela Aline.

— Isso é bom em! dá para vender lá na loja com os bolos de Whey! — Sugeriu Erick.

            — Não! Tive uma ideia hoje a tarde e tenho uma novidade! Meu bem, vamos abrir nosso primeiro negócio juntos! — Revelou Aline.

— Como assim? — Questiona Erick confuso.

— Vamos abrir uma rede de confeitarias Fit! — Revelou Aline.

— Uma rede de confeitarias Fit? — Pergunta Erick chocado.

— Sim! — Responde Aline animada.

— Confeitarias? — Insiste Erick.

— É, confeitarias — Responde Aline começando a se irritar.

— Fit! – Insiste Erick novamente.

— Não Erick, vamos fazer melhor, vamos abrir uma rede de mandiocas para que você passe o dia descascando ao invés de ficar me importunando com perguntas idiotas!  — Respondeu Aline.

— Eita! É por isso que você ficou tanto tempo solteira! — Provocou Erick.

— O QUE??? — Irritou-se Aline.

— AAAAHH vá a merda Erick! — Rebateu a moça.

— Termina de pôr essa mesa e vamos comer! — Concluiu Aline.

            Nos meses seguintes estava tudo pronto para a inauguração da nova rede de confeitarias Fit de Aline e Erick, Andressa irá gerenciar a nova rede e está muito feliz com isso.

— A inauguração está prevista para depois do casamento de Pedro e Vitória. — Comenta Erick (advogado).

— Muito bem! — Responde Aline com uma cara não muito boa.

— Aconteceu alguma coisa Aline? Você não parece estar muito animada. — Percebe Andressa.

— Não sei, ando meio enjoada… — Responde Aline.

— Toma! — Disse Taisa entregando um teste de gravidez para Aline.

— O que? A não! De novo? — Assusta-se Aline.

— Vai logo! — Completa Erick (advogado).

            Aline faz o teste e descobre que está gravida. Nos meses seguintes Aline e Erick vão ao obstetra para fazer o ultrassom e descobrir o sexo do bebê.

— Bem, Aline e Erick. — Diz o médico.

— O que é Doutor? Algum problema? — Questionou Erick nervoso.

— Não, nenhum! — Responde o médico.

— E é menino ou menina? — Questiona Erick apreensivo.

— É menino! — Responde o Doutor.

— Menino! Um irmãozinho para o Lucas! — Comemora Aline beijando Erick.

— É, e é menina também! — Continuou o médico.

— O que? Como assim? — Questiona Aline confusa.

— São gêmeos? — Assusta-se Erick.

— Não! — Responde o Doutor.

— Porque tem mais um menino! — Revelou o médico.

— Trigêmeos? — Surpreendeu-se Aline.

— E mais uma menina também! — Revelou o doutor.

— Erick, Aline vocês serão pais de quadrigêmeos! — Concluiu o médico.

— Quadrigêmeos! — Disseram os pais simultaneamente.

— Erick? Você está bem? — Questiona o médico ao perceber o rapaz meio pálido.

— É, eu… eu… — Gaguejou Erick desmaiando em seguida.

— Erick! — Assustou-se o Doutor.

— Ai nem da bola, é cena dele doutor, logo ele levanta, mas vem cá posso ouvir os coraçõezinhos? — Responde Aline.

            Alguns dias depois Aline e Erick são padrinhos do casamento de Pedro e Vitória, foi um casamento lindo regrado de emoção e declarações.

— Pedro de Oliveira, você aceita Vitória Montecruz como sua legitima esposa? — Perguntou o Juiz de paz.

— Aceito! — Respondeu Pedro.

— Vitória Montecruz, você aceita Pedro de Oliveira como seu legitimo esposo? — Questionou o Juiz de paz.

— Aceito! — Respondeu Vitória.

— Fácil assim? — Questionou o Juiz deixando todos surpresos.

— Como assim senhor Juiz? — Questiona Aline.

— Sei lá, é estranho, a última vez que vi todos vocês reunidos você não queria casar com o brutamontes! — Responde o Juiz deixando todos chocados.

— OOOOHHHHH — Ouviu-se um coro.

— Senhor juiz, brutamontes é sua avó, deixe de besteira, anda logo com isso que meus pés estão inchados! — Responde Aline ficando irritada com o comentário.

— Tudo bem, tudo bem, eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva! — Concluiu o Juiz.

            A festa de casamento de Pedro e Vitória foi linda, todos estavam felizes e animados, o clima está repleto de amor e carinho.

— Aline, Erick, a gente quer agradecer vocês por tudo o que fizeram por nós, vocês são muito especiais, saibam que para o que precisarem estaremos aqui! — Disse Vitória abraçando os amigos.

— É, faço das palavras da Vitória as minhas! — Complementou Pedro.

— Obrigada gente, vocês são especiais, contem sempre conosco! — Agradece Aline.

No meio do jantar Pedro pede para que Erick faça um discurso.

— Bom, nem sei por onde começar, estamos juntos nessa aventura a tanto tempo. Tudo começou por conta de um negócio milionário, mas com o passar do tempo percebemos que se tornou bem mais que isso, juntos enfrentamos diversos problemas, mas nunca abandonamos um ao outro. Fomos Descobrindo o Amor aos poucos e percebemos que O Preço de um Segredo pode ser caro demais, mas o fato é que aqui, nunca faltou amor, e o amor não se compra, o amor se constrói, obrigado a todos por estarem conosco nessa jornada e por fim, Agora sim… Felizes para Sempre!

            No dia seguinte Erick visita a sepultura de Felipe, o rapaz leva uma rosa consigo, ele tem pensado sobre o que Aline disse, talvez Felipe não seja o maior culpado pela sua loucura. Na sepultura Erick o perdoa.

— Eu perdoo você! Perdoo todo o mal que me causou, talvez se tivéssemos convivido juntos nada disse teria acontecido! Não posso te considerar meu irmão, mas desejo de coração que esteja em paz, eu te perdoo Felipe! — Declarou Erick largando a rosa sobre o tumulo do irmão.

Mais uns dias se passam e finalmente chegou o dia da inauguração da nova rede de confeitarias Fit de Aline e Erick. Os dois vão até a confeitaria matriz acompanhados por Andressa e os advogados.

— Então é isso! Nosso primeiro negócio juntos! — Disse Aline a Erick.

— É, e esse nome, eu adorei! — Declarou Erick.

Doce Fit! — Disseram os dois simultaneamente.

— Espero que ela cresça cada vez mais! Assim como o nosso amor! — Deseja Aline.

— É, e ela vai! — Concordou Erick beijando a esposa.

— Vai crescer igual você! Que já está quase explodindo! HAHAHAHA. — Provoca Erick.

— É, igual essa sua cabeça enorme que não para de crescer! — Revidou Aline.

            E a confusão está formada mais uma vez, Erick e Aline são assim e seguirão assim, pois esse é o jeito deles darem certo, talvez se fosse diferente não combinariam tanto. O amor é assim, a gente brinca, briga, beija, abraça, chora e no fim tudo dá certo quando vale a pena. Aline e Erick demoraram para se encontrar, mas agora que se acharam eles sabem que mesmo com as brincadeiras e “discussões” eles não vivem mais um sem o outro, eles descobriram o amor e agora ficarão juntos pelo resto da vida. Agora Sim… Felizes para Sempre!

FIM!

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 9 – O Sequestro.

Na fábrica Aline está com Vitória em sua sala conversando sobre uma nova ideia que ela teve, quando as duas são interrompidas por Andressa que entra desesperadamente na sala.

— Ele fugiu! Ele está solto por ai! Vai me encontrar, eu vou morrer! — Declarou Andressa em desespero.

— Andressa, aclame-se por favor! O que aconteceu? — Questiona Aline confusa.

— Felipe! Felipe fugiu! — Revelou Andressa.

— Fugiu? Ai meu Deus! — Disse Vitória chocada com a notícia.

— Calma meninas, nós precisamos manter a calma, vou ligar para o Erick, ele saberá o que fazer! — Disse Aline pegando o celular.

            Aline liga para Erick e pede para que ele vá até a fábrica. Na fábrica a moça explica tudo para o rapaz que fica em choque com a notícia de que Felipe tinha fugido.

— E agora? O que faremos? — Questiona Pedro.

— Calma, vamos manter a calma, precisamos nos manter juntos até que ele seja pego! — Declarou Erick.

            No esconderijo, Felipe arma seu plano de vingança, ele ordena que Diogo sequestre Aline e o filho.

— Traga-nos até mim! — Ordenou Felipe.

— Mas chefe? — Questiona Diogo.

— Sem mais, nem menos! — Decretou Felipe.

            De volta a loja de suplementos Erick entra no escritório e encontra o livro de registros e a carta de Elisa sobre a mesa, em seguida Pedro entra na sala.

— O que é isso aqui? — Questiona Erick.

— É para você, não sei se você vai querer ler, mas aconselho que esteja preparado. — Revela Pedro.

— Preparado? — Questionou Erick.

— É, preparado Erick! — Declarou Pedro.

            Erick abre a carta e começa a ler, na carta escrita por Elisa a muitos anos atrás, mais precisamente em Março de dois mil e dois, Elisa revela:

Querido Pedro.

A Alguns dias tenho pensado, desde que você chegou minha vida mudou completamente, tenho aprendido a cada dia mais com você, és uma benção em minha vida, nunca achei que pudera amar alguém o tanto que te amo.

Mas tudo o que aconteceu ainda me aflige, e por isso estou escrevendo essa carta, para que um dia você descubra toda a verdade, sei que prometi a sua mãe, mas ninguém deve terminar a vida sem saber sua verdadeira história.

No dia em que você chegou cometi um crime, não sei se fiz bem, ou se fiz mal, mas enfim… Duas crianças nasceram no hospital naquela noite.

Uma das crianças era filho de um casal, Mariana e Carlos Pinto, era o nome deles, e o outro uma moradora de rua chamada Leticia, nem sobrenome a coitada tinha. Os partos foram complicados, eu e Jade auxiliamos os nascimentos e infelizmente o bebê do casal nasceu morto, pelo menos foi o que Jade me revelou, o outro bebê da moradora de rua ficou órfão, ela estava debilitada, não suportou o parto, o crime que cometemos foi troca-los, nós trocamos o bebê do casal, a criança morta foi levada por Jade, o bebê de Leticia foi registrado como Afonso Pinto.

Jade anda esquisita, me visitou hoje, eu cogitei a possibilidade de você ser filho do casal, mas essa possibilidade se foi no jantar de hoje, sua mãe me revelou que seu pai é Álvaro Montecruz. Você é filho do empresário e dono da maior rede de supermercados do Rio de Janeiro, você é irmão do pequeno Felipe o qual mandei você se afastar. Espero que possa me perdoar um dia, mas saiba que tudo que fiz, foi para o seu bem, foi porque te amo.

Erick termina de ler a carta e fica em choque.

— Mas então… meu irmão morreu? — Questiona Erick com os olhos lacrimejantes.

— Eu procurei os registros de óbitos do hospital Erick, não há registro algum de bebê morto naquela noite! — Afirma Pedro mostrando as datas no diário de registros do hospital a Erick.

— Nas investigações de Vitória, ela descobriu que Felipe foi comprado pela mãe de uma enfermeira chamada Jade. — Revela Pedro ao amigo.

— Então… Felipe… o Felipe é meu irmão? — Questiona Erick em choque.

— Sim, o Felipe é a criança que minha avó e Jade trocaram naquela noite, Jade mentiu que a criança estava morta porque havia vendido seu irmão a mulher de Álvaro Montecruz, meu pai! — Declarou Pedro.

            Erick entra em choque, o rapaz não pode acreditar que seu irmão é esse monstro assassino, mas a verdade é essa, Felipe é a criança que foi tirada dos pais de Erick naquela noite.

Mais tarde em casa Erick revela toda a verdade a Aline.

— Meu Deus Erick? Que coisa horrível! Como você está? — Questiona Aline preocupada.

— Estou bem, é difícil acreditar, é tudo muito confuso, mas não podemos lidar com o destino, não é? — Respondeu Erick um tanto abalado.

— Meu amor, não importa o que você queira daqui para frente, estarei ao seu lado, se você quer falar com Felipe… — Dizia Aline.

— Falar com Felipe? Nunca, não interessa o que aquela carta diz, meu irmão é Afonso, não quero contato algum com Felipe! — Declarou Erick.

— Tudo bem, se você quer assim, tudo bem! — Concordou Aline abraçando o marido.

Nos dias seguintes Diogo observa a nova rotina de Aline e a família, desde que souberam que Felipe está sendo considerado foragido eles estão sempre juntos, o único momento que a jovem está sozinha é na saída da fábrica. Aline tem o costume de encontrar Erick na loja de suplementos para ir embora no fim do dia, aquele seria o momento perfeito para o sequestro.

— Bem, mais um dia chegou ao fim! Vou indo antes que escureça, Erick não quer que eu ande sozinha mais até que Felipe seja preso. — Declarou Aline despedindo-se da secretária.

            Na saída da fábrica o pior acontece, Diogo põem em pratica o plano de Felipe, ele ataca Aline na porta da fábrica e sequestra a moça e o filho. Do outro lado da rua Erick percebe toda a movimentação e se assusta, ele tenta correr atrás do carro, mas não obtém sucesso, já é tarde, Aline e Lucas foram sequestrados.

            Erick se reúne em sua casa com Vitória, Pedro, Natalia, Raul, Erick (advogado), Taisa e Afonso. Juntos eles armam um plano de busca, eles decidem que vão procurar pela cidade inteira. Erick vai até a polícia e anuncia o sequestro da esposa e do filho, enquanto isso os outros já iniciam as buscas.

            No esconderijo de Felipe, Aline chega com o pequeno Lucas em seus braços.

— Ah finalmente! Achou que se livrariam de mim! — Disse Felipe.

— Que desprazer te ver, aliais você está péssimo! — Responde Aline.

— Péssima é você que vai ficar! — Ameaçou Felipe.

            Aline se assusta com a ameaça.

— O que você quer comigo? — Questiona a moça.

— O que quero com você? Isso é brincadeira, não é? Você ajudou a esconder minha irmã, ajudou a me denunciar, preciso de mais um motivo para odiar você? — Responde Felipe.

— Felipe… — Dizia Aline.

— Calada! Mais uma palavra e acabo com você agora! — Declarou o rapaz.

            Na delegacia Erick e a polícia começam uma busca por Aline e Lucas, o rapaz está desesperado e a única coisa que consegue fazer é rezar para que esteja tudo bem com os dois.

— Ei, Erick, nós vamos encontra-los, fique calmo! — Consolou o delegado.

            Erick retribui o apoio com um sorriso, mas a verdade é que ele está desesperado.

            No cativeiro Aline descobre o plano de Felipe, ele não fará mau a eles desde que a moça o ajude a atrair Vitória para o cativeiro, será uma troca, Aline e Lucas por Vitória e Pedro, é simples assim.

— Jamais te ajudaria seu assassino! — Responde Aline.

— Bom então, terei que te matar, você e essa coisinha que está em seus braços! — Ameaçou Felipe.

— Não! Felipe por favor, faça o que quiser comigo, mas não toque em meu filho! — Suplica Aline desesperada.

— O que quero é a desgraçada da minha irmã e o traidor do Pedro! — Declarou o rapaz.

— Traidor? O que foi que Pedro te fez? — Questiona Aline.

— O que ele fez? Pedro me abandonou na pior fase da minha vida, eu era só uma criança e ele me abandonou! — Revelou Felipe.

            Aline percebe no olhar de Felipe que ele está completamente fora de si, é como se ele não tivesse mais vida dentro de si, ele vivia e era movimentado por magoas e raiva.

— Felipe, não precisa ser assim! — Tentou consolar Aline.

— Se não for assim, vai ser como? — Revida Felipe limpando as lagrimas que escorrem em seu rosto.

— Não tem outro jeito, eles têm que pagar pelo que fizeram comigo! — Declarou o rapaz.

— E se você não me ajudar, acabo com você e esse monstrinho! — Ameaçou Felipe novamente.

— Você não pode, Felipe o Lucas é seu sobrinho! — Revelou Aline.

— Sobrinho? Como assim? — Questiona o rapaz confuso.

— Felipe o Erick é seu irmão, você foi tirado da família deles e vendido por aquela enfermeira. — Revelou Aline.

— Irmãos? — Disse Felipe com os olhos cheios de lagrimas.

— O Erick? Meu irmão? — Pergunta Felipe visivelmente abalado.

— Mas isso… — Concluiu Felipe saindo do quarto em choque.

            Nas ruas do Rio de Janeiro um verdadeiro mutirão está em busca do paradeiro de Aline e Lucas. Afonso visitou todos os lugares que ele conhecia, mas não encontrou nenhum sinal. Erick e a polícia iniciam uma busca pelo interior, mas também não encontram nada suspeito.

            De volta ao esconderijo Diogo chega com o aviso de que Erick reuniu um mutirão para encontrar a esposa e o filho, Felipe ordena que o motoqueiro leve uma mensagem a polícia. Diogo faz o que foi solicitado e deixa uma carta anônima na delegacia na carta diz o seguinte:

            Estou com a Aline e Lucas, eles estão bem, mas não garanto quanto tempo ficarão, o que quero propor é bem simples Erick, uma troca justa, a sua esposa e seu filho, por Vitória e Pedro. Aguardo sua resposta irmãozinho.

            Assim que recebem a carta os policiais ligam para o delegado que está com Erick e solicitam que eles retornem. Ao chegar na delegacia Erick lê a carta e liga para que todos parem as buscas e vão até o seu encontro.

            Na delegacia iniciou-se uma discussão, como eles fariam para resgatar Aline e Lucas sem precisar ceder ao pedido de Felipe.

— Não tem como Erick! Acho que a única resposta é fazer o que ele está pedindo! — Disse Pedro.

— É isso, vou me entregar! Não posso deixar que Aline ou Lucas paguem por um problema que causei! — Afirma Vitória.

— Nós vamos nos entregar! — Concorda Pedro beijando a mão da namorada.

— Não! Não vai ser assim, nós não vamos perder ninguém! Vocês são minha família e vou lutar por vocês! — Declarou Erick.

— Erick, sou grato, você é o melhor irmão do mundo, mas não há outra alternativa e além do mais, que tipo de amigo eu seria se deixasse que sua família pague o preço por um problema que é meu! Tudo isso é culpa minha, chegou a hora de me acertar com meu passado! — Declarou Pedro.

— Delegado? — Disse Erick.

— Nós vamos até lá e tentamos uma negociação com ele, tudo vai depender do estado em que Felipe se encontra, não imagino onde toda essa história pode dar! — Declarou o Delegado.

— Então está decidido! Vamos até lá e efetuamos a troca! Erick, saiba que está tudo bem! Você é a melhor pessoa desse mundo e o que vou fazer não é só por você e sua família, mas é por mim, como disse antes, é hora de enfrentar meu passado! — Declarou Pedro abraçando Erick.

            Atrás da carta entregue por Diogo havia a localização do esconderijo do rapaz, a polícia e todos os amigos de Erick vão até o local.

— Que barulho é esse? — Percebe Aline no quarto.

— Então o resgate chegou! — Responde Felipe.

— Vá lá fora e anuncie que as únicas pessoas que vão entrar são Erick, Pedro e Vitória. — Ordenou Felipe a Diogo.

            O comparsa faz o que Felipe solicita. E assim foi feito, Erick, Pedro e Vitória entram na casa, do lado de fora Taisa, Erick (advogado), Raul, Natalia e Afonso estão apreensivos junto a equipe policial.

— Finalmente nos encontramos! — Declarou Felipe.

— É, e agora você já pode soltar Aline, Lucas e Erick! Como combinamos! — Responde Pedro.

— HAHAHA, você acha mesmo que os soltaria? Pedro não seja tão ingênuo! — Declarou Felipe.

— Felipe, pelo amor de Deus! — Suplica Vitória.

— Cala a boca! Você Vitória é minha maior decepção, você me entregou para polícia! — Gritou Felipe.

— Onde está minha esposa e meu filho Felipe! — Reivindica Erick.

— Não interessa! Eu nunca vou contar para vocês, agora é hora de nos acertarmos não é mesmo! — Afirma Felipe.

— Amarre eles Diogo! — Ordenou o rapaz.

            Diogo amarra os três e então Felipe revela o motivo de tudo aquilo estar acontecendo.

— Tudo por culpa sua! Se você não tivesse me abandonado naquele dia, Pedro minha mãe havia morrido, eu estava sem chão, você nem se importou com a minha dor! — Declara Felipe chorando.

— Felipe… — Dizia Pedro.

— CALA A BOCA! — Gritou Felipe.

— Não tem justificativa! — Completa Felipe.

—  E você minha irmã, minha própria irmã me entregou para a polícia… — Continua Felipe.

— Você precisa de ajuda Felipe… — Responde Vitória.

— Não! Não preciso de ajuda! Preciso de vingança! — Declarou Felipe.

— Mas o Erick e a Aline não têm nada que ver com essa vingança Felipe. — Insiste Pedro.

— Têm! Erick não te demitiu quando pedi! E ele e Aline ajudaram a esconder você Vitória, todos têm culpa, todos! Aliais, Erick não contou o segredinho? Somos irmãos! O único que não tem culpa nenhuma é o bebê e é por isso que não vou machucá-lo, pelo contrário, Erick, vou cuidar dele por vocês, vou cuidar do meu filho! — Declarou Felipe completamente fora de si.

— Felipe, você está maluco, me devolve meu filho, ele é meu filho! — Gritou Erick desesperado.

— Não, ele não é seu filho, ele é nosso filho! — Declarou Felipe abrindo a porta do quarto.

            De dentro do quarto Andressa sai com o pequeno Lucas em seus braços, no fundo Erick vê Aline amarrada no chão do quarto.

— Andressa?! — Surpreende-se Erick.

— Acabou Erick, esse é o fim da linha para vocês quatro, mas não se preocupe, eu e Felipe cuidaremos do Lucas com muito amor! — Declarou Andressa com o bebê em seu colo.

— A polícia está ai fora! Vocês não vão escapar! — Rebate Erick.

— Não se preocupe com isso também, tem um carro na estrada atrás da casa e ele já está a nossa espera! — Revida Andressa pegando na mão de Felipe.

— Andressa! Não faz isso, pelo amor de Deus! — Implorou Erick.

— Está tudo bem Erick! O Lucas vai ficar bem! — Disse Andressa olhando no fundo dos olhos de Erick.

            Era como se a moça estivesse passando um recado a ele. Andressa se aproxima de Erick para que ele se despeça do filho e cochicha em seu ouvido.

— Ela está solta! Nós vamos para o apartamento de Felipe no centro, há um helicóptero nos esperando, vão o mais depressa o possível, mas não nos impeçam de fugir agora!

            Erick entende o recado, beija a cabeça do filho e finge uma despedida.

— Vamos Felipe, antes que nosso plano de errado! — Disse Andressa.

— Vamos, mas antes… — Responde Felipe dando um sinal a Diogo.

            Diogo pega um litro de gasolina e começa a espalhar pela casa toda.

— O que você vai fazer? — Questiona Andressa.

— Vou acabar com eles, esse era o nosso plano não era? — Responde Felipe.

— Mas você não disse que… — Dizia Andressa.

— Andressa?! Está preocupada com eles? — Questionou Felipe.

— Não! É só que… deixa para lá, vamos logo com isso! — Responde Andressa.

            Diogo termina de espalhar a gasolina na casa e os três saem pela porta dos fundos, na porta Felipe olha para os três presos na sala e Aline no quarto e se despede, Felipe acende um fósforo e inicia um incêndio na casa.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 8 – O Procurado.

Nos dias seguintes Pedro e Vitória iniciam um relacionamento, a jovem está ajudando o namorado a superar a morte da avó, assim como todos os seus amigos.

— Bom dia meu amor! — Cumprimenta Vitória beijando o rapaz.

— Bom dia! — Respondeu Pedro devolvendo o beijo.

— Como você está hoje? — Questiona a jovem.

— Estou bem, tive um sonho hoje e nele eu e minha avó estávamos sentados ali naquelas poltronas, estávamos vendo a novela das nove, era o que mais gostávamos de fazer juntos! Ela pegou na minha mão e disse que não era para mim ficar mais triste, ela está bem, ela vai olhar por nós! — Contou Pedro a Vitória enquanto olha para as poltronas em frente a televisão.

— Que sonho lindo, que bom! Qualquer coisa estou aqui! Não precisa passar por isso sozinho! — Apoia Vitória.

— Sei disso, eu te amo Vitória! — Declara Pedro surpreendendo Vitória, já que em todos esses dias de namoro ele nunca disse isso a ela.

— Eu te amo Pedro! — Responde Vitória beijando o rapaz.

            Na fábrica Aline está no escritório e tem uma nova ideia para o bolo de Whey, a jovem desce até a cozinha da fábrica e escuta Andressa ao telefone.

— Eu não… Olha… pelo amor de Deus… Eu… Felipe… — Disse Andressa no telefone.

— Felipe? Com quem você está falando Andressa? — Disse Aline entrando na cozinha.

— Aline?! — Assustou-se a jovem.

— Eu… é…. eu… Aline… — Gaguejou Andressa.

— Eu sei muito bem com quem você estava falando, você está aqui porque é espiã dele, não é? — Questiona Aline.

— Aline, eu posso explicar, eu… — Responde Andressa.

— Ah, você vai! Vai explicar tudo! — Afirma Aline.

            Aline leva Andressa até sua sala e a coloca contra a parede, Andressa começa a chorar e conta toda a verdade para Aline, conta das ameaças de Felipe, e que nunca teve a intenção de prejudicar a patroa, mas por outro lado ela têm medo de Felipe e por isso o obedece. Andressa súplica ajuda a Aline.

— Por que você não me contou antes? Andressa nós poderíamos ter dado um jeito! — Informa Aline.

— Não podia, você nem imagina o quão perigoso Felipe é, ele pode mandar me matar Aline! — Responde Andressa.

— Sei bem quem ele é! Tudo bem, pois agora você vai continuar fingindo a Felipe que está nos espionando, enquanto isso vou vendo o que a gente vai fazer, temos que por esse maluco na cadeia! — Declara Aline.

            Na delegacia Vitória e Pedro finalmente fazem a denúncia contra Felipe. Vitória entrega a polícia um dossiê com todas as informações que eles precisam para pôr o irmão na cadeia.

— Meu Deus, nós já suspeitávamos, mas a parte do cativeiro, isso é terrível! — Surpreende-se o delegado.

— Vocês precisam prender ele imediatamente. — Afirma Pedro.

— Vamos emitir um mandado de prisão agora mesmo. — Declarou o delegado.

             No escritório de Felipe ele recebe uma ligação de Diogo.

— Chefe! Meu contato informou que a polícia acaba de emitir um mandado de prisão contra o senhor! — Revela Diogo.

— Então minha irmãzinha resolveu aparecer! Desgraçada! Eu acabo com ela! — Declarou Felipe.

— Venha me buscar, é hora de fugir! — Ordena Felipe.

            Na fábrica Vitória conta para Aline sobre a denúncia.

— Meu Deus, finalmente aquele maluco vai ser preso, os crimes que ele cometeu são hediondos, ele precisa pagar! — Comemora Aline.

            Na loja de suplementos Pedro também conta a novidade a Erick.

— Meu Deus, então uma hora dessa a polícia já está batendo na porta dele, graças a Deus vão prender esse homem! — Comemora Erick.

— É, Erick, tem mais uma coisa que queria te contar. — Inicia Pedro.

— Claro, o que é? — Questiona Erick.

— Erick descobri a verdade sobre minha origem, já faz uns dias, na verdade no dia que minha avó morreu. Erick sou filho do Álvaro, o pai do Felipe! — Revelou Pedro.

— O que? Então vocês são irmãos? Mas e a Vitória? — Questiona Erick confuso.

— Não, nós não somos irmãos, é uma longa história… — Continuou Pedro.

            Pedro conta toda a sua história a Erick, conta da troca dos bebês que Jade e Elisa fizeram, conta de Lilian sua mãe e o romance extraconjugal que teve com Álvaro, Pedro conta tudo ao amigo.

— Meu Deus! Que loucura Pedro, então isso significa que você é o verdadeiro herdeiro de Álvaro? Você é o dono da rede de supermercados! — Surpreende-se Erick.

— É… não! Na verdade, não, não quero nada desse dinheiro Erick, é da Vitória, é tudo dela! Eu não quero nada! Esse dinheiro só me trouxe dor e sofrimento! — Declarou Pedro.

— Mas Pedro, é muito dinheiro cara, e é seu por direito. — Insistiu Erick.

— Eu sei, mas se tem uma coisa que aprendi com você Erick, é que o único dinheiro que vale a pena é aquele que vem do nosso suor, do nosso trabalho! — Declara Pedro.

— Que orgulho de você Pedro! — Orgulha-se Erick abraçando o amigo.

            Após a conversa, Pedro sobe até o escritório de Erick e deixa o livro de registros de óbitos e nascimentos sobre a mesa do amigo, em meio ao livro há uma carta antiga assinada por Elisa.

            Enquanto isso Felipe se esconde em uma casa do interior, ele ordena que Diogo fique de olho em Aline, Erick, Pedro e Vitória.

— Eu vou me vingar! Eu vou acabar com todos eles! Um por um! — Decretou Felipe.

            De repente o jornal na televisão da casa anuncia Felipe como um fugitivo da justiça, o rapaz olha para televisão e durante o anúncio começa a lembrar de cada crime que cometeu, um por um. Felipe começa lembrando do envenenamento do pai, ele pusera o veneno na taça de espumante para brindar com Álvaro. Em seguida a morte da enfermeira Jade que ele atirou da escadaria do terceiro andar, após Felipe pensa no atropelamento de Ângela a mulher que o ameaçou, e por fim o rapaz lembra da morte de Nicolau. Felipe estava decidido, ele já tinha suas próximas vítimas e elas eram Aline, Erick, Pedro e principalmente Vitória.

— Você é a pior irmã do mundo! — Declarou Felipe cheio de ódio.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 7 – A Hora da Verdade.

Nos dias seguintes Andressa cumpriu seu trabalho com muita dificuldade, Vitória não a deixa em paz e desconfia de cada passo dela na fábrica, mesmo assim Andressa consegue umas brechas, no fim do dia ela liga para Diogo e passa o relatório dos passos dos três.

— Ótimo, tenho um plano, vou até a loja de suplementos hoje, preciso fazer uma visitinha a um velho amigo! — Declarou Felipe em uma ligação com Diogo.

            No fim do dia Felipe faz exatamente o que disse que faria, ele vai até a loja de suplementos, ao chegar ele solicita a presença de Pedro.

— Ai está você! Podemos conversar? — Questiona Felipe.

— E por que eu conversaria com você? Não temos assunto nenhum a tratar! — Responde Pedro.

— Ahhh Pedro, nós temos sim! Já sei de tudo! — Revela Felipe.

— Não sei do que você está falando! — Revida Pedro.

— Vitória! Você a ajudou a fugir! Onde ela está? — Insistiu Felipe.

— Eu insisto em dizer que não sei do que você está falando! — Rebate Pedro.

— Tudo bem! Não quer dizer, vou até a polícia e te denuncio por sequestro! — Ameaça Felipe.

— Vai na fé! Eu vou até lá e te denuncio por cárcere privado e assassinato! — Responde Pedro.

— O que? Como você… isso não vai ficar assim Pedro, você não pode contra mim! — Declara Felipe visivelmente nervoso com a ameaça de Pedro.

— Felipe, você que não pode contra mim! — Decretou Pedro cara a cara com Felipe.

            Felipe sai da loja de suplementos em fúria, ele odeia ser ameaçado, o rapaz perde totalmente o controle quando percebe que está nas mãos de alguém. Felipe entra no carro completamente fora de si, ele liga o carro e percebe que Erick vem chegando na loja, o rapaz age por impulso e joga o carro para cima do marido de Aline, mas antes que Felipe possa atingir Erick um carro bate na lateral do seu.

— Meu Deus! — Exclamou Pedro.

            Dentro do carro Felipe está tonto com a batida, o rapaz sai do carro e questiona o que aconteceu.

— Mas o que… Ahhh, o que aconteceu? — Disse Felipe gemendo de dor.

            Do outro carro desce Aline cambaleando.

— Aline? — Dizem Erick e Pedro simultaneamente.

— Amor! Você está bem, meu Deus, o que aconteceu? — Questiona Erick.

— Você está bem? — Pergunta Aline ao marido.

— Estou, mas e você, se machucou? — Responde Erick preocupado.

— Estou bem, já fiz isso uma vez, foi divertido repetir! — Revelou Aline.

— O que? Você está maluca! Pelo amor de Deus, nunca mais repita isso! E Lucas, onde ele está? — Questiona Erick assustado.

— Ele ficou na fábrica com a Taisa, eu estava em uma confeitaria. — Responde Aline.

— Graças a Deus, mas você está bem mesmo? — Insiste Erick preocupado com a esposa.

— Está tudo bem, para de insistir! — Responde Aline.

— Agora e você? Tá maluco? Porque atirou o carro para cima do meu marido? — Questiona Aline a Felipe.

— Não sei o que aconteceu, perdi o controle do carro… — Mentiu Felipe.

— Perdeu o controle da vida não é! — Provoca Aline.

            Felipe entende o recado da moça, mais uma pessoa sabe de seus crimes e isso o assusta.

— Preciso ir, me desculpem o acidente… — Responde Felipe.

— Vai mesmo, e é melhor ficar bem longe da gente! — Declarou Aline.

— Eu vou, não se preocupe, tudo vai se ajeitar! — Afirma Felipe em tom de ameaça.

            Felipe liga para seu segurança buscá-lo e vai para casa. Aline e Erick também deixam o trabalho mais cedo depois do acidente, em casa os dois conversam.

— O que foi que aconteceu? — Questiona Erick.

— Você percebeu? Erick ele ia te atropelar de propósito! — Responde Aline.

— Percebi, e o que foi aquela ameaça que ele fez! “tudo vai se ajeitar”. Que cara maluco! — Assusta-se Erick.

— Você acha que ele pode tentar algo contra nós? — Pergunta Aline.

— Não sei, mas ele não é nem louco, por vocês faço tudo! Ninguém mexe com a minha família! — Declarou Erick abraçando a esposa.

            No dia seguinte Pedro e Vitória acordam cedo e conversam na mesa do café, Pedro conta a jovem sobre o acidente.

— Meu Deus, Felipe tentou matar o Erick? Isso está indo longe demais Pedro, preciso impedi-lo. — Declarou Vitória.

— Mas será que a polícia vai acreditar no seu depoimento? — Questiona Pedro.

— Sim, conclui as investigações, consegui as provas, testemunhas, tudo o que é necessário para por Felipe atrás das grades! — Revela Vitória.

— Pedro, tem mais uma coisa que eu ando reparando desde que comecei a trabalhar na fábrica, aquela funcionária Andressa, ela é meia estranha, cheia de segredos e ligações misteriosas, não gosto dela! — Comentou Vitória.

— A Andressa, bem, ela… ela tem um passado um pouco conturbado com Aline e Erick, outro dia te conto, o fato é que ela foi para um retiro espiritual depois que saiu da cadeia e parece que ela mudou, pelo menos é no que Aline acredita. — Revela Pedro.

— Mas mudando de assunto, Vitória estive pensando, será que você aceita jantar comigo hoje? — Pergunta Pedro meio envergonhado.

— Bem, nós moramos na mesma casa, com certeza jantarei com você! — Respondeu a jovem com um sorriso no rosto.

— Ah não, é que pensei em jantarmos fora hoje… — Explicou-se Pedro.

— Sair? Tipo… um encontro? — Pergunta Vitória.

— É, um encontro! — Responde o rapaz.

            Pedro se aproxima de Vitória e um clima começa a rodeá-los, a moça já está morando a meses na casa do rapaz e desde aquele dia Pedro já sente algo especial pela jovem, ele não pode negar que está se apaixonando, e o melhor é que Vitória também está. Quando os dois estão prestes a se beijar Elisa entra na sala.

— NÃAAAAAOOOO! — Gritou a avó de Pedro.

            Os dois se afastam e se assustam com o grito de Elisa.

— Vó! O que foi! — Questiona Pedro.

— Não, Pedro vocês não podem, meu filho… me desculpe… vocês estão confundindo os sentimentos… — Dizia Elisa tentando não revelar muitas coisas.

— Do que você está falando Elisa? — Questiona Vitória.

— Eu não posso… vocês não podem… — Insistia Elisa.

— Não podemos o que vó? — Questiona Pedro confuso.

            Elisa viu-se em uma enrascada, ela já não pode mais guardar seu segredo, Pedro e Vitória não podem se beijar porque são irmãos, mas como ela poderia revelar isso ao neto, ela terá que contar que mentiu para Pedro durante todos esses anos, mas ela não fez por mal, fez porque prometeu a Lilian, sua verdadeira mãe. Chegou a hora e Elisa não irá mais conseguir esconder, é a hora da verdade.

— Pedro, meu neto, sente-se aqui! — Pediu Elisa.

— O que vou te contar agora, é uma coisa que já deveria ter contado a muito tempo. — Iniciou a avó de Pedro.

— Mas por favor me prometa que não ficará bravo comigo, fiz o que fiz por conta de uma promessa, por favor meu filho entenda meu lado! — Pediu Elisa.

— Vó, jamais ficaria bravo com você! Eu te amo e sei que se fez algo, foi para o meu bem! — Concorda Pedro.

— Vocês querem que eu deixe vocês a sós? — Questionou Vitória.

— Não! Minha filha, isso também diz respeito a você! — Surpreende Elisa.

— A mim? — Estranha Vitória.

— Vocês não podem se beijar porque são irmãos! — Revelou Elisa.

            Pedro entra em choque, ele não pode acreditar no que a avó está dizendo, como ele e Vitória podem ser irmãos? Aquilo não faz sentido nenhum para o rapaz. Ele olha para Vitória sem entender;

— O que? — Disse Pedro com os olhos lacrimejantes.

— O que a senhora está dizendo? Isso é loucura! — Declarou o rapaz.

— Não, meu filho a muitos anos atrás, eu era enfermeira no hospital, em uma noite após o plantão, a campainha tocou e encontrei um bebê na minha porta, era você Pedro. Procurei sua origem por um tempo até que um dia Nicolau me contou sobre sua mãe, foi ele, foi Nicolau quem deixou você na minha porta. — Revelou Elisa.

— Meu Deus, Vó, o que a senhora está dizendo? — Pergunta Pedro confuso em meio a lagrimas.

— Meu amor, sua mãe era Lilian, aquela mulher que visitamos lá no interior quando você era pequeno lembra? — Disse Elisa.

— Meu Deus! — Responde Pedro entrando em desespero.

            Pedro chora feito uma criança, ele passou meses procurando informações sobre sua origem e a fonte de toda a verdade estava ali na sua própria casa.

— Vó… eu… eu… — Disse Pedro caindo em lagrimas.

— Sua mãe teve de fugir para lá porque seu pai, o Álvaro, ele tentou matá-la quando descobriu que ela estava grávida. — Continuou Elisa.

— Matá-la? Meu Deus, então, foi isso… — Disse Vitória em choque.

— Sim, e por isso vocês não podem se beijar, seu pai Álvaro, também é o pai de Pedro! — Declarou Elisa a Vitória.

— Não! O Álvaro não é meu pai! — Revela Vitória.

— Não é? — Questiona Pedro.

— Não, minha mãe não podia ter filhos, Pedro, eu fui adotada! Nós não somos irmãos! — Revelou Vitória.

            Pedro olha para a jovem e agradece a Deus por não serem irmãos, afinal o rapaz já está apaixonado por ela e não saberia o que fazer se eles não pudessem ficar juntos, tantas revelações e pelo menos uma delas o deixa feliz. Pedro beija Vitória que revida com outro beijo, em meio a beijos e lagrimas Pedro direciona sua atenção para a avó.

— Me perdoe Pedro, não queria ter mentido, mas não podia, prometi a sua mãe. — Explicou-se Elisa.

— Vó, não tenho o que te perdoar, você cuidou de mim, me alimentou, me educou, eu te amo! Te amo eternamente dona Elisa! — Declara Pedro abraçando e beijando a avó.

— Mas então se não sou seu irmão, e o Felipe? — Questiona Pedro.

— Pedro, Felipe cometeu todos aqueles crimes, porque descobriu que não era filho do nosso pai, a enfermeira Jade contou a ele que ele foi trocado na maternidade! — Revelou Vitória.

— Trocado? — Questiona Elisa.

— Sim, Felipe foi trocado por Jade e uma colega! — Declarou Vitória.

            Elisa sente-se mau, a avó de Pedro põe a mão no peito e sente uma forte dor, Pedro e Vitória se desesperam e levam a enfermeira para o hospital as pressas, Elisa sente que sua hora está chegando, ela já havia revelado ao neto a verdade e essa era a única coisa que a mantinha presa aqui, é hora de se despedir.

— Pedro… meu filho… eu te amo! E antes de partir… — Iniciou Elisa.

 — Vó, fica quietinha, você vai ficar bem! — Disse Pedro em meio a lagrimas enquanto dirige em direção ao hospital.

— Pedro, fui eu! Fui eu que troquei os bebês com a Jade! — Revela Elisa ao neto.

— Vó… — Disse Pedro chorando.

— Eu te amo… — Declara Elisa dando seu último suspiro de vida nos braços de Vitória.

— Vó? Vó? Por favor, não…. não me deixa… Vó… — Chamava Pedro em desespero.

— Pedro, acho que… meu amor… — Disse Vitória em meio a lagrimas.

            Pedro e Vitória chegam ao hospital, mas já é tarde, Elisa morreu no caminho. Erick e Aline são avisados e correm as presas para apoiar Pedro nesse momento tão difícil. No hospital Pedro chora desesperadamente, Vitória o abraça, de repente uma surpresa, Aline, Erick, Raul, Taisa, Natalia, Erick (advogado) e Afonso chegam para apoiá-lo, sim todos estavam lá, a família de Pedro, assim como deve ser.

— Vocês? Aqui… — Disse Pedro emocionado.

— Pedro, nós somos sua família e jamais te deixaríamos só nesse momento! — Disse Aline abraçando o rapaz.

— É cara! A gente está aqui! — Afirma Erick abraçando o amigo.

— Um por todos… — Disse Raul.

— E todos por um! — Completou Erick (advogado).

— Na alegria… — Continua Natalia.

— E na tristeza! — Completa Taisa.

— Para sempre juntos Pedro, como uma família deve ser! — Concluiu Afonso.

            Todos juntam-se a Pedro em um grande abraço coletivo, o amor deles aquece o coração do rapaz, ele está devastado com a morte da avó, mas ao mesmo tempo está grato por tanto amor recebido. Pedro sabe que toda essa dor da perda irá passar, ele só precisa estar com pessoas como eles, pessoas que o amam de graça, sem interesse algum, sem querer nada em troca, pessoas que amam pelo simples prazer de amar.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 6 – A Funcionária Nova.

Naquela noite Elisa e Pedro preparam uma verdadeira “operação disfarce” em Vitória, eles cortam e tingem o cabelo da jovem a deixando irreconhecível, Vitória se tornou uma nova mulher.

— E então? O que vocês acham? — Questiona Vitória apreensiva.

— Uau! Você está incrível! Quer dizer, você já era incrível…, mas agora você está ainda mais… ahhnn você… — Gaguejou Pedro.

— Você está linda! — Concluiu Elisa.

— É! Está linda! — Concorda Pedro.

— Bem, vou servir o jantar! Pedro amanhã você vai precisar arrumar roupas novas para Vitória. — Declarou Elisa.

— Claro, eu tenho um plano! — Responde Pedro.

— E preciso de um novo nome, pensei em Catarina, vocês gostam? — Pergunta Vitória.

— Está ótimo! — Concordaram Pedro e Elisa.

            Na casa de Felipe o rapaz está inquieto, ele ainda não consegue acreditar que Vitória havia escapado do cativeiro, o rapaz está cheio de ódio e não para de andar de um lado para o outro, de repente o seu celular toca, Felipe atende e recebe a notícia de que Vanusa está morta, mas não encontraram nenhum sinal de Vitória. Felipe desliga o telefone e vai até seu escritório, o rapaz começa a olhar as imagens das câmeras de segurança e não encontra nada. Madrugada adentro Felipe continua sua busca por respostas através das câmeras, ele resolve olhar as câmeras que ficam em volta da casa e encontra uma imagem na esquina, Felipe descobre todo o plano de Pedro, as imagens são claras Vitória e Vanusa haviam fugido com a ajuda do rapaz.

— Desgraçado! Alguma coisa me dizia que tudo isso tinha um dedo seu! Mas isso não ficará assim! — Declarou Felipe cheio de ódio.

            No dia seguinte Pedro, Vitória e Elisa se levantam cedo, a avó do rapaz prepara um café da manhã reforçado e Pedro avisa a moça que ela o acompanhará até o trabalho.

— Mas e se Felipe me encontrar? — Questiona Vitória.

— Vai por mim, ele nunca te reconheceria! — Responde Pedro.

            Os dois tomam café e se despedem de Elisa. Pedro e Vitória vão até a loja de suplementos, na loja Erick chega e encontra Pedro com uma moça loira.

— Bom dia! — Cumprimenta Pedro.

— Bom dia! — Responde Erick.

— Erick essa é Catarina, queria saber se posso leva-la até a fábrica, ela é uma amiga que chegou recentemente ao Rio, está precisando de um emprego. — Contou Pedro.

— Bem, claro, pode levar. — Concorda Erick.

            Erick acha estranho o fato de Pedro levar Catarina para um emprego na fábrica, ele era gerente da Fit for Fit, eles têm dezenas de lojas espalhadas pelo Rio, por que ele mesmo não a contratou para uma das lojas? Erick não sabe da resposta, mas vai descobrir.

            Na fábrica Aline termina de amamentar o filho e o põem dormir no bebê conforto, quando se senta novamente em sua cadeira a moça recebe uma ligação da secretária a informando de que Pedro solicita falar com ela.

— O Pedro? Tudo bem, mande ele entrar. — Autoriza Aline.

            Pedro entra na sala com Vitória e Aline estranha.

— Pedro? Você por aqui? E essa moça… quem é? — Perguntou Aline.

— Bom dia Aline, essa é Catarina e preciso de um favor, ela chegou recentemente ao Rio, está precisando de um emprego, será que você arrumaria alguma coisa para ela na cozinha da fábrica? — Questiona Pedro.

— Na cozinha? Pedro, você acha que sou boba? Uma moça linda dessa, que inclusive está evitando olhar nos meus olhos, anda logo, o que está havendo? — Revidou Aline.

            Pedro e Vitória se olham e então a jovem começa a falar, ela conta tudo a Aline, revela tudo que passou nas mãos de Felipe, incluindo o cativeiro, ao concluir a história Vitória implora para que Aline a ajude.

— Meu Deus! Isso é horrível! Você precisa denunciá-lo, esse garoto é maluco! — Afirma Aline.

            — Não Aline, ainda não! Preciso resolver umas coisas antes e conseguir provas concretas de que ele cometeu os crimes, depois disso, ai sim posso denunciar o Felipe! — Declarou Vitória.

— Mas e você, vai me ajudar? — Questiona Vitória apreensiva.

— É claro que vou! Não se preocupe, vamos dar um jeito nisso tudo! — Declarou Aline.

            Aline leva Vitória até a cozinha da fábrica e a anuncia como nova ajudante, ela pede para que Vitória fique de olho em tudo pois Aline ainda está desconfiada do bolo salgado que causou tantas confusões.

            Na loja de suplementos Erick coloca Pedro contra a parede e o faz contar toda a verdade.

— Pedro? Aconteceu alguma coisa? Aquela moça que estava aqui mais cedo… quer me contar? — Questiona Erick.

— Erick, é uma longa história, podemos conversar no escritório, não posso arriscar que alguém ouça, mesmo que sem querer. — Responde Pedro.

            No escritório Pedro conta tudo a Erick, explica cada pedacinho da história, desde o cativeiro, os crimes cometidos por Felipe até a fuga, Erick se solidariza com o amigo e afirma que ele também ajudará no que for preciso.

— Obrigada Erick, já te disse isso um milhão de vezes, mas não me canso de dizer, eu te amo cara! — Agradece Pedro.

— Que isso, conta sempre comigo irmão! Eu te amo! — Responde Erick abraçando o amigo.

            Em casa, Felipe liga para Diogo, o rapaz solicita para que o motoqueiro entre em contato com Andressa, está na hora de pôr mais uma parte de seu plano em prática.

— O chefe mandou que você fique de olho na rotina dos três, Erick, Aline e Pedro! Ele sabe que o tal do Pedro tem parte em um problema que causaram a ele. — Informou Diogo.

—  Meu Deus! Quando isso vai acabar? — Se questionou Andressa ao desligar o telefone.

— Oi! Sou Catarina, e você? — Questiona Vitória após ver Andressa guardar o telefone.

— Meu nome é Andressa, sou ajudante aqui na fábrica, assim como você. — Responde Andressa cumprimentando Vitória.

— Agora se você me der licença, preciso dar uma saidinha, preciso falar com a Aline. — Disse Andressa tirando o avental.

— Claro! Foi um prazer! — Responde Vitória.

            Andressa sai da cozinha pensativa, aquela funcionária nova chegou do nada e quase escutou sua conversa ao telefone, aquilo pareceu estranho para a moça. Na sala de Aline, Andressa pede a patroa um novo cargo.

— Um novo cargo? — Questiona Aline.

— Mas qual o problema em trabalhar na cozinha? — Pergunta a moça.

— Bem, não há problema algum, mas como trabalhei anos na loja de suplementos, pensei que você poderia me arrumar algo melhor como sua assistente por exemplo. — Responde Andressa.

— Bom, Andressa como te disse no dia que te contratei, não há outro cargo disponível aqui, apenas o de ajudante na cozinha, infelizmente se você quer algo melhor, terá de procurar em outro lugar! — Responde Aline desconfiada.

— Ah não, está tudo bem! Sou grata a você, me desculpe te importunar uma hora dessa, vou voltar ao trabalho! — Declarou Andressa deixando a sala de Aline frustrada.

            Ao chegar na cozinha Andressa leva um susto.

— Conversou com a Aline? — Perguntou Vitória.

— AAAAIII, que susto, meu Deus de onde você veio? — Assustou-se Andressa.

— Com licença Catarina, tenho muito trabalho a fazer, e sobre meus assuntos com Aline, isso só diz respeito a nós duas! — Concluiu Andressa colocando o avental.

            Andressa corre para sua bancada, ela mexe uma massa de bolo e começa a pensar sobre quem é essa funcionária nova. Ela não agradou a jovem, parece um cão de guarda, Andressa percebeu que tinha problemas e que vigiar Aline, Erick e Pedro não seria tão fácil, não da cozinha da fábrica.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 5 – O Super-Pedro.

No dia seguinte Pedro levanta cedo e encontra Vanusa na porta da casa saindo para o trabalho, Vanusa se assusta ao ver o rapaz, desde que contou sobre Vitória a Pedro, a empregada anda nervosa e com medo de que isso chegue aos ouvidos de Felipe.

— Oi Vanusa! — Cumprimenta Pedro.

— Pedro, bom dia! — Responde a empregada.

— Quer uma carona? — Ofereceu o rapaz.

— Não Pedro, é melhor o seu Felipe não nos ver juntos, tenho medo! — Revelou a empregada.

— Tudo bem, mas quero que você saiba que vou sim dar um jeito de tirar Vitória do cativeiro, e acho que você deveria me ajudar! Vanusa o que o Felipe está fazendo é desumano! — Pontuou Pedro tentando convencer a empregada.

— E o que eu poderia fazer? — Cogitou Vanusa.

— Pode começar contando a Vitória que pretendo tira-la de lá! Quem sabe ela tenha uma ideia de como posso fazer. — Aconselha Pedro.

— Tudo bem, você tem razão, vou ajuda-lo! — Declara Vanusa.

            Vanusa vai para o trabalho e encontra Vitória no cativeiro, no porão as duas conversam e Vanusa revela que Pedro pensa em uma forma de tirar Vitória de lá.

— Pedro? Mas o Pedro… o mesmo que era melhor amigo de Felipe na infância? — Pergunta Vitória.

— Sim, ele mesmo! — Respondeu Vanusa.

— Mas porquê? Qual o motivo dele me ajudar? — Questiona a jovem.

— Não sei, o Pedro é uma pessoa boa, ele não faz as coisas com intenção de um retorno, ele é assim, bom de coração dona Vitória. — Responde Vanusa.

— Contei a ele sobre a senhora estar presa e ele simplesmente disse que tiraria a senhora daqui. — Concluiu a empregada.

            Vitória se anima e finalmente cria esperanças reais de que vai sair do cativeiro, depois de dois meses presa ela finalmente voltaria a respirar ar puro, a ver a luz do sol e isso a anima muito. Vitória chora de emoção e abraça Vanusa.

— Ele é meu super-herói Vanusa, ele é o Super-Pedro! — Declarou Vitória com lagrimas nos olhos.

— É, ele é! Agora, a senhora tem alguma ideia de como nós podemos fazer isso? — Questiona Vanusa.

— Primeiro preciso que me faça um favor! — Disse Vitória.

— Qual? — Questiona a empregada.

— Você vai até a sala do Felipe e procura uma pasta com meu nome, acredito que esteja lá no escritório dele, só depois disso vou poder fugir, preciso levar as provas comigo Vanusa! — Declarou a jovem.

— Tudo bem, acho que já vi essa pasta em uma gaveta do escritório. — Revela a empregada.

— Depois disso a gente combina com o Pedro um dia para me tirar daqui. Nós precisamos sumir, precisamos ir para um lugar onde o Felipe não nos encontre, ou ele é capaz de nos matar Vanusa! — Disse Vitória

— Já disse isso a Pedro, mas para onde vamos? E como vamos sobreviver escondidas? — Questiona Vanusa.

— No meu quarto, atrás do retrato da minha mãe tem um cofre, vou te passar a senha e você pega o dinheiro. Tem uma grande quantia em dinheiro e joias, dá para gente fugir e viver por alguns meses e nesse tempo faço a denúncia e solicito a prisão de Felipe! — Declarou a jovem.

            Vanusa faz o que Vitória solicitou, ela vai até o escritório e encontra a pasta, a empregada leva a pasta até Vitória e liga para Pedro. Vanusa explica para o rapaz que a casa é cheia de seguranças e que eles precisam de uma forma de esconder Vitória.

— Eu já sei! Você tem aqueles carrinhos de lixo na casa não tem, aqueles grandes com rodinhas? — Questiona Pedro.

— Sim, tem sim! — Responde a empregada.

— Coloca a Vitória dentro de um desses carrinhos no fim do dia antes de Felipe chegar em casa, os seguranças nunca vão desconfiar! — Propôs Pedro esperançoso.

— É isso, você tem razão, e hoje é dia de lixo, precisamos fazer isso hoje! — Concorda a empregada.

— Combinado, lá pelas cinco e meia espero na frente da casa! Vamos tirar a Vitória daí hoje!  — Decretou Pedro.

            Vanusa conta o plano a Vitória que concorda com tudo e se prepara para fugir do cativeiro, perto das cinco horas da tarde Vanusa sobe até o quarto de Vitória e abre o cofre, a empregada fica chocada com a quantidade de dinheiro e joias no cofre, ela põe tudo em sua bolsa. Cinco e vinte Vanusa está na cozinha e recebe uma mensagem de Pedro informando que já está na esquina, ele informou a Vanusa que ela teria que levar o carrinho até lá para que as câmeras de segurança da casa não as filmassem.

            A empregada desce até o porão e Vitória entra na lixeira, Vanusa está saindo da casa quando o portão abre, Felipe chegou mais cedo do trabalho. Ele para o carro ao lado da empregada.

— Onde você pensa que está indo? — Questiona Felipe.

— Vou tirar o lixo senhor Felipe. — Responde a empregada.

— Humm, tudo bem, depois sirva o jantar! Mas lave essas mãos imundas! — Ordena o rapaz.

            Vanusa continua o caminho até o portão da casa, o segurança abre o portão para que ela saia, Vanusa sai e para em frente a casa.

— Poxa vida! O gari já amontoou o lixo na esquina, vou ter que levar até lá! — Diz Vanusa tentando disfarçar.

            Vitória dentro da lixeira critica:

— Que atuação horrorosa Vanusa.

— O que foi isso? — Pergunta o segurança ao ouvir uma voz.

— Nada! Eu falo sozinha! — Declarou Vanusa chutando a lixeira.

            Vanusa leva a lixeira até a esquina onde encontra com Pedro, o rapaz abre a lixeira e quando vê Vitória sair de dentro se encanta com a moça.

— Vitória?! — Disse Pedro boquiaberto.

— Pedro?! Que bom te ver! Que bom ver o mundo de novo! — Responde a jovem emocionada.

— Nós precisamos ir logo! O seu Felipe virá atrás de nós! — Afirma a empregada.

— Vamos! — Concorda Pedro ajudando Vitória a descer da lixeira.

            Os três seguem para casa de Elisa e Pedro, chegando em casa Pedro conta a avó toda a verdade. Elisa fica em choque mas percebe que o que o neto fez foi na melhor das intenções.

— Vocês precisam fugir urgente! — Avisa Elisa.

— Eu já falei isso para eles Elisa! — Concorda Vanusa.

— Eu vou até a minha casa, vou pegar umas mudas de roupa e a gente foge. — Avisa Vanusa saindo da casa de Elisa.

— Mas nós vamos para onde vó? — Questiona Pedro.

— Tem um lugar, vou leva-los! — Informou Elisa.

            Na casa de Felipe o rapaz toma um banho e desce para o jantar, ao chegar na sala de jantar percebe que a mesa ainda não foi servida, ele vai até a cozinha e percebe que Vanusa não está na casa. Felipe começa a desconfiar da empregada e vai até o escritório, o rapaz abre a gaveta e percebe que a pasta de Vitória já não está mais ali.

— Droga! Ela… não! Ela não seria capaz! — Pensa Felipe.

            O rapaz desce até o cativeiro e percebe que ele está vazio, Vitória fugiu e com a ajuda de Vanusa. Felipe chama os seguranças e liga para Diogo, o rapaz ordena que se inicie uma caçada por toda a Rio de Janeiro.

            Na casa de Elisa, Pedro e Vitória aguardam a volta de Vanusa, porém a mesma já deveria ter retornado, o rapaz desconfia e vai até a casa da empregada, ao chegar lá Pedro percebe que a casa está vazia, Vanusa fugiu sozinha.

— A Vanusa não está na casa! — Informa Pedro a Elisa e Vitória.

— O que? Como assim Pedro? — Questiona Vitória.

— Acho que ela fugiu! — Responde Pedro.

— Mas como? Vanusa não tem como fugir sozinha! — Pontua Elisa.

— Tem sim! Ela está com meu dinheiro e minhas joias! — Revelou Vitória.

            Vanusa havia fugido só, ela se desesperou com a demora de Pedro e Vitória e resolveu fugir sozinha, também não nega que se encantou com a quantidade de joias e dinheiro que encontrou no cofre de Vitória, para Vanusa o que aconteceu foi uma troca, a liberdade da moça pelas joias e o dinheiro.

            Na rodoviária Vanusa compra uma passagem para o interior do Mato Grosso, quando está prestes a embarcar no ônibus uma surpresa.

— Graças a Deus! Vou ser feliz bem longe daqui, e com muito dinheiro! — Comemora a empregada.

            De repente ouve-se um tiro, todos na rodoviária começam a correr e gritar desesperados, ninguém sabe de onde veio o tiro, mas logo percebem onde ele chegou, pois ali em meio ao chão do portão de embarque na rodoviária está Vanusa, a empregada não teve nem chance de se esconder, o tiro a acertou em meio ao peito. Vanusa quando caiu deixou a bolsa aberta, uma rajada de vento espalhou todo o dinheiro tirado do cofre de Vitória e as joias acompanhavam Vanusa no chão. O destino poderia ter sido diferente se ela tivesse seguido com o plano de Pedro, mas a ganancia e o medo a fizeram ter um fim trágico.

            Na casa de Elisa e Pedro, os três conversam, Vitória não pode fugir sem dinheiro, Elisa então a aconselha.

— Você pode ficar aqui, seu irmão nunca te procuraria aqui! — Aconselha Elisa.

— Mas e se ele me achar? — Revidou Vitória.

— Você precisa de uma transformação, cortar o cabelo, pintar, sei lá. Durante a noite você fica aqui com a gente e durante o dia já sei o que você fará, eu tenho um plano! — Declara Pedro.

— É isso, preciso de um disfarce! — Concordou Vitória.

            Vitória vira-se para Pedro e o olha com gratidão.

— Obrigada Pedro! Você realmente foi meu super-herói, o meu Super-Pedro! — Declarou Vitória abraçando o rapaz.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 4 – Bolo Salgado.

De volta a fábrica a produção dos bolos continua a todo vapor, e as vendas já se iniciaram nas confeitarias, as primeiras impressões já haviam chegado aos ouvidos de Aline e não poderiam ser melhores, o bolo de Whey é um sucesso.

— Graças a Deus, todo mundo está amando a nossa nova receita! — Disse Aline aos advogados Erick e Taisa.

— Aline você é genial! — Elogiou Taisa.

— Um bolo de Whey, é realmente fenomenal! — Concordou Erick (advogado).

            Enquanto isso Pedro está em uma das confeitarias Doce Mel, o rapaz continua com sua busca pelo diário de registros, mas ele não encontra nenhuma pista. No fim do dia quando está indo para casa encontra Vanusa na parada de ônibus.

— Vanusa, oi! Quer uma carona, estou indo para casa! — Disse Pedro.

— Pedro, claro, aceito sim! — Respondeu Vanusa embarcando no carro.

            No caminho para casa eles conversam sobre o dia de trabalho.

— Hoje nem trabalhei direito, acabei saindo mais cedo, tinha que resolver uns assuntos pessoais. — Conta Pedro.

— O meu dia foi mais um daqueles, desde que dona Vitória foi parar no porão, fico em uma correria para limpar a casa e fazer companhia a ela. — Disse Vanusa.

— Como assim, Vitória está no porão? — Questiona Pedro.

— O que? Ah… não… eu quis dizer que… a dona Vitória, ela montou um escritório no porão! É isso ela montou um escritório e fica lá o dia todo, mas ela não gosta de ficar sozinha e por isso eu faço companhia a ela… — Explicou-se Vanusa.

— Que estranho, uma mansão daquele tamanho e ela montou um escritório no porão? — Estranha o rapaz.

— Vanusa, o que está acontecendo naquela casa? — Pergunta Pedro parando o carro.

— Pedro, não estou entendendo o porquê dessa pergunta. — Responde Vanusa.

— Por favor Vanusa, desde hoje cedo você está deixando escapar, me conte, o que está acontecendo! — Insiste Pedro.

— Eu… Pedro, não posso… — Disse Vanusa.

— Porque não pode? O que Felipe fez com Vitória? — Continua a insistir o rapaz.

— Meu Deus! Pedro, eu vou te contar, mas você precisa me prometer que não vai contar a ninguém, se o seu Felipe descobrir que deixei escapar ele me mata! — Implorou Vanusa.

— Tudo bem, agora me conte logo! — Concorda Pedro.

— O seu Felipe está mantendo a dona Vitória em cativeiro! — Revelou a empregada.

— O que?! — Questiona Pedro incrédulo com a revelação.

— Vanusa, isso é loucura! — Declarou o rapaz.

— Eu sei, mas não posso fazer nada, ele me ameaçou, Pedro, não posso denuncia-lo, se fizer isso ele me mata! — Disse Vanusa chorando.

— E no mais, ele não está fazendo mal a ela, a dona Vitória tem do bom e do melhor, a única coisa que ela não tem mais direito é a liberdade… — Continuou Vanusa.

— Vanusa, a gente não pode deixar isso assim, quanto tempo isso já dura? — Pergunta Pedro.

— Já faz dois meses. — Responde Vanusa.

— Meu Deus, a gente precisa fazer alguma coisa! — Disse Pedro.

— Não! Pelo amor de Deus Pedro! Eu te imploro, se Felipe descobre… — Dizia Vanusa desesperada.

— Fique calma, ele não vai descobrir, eu nunca contaria que você me falou isso, vou dar um jeito e Felipe nunca vai descobrir. — Decretou Pedro.

            Em casa Pedro fica inquieto, o rapaz não tira a situação de Vitória da cabeça.

— Eu preciso tira-la de lá! — Pensou Pedro.

            No dia seguinte Aline e Erick levantam cedo e vão para a fábrica, a notícia não poderia ser melhor, todos os bolos de Whey Protein produzidos no dia anterior foram vendidos e o livro de encomendas está lotado de pedidos.

— Que maravilha! Então vamos logo, vamos pôr a mão na massa! — Declarou Aline.

            Na cozinha da fábrica todos trabalham na produção dos bolos incluindo Andressa.

— Andressa, continue a bater essa massa para mim, precisamos mandar para o forno o mais rápido o possível, esse vai ser especial, um cliente muito importante para Aline vem experimentar nosso famoso bolo de Whey Protein! Eu nem consigo acreditar que essa receita fez tanto sucesso com apenas um dia de vendas! — Disse o mestre Micael.

— Claro, pode deixar que termino de bater a massa! — Responde Andressa.

            Micael vai até o escritório de Aline e Andressa fica na cozinha batendo a massa, ela olha para os lados e percebe que todos estão focados em seus afazeres, a moça pega uma colher e experimenta a massa de Micael.

— Isso está delicioso! — Disse Andressa.

            A jovem começa a pensar em uma ligação que recebeu mais cedo.

            Algumas horas antes…

— Alô. — Atende Andressa.

— Andressa! Chegou a hora! Recebi a notícia de que Aline lançou uma nova receita, quero que você estrague essa receita, quero que as vendas dela caiam! Faça com que as pessoas odeiem esse bolo! — Ordenou Felipe.

            De volta a cozinha da fábrica…

 — Meu Deus! — Exclamou Andressa.

            A moça pega um pote de sal e atira na massa de Micael, se ela precisa estragar a receita, ela começará pelo bolo do principal cliente de Aline. Andressa mexe bem a massa para que o sal dissolva e põem para assar.

            Após pôr a massa no forno Andressa segue para as outras bancadas e começa a distrair cada mestre confeiteiro com perguntas bobas, sem eles perceberem ela joga sal em cada uma das massas.

            Na loja de suplementos Pedro pensa em uma alternativa para tirar Vitória do cativeiro.

— Preciso arrumar um jeito de entrar naquela casa sem que Felipe descubra! — Pensa Pedro em voz alta.

— Tá falando sozinho agora Pedro? — Questiona Erick ao ver o amigo cochichar.

— Ah, não só estou pensando alto! — Respondeu Pedro.

            Algumas horas depois as remessas de bolo já haviam sido enviadas paras as confeitarias, Erick também recebe sua remessa na loja de suplementos. Aline está no escritório da fábrica e recebe a notícia de que seu cliente já está a aguardando.

— Ótimo, peça para que ele entre! — Pede Aline a secretária.

            O cliente entra e cumprimenta Aline.

— Aline, como vai? Eu não poderia deixar de vir conferir, que sucesso é esse!? Todos só falam desse bolo de Whey!

— Agenor! Que prazer te receber aqui! Estou tão feliz que já soube da novidade, será a sobremesa mais deliciosa que seu restaurante servirá! — Declarou Aline.

— Micael, traga uma fatia de bolo para Agenor experimentar! — Solicita Aline.

            Na Loja de suplementos Erick resolve servir um dos bolos para seus funcionários experimentarem, todos ficam animados para comer uma fatia do tal bolo de Whey, Erick abre a embalagem e corta a primeira fatia e entrega a Pedro, o rapaz morde a fatia com toda a vontade do mundo e tem uma surpresa.

— Mas… bem… é… — Diz Pedro fazendo uma cara feia.

— O que é? É delicioso, não é? — Questiona Erick.

— É horrível Erick! — Responde Pedro cuspindo o bolo fora.

— O que? Você está maluco! — Pergunta Erick.

— Prova você! — Responde Pedro entregando a fatia a Erick.

— Me dê isso aqui! Ora essa, como você ousa falar do bolo da minha esposa! O bolo é… — Disse Erick comendo um pedaço.

— É HORRIVEL! — Concluiu Erick cuspindo o bolo fora.

— Mas esse, esse não é o mesmo bolo! — Assustou-se Erick.

— Se é ou não, o fato é que esse bolo é horrível! — Declarou Pedro.

            Erick olha para Pedro e dá um tapa em sua cabeça.

— Respeita minha mulher!

— Aii! Desculpa! — Desculpa-se Pedro.

            Na fábrica os telefones não param de tocar, os gerentes das confeitarias ligam para fábrica para saber o que aconteceu, os bolos estavam salgados. Na sala de Aline, Agenor morde uma fatia generosa do bolo de Whey.

— E então? O que você achou? — Questiona Aline a Agenor.

— É… é horroroso! Mas que palhaçada é essa Aline? — Declara Agenor.

— Horroroso? Como assim? Horroroso é você seu velho gaga! É tão velho que já perdeu o paladar, só pode! — Responde Aline irritada.

— Mas o que? Como você… — Dizia Agenor.

— Cale a sua boca! Acha que vai vir até aqui e comer meu bolo de graça e ainda dizer que é horroroso! Mas você está muito louco mesmo! — Declara Aline em fúria.

— Pois coma você essa coisa que chama de bolo! — Disse Agenor atirando a fatia de bolo na mesa de Aline.

— Coisa de bolo?! SUMA DAQUI MATUSALÉM CARIOCA! É TÃO VELHO QUE JÁ ESTÁ VIRANDO PÓ! — Responde Aline já fora de si.

— Eu nunca fui tão humilhado! Considere nossa parceria encerrada! — Declarou Agenor.

— Ótimo, até porque não sou sarcófago para ter parceria com múmia! — Revidou Aline.

— Mas você é doida mesmo! — Declarou Agenor deixando a fábrica.

            Aline senta em sua cadeira em fúria, ela não consegue aceitar o fato de Agenor ter dito todas aquelas coisas horríveis sobre seu bolo, em meio a seus pensamentos ela é interrompida pela secretária.

— Dona Aline, temos um problema! — Informa a secretária.

— O que há? — Questiona Aline.

— A senhora precisa vir até a cozinha. — Responde a secretária

            Na cozinha da fábrica Aline é informada do incidente com os bolos.

— Salgados? Como assim meus bolos estão salgados? — Questiona Aline confusa.

            Nesse instante Erick entra na fábrica para saber o motivo dos bolos enviados a loja de suplementos estarem salgados.

— Aline! O que é que aconteceu aqui? — Pergunta Erick bravo.

— Está gritando porquê? —  Responde Aline irritada.

— Os bolos que foram para loja, estão salgados! — Responde Erick.

— Os da loja também? Mas o que foi que aconteceu! Micael? Vocês não seguiram a receita? — Questionou Aline.

— É claro que segui, eu sempre sigo e experimentei a massa antes de pôr no forno! — Responde Micael.

            Andressa disfarça para que Micael não lembre que deixou a massa nas mãos dela.

— Não estou entendendo, o que aconteceu aqui? — Pergunta Aline sem obter respostas.

            Erick observa Andressa com desconfiança. Durante o dia as encomendas do bolo de Whey foram refeitas, as confeitarias e as lojas de Erick receberam uma nova remessa e tudo havia voltado ao normal, mas no fecha de caixa do fim do dia viu-se a diferença, as pessoas compraram menos que o dia anterior, Aline tinha um novo problema para resolver, como ela faria para reconquistar seus clientes e ainda tinha Agenor, um de seus principais clientes, o que Aline fez com ele era imperdoável, pelo menos é o que ela pensava.

            Em casa Aline prepara o jantar e conversa com Erick que está com o filho no colo.

— Meu amor, relaxa amanhã você liga para esse Agenor e pede desculpas. — Aconselha Erick.

— Mas como Erick? Chamei ele de… — Dizia Aline envergonhada.

— De que? — Questionou Erick.

— Matusalém Carioca. — Concluiu a jovem envergonhada.

— Matusalém Carioca?! HAHAHAHAHA, meu Deus Aline, realmente você pegou pesado! HAHAHA. — Disse Erick em meio aos risos.

— Pare de rir! Estou enfrentando uma crise e você fica rindo de mim! Que tipo de marido você é? — Reclama Aline.

— Desculpa amor, mas que foi engraçado foi! HAHAHA. — Concluiu Erick em meio a gargalhadas.

            Na casa de Pedro ele e a avó Elisa terminam o jantar e se sentam em frente a televisão para assistir a novela preferida dela, Pedro corta duas fatias do bolo de Whey e leva até a sala. Elisa morde a fatia e dá um sorriso.

— Que bolo delicioso! Eu nunca experimentei nada igual! — Disse Elisa.

— Não é?! Aline é realmente espetacular quando se trata de inventar novas receitas! — Concorda Pedro.

            Os dois se dão as mãos de frente para a televisão e ficam em silencio, de repente Elisa olha para o neto e se emociona.

— Pedro? — Disse Elisa.

— O que foi vó? — Questiona Pedro olhando para a avó.

— Eu te amo! — Responde Elisa.

— Eu também te amo dona Elisa! — Responde Pedro beijando a mão da avó.

            Após, eles permanecem ali de mãos dadas assistindo a novela das nove, Pedro e Elisa sentem que algo está para acontecer, mas nenhum dos dois têm coragem para admitir, então eles optam por apenas curtir cada momento juntos, aproveitar cada segundo que ainda lhes resta, o rapaz sabe que aquilo é o que ele quer guardar na memória, uma coisa simples, mas que significa muito. Pedro sabe que um dia sentirá saudades daquele momento, sabe que talvez um dia ele estará ali sozinho, mas lembrará de cada capítulo com ternura pois é o que eles gostam de fazer juntos, assistir a novela das nove.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 3 – A Ameaça.

No dia seguinte, Andressa recebe a visita de Diogo no retiro espiritual, desde que entrou no local ela tem pensado sobre suas atitudes com Aline e Erick, a jovem realmente se arrependeu de todo o mal que cometeu, mas se arrepender não basta já que Felipe está disposto a envolve-la em seus planos.

— Diogo, o que você faz aqui? — Questionou Andressa assustada ao vê-lo.

— Eu avisei você na cadeia que ele mandaria novas instruções lembra? — Responde o motoqueiro.

— Pois diga a ele que não vou fazer nada que ele mandar! — Declarou Andressa.

— Andressa, não seja boba, você sabe que não tem escolha! — Rebate Diogo.

— Eu tenho sim escolha, essa é minha vida e quem determina o que vai ser dela sou eu! — Declara Andressa.

— Tudo bem, vai ter que ser do jeito difícil então! — Disse Diogo.

— Jeito difícil? Do que você está falando? — Pergunta Andressa estranhando a fala de Diogo.

— Andressa, esse celular está programado com dois números, se você aceita a proposta do patrão basta discar o número um, se você não aceita, disque o número dois, porém não me responsabilizo por quem está do outro lado da linha caso você clique o número dois. — Ameaça Diogo.

            Andressa olha para o celular sobre a mesa e o pega, a jovem observa o telefone atentamente e começa a pensar no que acontecerá se ela discar o número errado, ela sabe que Felipe não é flor que se cheire, mas também está cansada de insistir em algo que não vê futuro, Erick está casado e nunca se interessaria por ela. Andressa disca o número escolhido.

— Andressa?! Sabia que faria a melhor escolha para você, como você está? — Questiona Felipe ao atender o telefone.

— O que você quer que eu faça dessa vez? — Questiona a moça.

— Quero que você se reaproxime de vez da Aline e do Erick, preciso que você se infiltre na fábrica ou na loja, após conseguir isso te envio novas instruções. — Responde Felipe.

— E se eu não aceitar? — Questiona Andressa.

— Ai você terá o mesmo destino que Nicolau teve, que a enfermeira Jade, enfim, terá o mesmo destino que qualquer um tem quando cruza o meu caminho! — Declarou Felipe em tom de ameaça.

— Então foi você! Você matou todas aquelas pessoas que apareceram no jornal! — Surpreende-se Andressa com a revelação de Felipe.

— Não interessa! Faça o que disse e você fica viva! — Ameaça Felipe desligando o telefone.

            Após o recado do patrão, Diogo deixa o retiro espiritual acompanhado por Andressa, a moça não teve escolha, ela está sendo ameaçada por Felipe.

            Na fábrica os bolos de Whey já estão prontos para serem enviados as confeitarias, Aline solicitou que seis caminhões viessem buscar os bolos para distribuição.

— Seis caminhões de bolo de Whey! Vocês acham que exagerei? — Pergunta Aline a seus advogados.

— Bem, foi um tiro no pé, mas sinceramente, acho que será pouco! — Responde Erick (advogado).

— Esses que estão separados vão para loja do Erick aqui na frente Juvenal! — Informa Aline a um de seus funcionários.

— Vocês fecharam o acordo? — Questiona Taisa.

— Sim! Ele me fornece os vidros de Whey e eu forneço uma remessa de bolos! — Responde Aline.

            No meio da conversa os três são interrompidos pela secretária.

— Dona Aline, a senhora tem visita no escritório, uma moça chamada Andressa solicitou uma reunião. — Informa a secretária.         

            Aline olha para os advogados e avisa a secretária para que informe Andressa de que ela logo sobe ao escritório.

— O que vocês acham que ela quer? — Questiona Aline.

— Não sei! Ela não deveria estar em um retiro espiritual? — Pergunta Erick (advogado).

— De repente ela já está curada… — Responde Taisa.

— Bem, vou subir lá. — Declarou Aline.

            Na sala de Aline, Andressa aguarda ansiosa, enquanto espera ela pensa em como começará a explicar para Aline o motivo de sua visita, será uma missão difícil, mas ela precisa tentar.

— Andressa?! — Disse Aline entrando na sala.

— Oi Aline! — Responde Andressa encabulada.

— Você por aqui? — Questiona Aline.

— Sim! Vou ser direta com você, estou aqui porque preciso recomeçar a minha vida, pensei em ir até a loja de suplementos, mas acredito que Erick ainda tenha magoas de mim, por isso estou aqui diante de você! — Inicia Andressa.

— A alguns meses você me perdoou no batizado de seu filho, então se não parecer abuso… você poderia me dar um emprego? Para que eu recomece Aline… — Conclui a jovem.

— Um emprego? — Surpreende-se Aline.

— É, um emprego! — Afirma Andressa.

— Andressa, sei que te perdoei e não me arrependo disso, eu realmente acho que todos devem ter direito a uma segunda chance, mas te dar um emprego… bem… — Responde Aline um tanto confusa com o pedido de Andressa.

— Aline, eu mudei, esse tempo todo que estive no retiro eles me ajudaram muito a evoluir e você não sabe o quanto me arrependo por tudo que fiz! Mas por favor, sou uma ex-presidiária, quem mais me contrataria? — Implorou Andressa.

            Aline olha para Andressa suplicando um emprego e pensa, ela tem razão, quem contrataria uma mulher com tantos crimes na ficha, bem, a alguns meses Aline a perdoou e Andressa parece sincera quando diz que se arrependeu.

— Tudo bem, acho que a gente pode arrumar alguma coisa para você aqui na cozinha da fábrica, pode ser? — Oferece Aline.

— Claro, pode ser, aceito qualquer coisa! — Responde Andressa.

            Do outro lado da rua Erick está no escritório da loja com o pequeno Lucas em seus braços, o rapaz balança a criança com esperanças de que ele durma logo.

— E ai rapaz? Vai dormir ou não vai? Papai precisa trabalhar! Não posso ficar te balançando o dia todo não! — Disse Erick ao bebê.

            Mas mesmo com o aviso o pequeno Lucas não dá nem sinal de que dormirá, ele observa seu pai com aqueles enormes olhos castanhos arregalados.

— IIIHH Erick, parece que alguém está disposto a ficar acordado o dia todo! HAHAHA. — Responde Pedro ao amigo.

— Pelo visto sim! — Concorda Erick.

— Mas e ai? Como foi a conversa com a Aline ontem? — Questiona Pedro.

— Ah sim, temos um acordo, nós enviaremos uma remessa de suplementos a ela toda semana e ela nos enviará uma remessa de bolos para vendermos na loja! — Revelou Erick.

— Legal, então a partir de hoje posso fazer dois pedidos de remessa do Whey? — Pergunta Pedro.

— Pode! — Confirma Erick.

— E ai filhão? Ajuda o papai! Dorme um pouco! — Implora Erick.

            Por mais que Erick insista, Lucas não o obedece, é como se ele fizesse de propósito.

— Desiste irmão, ele não vai dormir não! HAHAHA. — Disse Pedro rindo da situação de Erick.

            Na fábrica Aline leva Andressa até a cozinha e a apresenta ao mestre confeiteiro Micael, ela o informa sobre a contratação de Andressa, o mestre a coloca como ajudante de cozinha e a informa que ela terá que ajudar a todos que solicitarem no que for preciso.

— Está perfeito para mim! — Declarou a moça.

— Obrigada Aline! — Conclui Andressa abraçando Aline.

— Tá legal! Eu preciso ir… — Disse Aline estranhando o abraço.

            Na loja de suplementos Pedro pede a Erick para sair novamente, ele ainda não desistiu de seu plano para encontrar sua origem, e agora com o diário tudo ficará mais fácil.

— Você não acha que anda saindo demais? — Questiona Erick.

— Ah… é que… bem…. Estou resolvendo uns problemas para a minha avó… — Enrolou Pedro.

— E é grave? — Pergunta Erick.

— Não, não é nada grave, é sobre a aposentadoria dela… — Mentiu Pedro.

            Erick estranha, mas não questiona mais.

— Tudo bem, pode ir, mas tenta resolver tudo hoje, preciso de você aqui na loja! — Responde Erick.

— Obrigada Erick, vou resolver tudo hoje! — Declarou Pedro.

            Na saída da loja Pedro encontra com Aline, ela vem da fábrica com dois bolos na mão.

— Oi Pedro! Tudo bem? — Questiona a moça.

— Oi Aline! Tudo e você? — Responde Pedro.

— Tudo bem, você já está de saída? — Perguntou Aline.

— É, tenho que resolver uns problemas… — Respondeu o rapaz.

—Tudo bem, até mais! — Despediu-se Aline.

            No escritório de Erick, Aline encontra o marido em sua mesa cheio de trabalho, enquanto isso o pequeno Lucas está no bebê conforto de olhos bem abertos.

— Oláaaa, como estão os amores da minha vida? — Cumprimenta Aline.

— Ah, olha quem chegou, se não é a mamãe mais linda desse mundo! — Responde Erick.

— Não tente me agradar, não voltarei atrás no acordo das fraldas! — Disse Aline.

— Tudo bem, não vou mais tentar me livrar! — Responde Erick sorrindo.

— Mas vem cá, como faz para ele dormir? — Questiona Erick.

— Como assim? Erick ele dorme a noite, durante o dia ele fica assim com esses olhões lindos bem arregalados! — Responde Aline beijando o filho.

— Meu Deus, esse bebê não é normal! — Disse Erick.

— É a nossa mistura, só poderia sair assim mesmo! — Responde Aline.

— Mas vim aqui por outro motivo! Os bolos já estão sendo distribuídos nas confeitarias, e a sua remessa também já está a caminho! Sabe amor, não vejo a hora de descobrir a reação das pessoas, será que vão gostar? — Questiona Aline assustada.

— As pessoas não vão gostar, elas vão amar! — Decretou Erick.

            Aline sorri ao marido grata pelo apoio que ele está lhe dando.

— Erick, tem mais uma coisa que preciso te contar… — Inicia Aline.

— O que é? — Questiona Erick.

— A Andressa, ela apareceu lá na fábrica! — Revela Aline.

— A Andressa? E o que ela queria? — Pergunta o rapaz.

— Ela me pediu um emprego Erick. — Responde Aline.

— Um emprego? Na fábrica? — Questiona Erick.

— É! — Responde Aline.

— E o que você disse a ela? — Insiste Erick.

— Eu a contratei como ajudante de cozinha! — Revela Aline.

— O que? Aline, você está maluca? Depois de tudo que ela fez? Como você pode? — Fala Erick indignado.

— Erick, ela mudou, eu sinto nela, as pessoas precisam de uma segunda chance! — Justificou-se Aline.

— Mudou? Tá bom! Não sei como você acredita! — Respondeu Erick.

— Amor, por favor não fica bravo comigo… — Disse Aline abraçando o marido.

— Eu… olha Aline, não gosto dessa mulher perto da gente, não me sinto bem! — Revela Erick.

— E se ela tentar nos prejudicar de novo? — Continua o rapaz.

— Ai, não vai ter perdão! — Conclui Aline.

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 2 – O Acordo.

— Erick, meu bem, meu amorzinho, luz da minha vida… — Iniciou Aline.

— Anda Aline, desembucha. — Rebateu Erick.

— Bem eu… ah Erick, não tive escolha, recebi uma carga de suplementos que deveria ter sido entregue na loja hoje cedo, mas é que precisava iniciar a produção o quanto antes! — Revelou Aline.

— Ah claro! E ai você desfalca as minhas lojas Aline, os estoques são contados semanalmente, não tenho suplementos de sobra não Aline, você deveria ter falado comigo, nunca te deixaria na mão, mas também não poderia desfalcar meu estoque! — Revidou Erick.

— Meu amor, eu… — Dizia Aline.

— Não! Não tente se justificar, só me prometa que não fará novamente! — Pediu Erick.

— Bem, não é assim também! Nós somos casados! — Rebateu Aline.

— Mas isso não te dá o direito de invadir minhas lojas e sair pegando tudo não, ou se for assim, também tenho o direito de invadir a fábrica, as confeitarias… — Afirmou Erick.

— Tudo bem, entendi, não farei mais isso, mas nós precisamos de um acordo. — Propôs Aline.

— É precisamos! — Concordou Erick.

            No portão da casa de Felipe inicia-se uma pequena discussão, o jovem empresário não gostou nem um pouco da presença de Pedro em sua casa.

— Anda, responda! O que faz aqui? — Insiste Felipe.

— Só estou dando uma carona para uma amiga, e bom dia para você também Felipe. — Responde Pedro.

— Ah, uma carona! Vanusa, entre logo! — Ordena Felipe.

— Até mais Pedro, obrigada pela carona. — Agradece Vanusa.

— Disponha! — Responde Pedro.

— E quanto a você Felipe, como está? E Vitória? — Pergunta Pedro com a melhor das intenções.

— Os assuntos referente a mim e minha irmã só dizem respeito a nós, agora se você puder tirar esse entulho de mil novecentos e vinte do meu portão, agradeço. — Responde Felipe em tom arrogante.

            Pedro embarca no carro e vai para loja de suplementos, Felipe também segue seu caminho para o escritório. Presa no porão Vitória recebe a visita de Vanusa.

— Bom dia dona Vitória! — Cumprimenta Vanusa.

— Bom dia Vanusa, tudo bem? — Questiona Vitória.

— Tudo, eu… dona Vitória, como a senhora aguenta ficar presa aqui? — Pergunta Vanusa.

— Ah Vanusa, acho que aceitei meu destino, no começo foi mais difícil, agora já nem me importo mais. — Responde Vitória.

— E a sua presença também me conforta, acho que sozinha não conseguiria! — Completou a jovem.

— Mas porque a pergunta? — Questiona Vitória.

— Nada não, só acho que se estivesse em seu lugar, não conseguiria. — Responde a empregada pensativa.

— Mas ainda mantenho viva a esperança Vanusa, bem lá no fundo, mas mantenho! — Revelou Vitória.

— Tenho tanta pena da senhora, mas ao mesmo tempo tanto medo do que seu Felipe pode fazer… — Disse Vanusa.

— Eu entendo, mas se você me ajudasse, Vanusa… — Dizia Vitória até ser interrompida por Vanusa assustada.

— Não! Não posso, ele vai me matar se eu contar! — Declara a empregada.

— Eu sei, mas nós podemos colocar ele na cadeia Vanusa, você só… — Tenta concluir Vitória.

— Não! Me desculpe dona Vitória, mas não dá! — Afirma Vanusa deixando Vitória visivelmente constrangida.

            Na loja de suplementos Rafael cumprimenta Pedro que chega atrasado para o trabalho.

— Apareceu a margarida! — Disse Rafael.

— Fala rapaziada, acabei me atrasando, mas já estou aqui! Onde está o Erick? Já chegou? — Questiona Pedro.

— Já, ele abriu a loja e foi até a fábrica. — Responde Rafael.

— E a carga da manhã? Já chegou? — Pergunta Pedro.

— Não, ainda não recebemos nada. — Responde outro funcionário da loja.

— Que estranho! — Conclui Pedro.

            Erick chega na loja e encontra Pedro no escritório em uma ligação com o fornecedor da entrega da manhã.

— Como assim já foi entregue? Não! Estou aqui na loja, já confirmei com meu pessoal, não chegou nada ainda! — Disse Pedro ao fornecedor.

            Erick faz sinal para que Pedro se desculpe com o fornecedor e desligue o telefone.

— Olha, acho que encontrei a mercadoria, me desculpe o incomodo e obrigada por enquanto! — Disse Pedro desligando o telefone.

— Bom dia Erick! — Cumprimentou Pedro.

— Bom dia! Atrasou em? — Responde Erick.

— É, acabei dando carona a uma vizinha e me atrasei um pouco, foi mal. — Responde Pedro.

— Não tem problema! Você tem créditos! — Afirma Erick.

— Mas e quanto a carga de Whey? Não recebemos nada! — Pergunta Pedro.

— Recebemos sim, a Aline, ela inventou uma receita nova de bolo de Whey, ela recebeu a carga e mandou entregar tudo na fábrica! — Revelou Erick.

— Meu Deus, mas Erick e as lojas, nós estamos ficando sem estoque! — Assustasse Pedro.

— Eu sei, faça um pedido urgente e solicite que seja entregue o quanto antes, a noite vou conversar com a Aline, vamos fazer um acordo! — Decretou Erick.

            Pedro liga para o fornecedor novamente e solicita uma remessa de Whey para entrega imediata.

            No escritório de Felipe, o rapaz chega cheio de ódio, ele não sabe como explicar, mas cada vez que vê Pedro um sentimento muito ruim invade seu coração, Felipe nunca aceitou o fato de Pedro ter o abandonado ainda na infância, o rapaz o considerava seu melhor amigo.

— Ainda vou me vingar de você, e para começar, preciso me reaproximar de Erick, e já sei como vou fazer isso. — Declarou Felipe.

            Felipe liga para Diogo, o motoqueiro misterioso, o rapaz dá as ordens e é bem claro. Felipe manda que Diogo encontre Andressa, seu plano de vingança irá iniciar muito em breve.

            Na loja de suplementos Erick pede para que Pedro vá ao banco depositar o caixa da semana, o rapaz prontamente obedece, afinal essa é mais uma chance de Pedro passar em outro hospital para procurar pistas de seu passado.

            Após sair do banco, Pedro passa no antigo hospital que sua avó Elisa trabalhou, no local ele invade uma sala de arquivos sem ser notado pelos funcionários. Em uma prateleira Pedro percebe um diário com os registros de nascimentos e óbitos da década de noventa, sem pensar duas vezes o rapaz põem o livro na mochila e sai da sala de arquivos, mas ao sair dá de cara com um enfermeiro.

— Quem é você? E o que fazia ai dentro? — Questiona o enfermeiro.

— Desculpe, estava procurando o banheiro, mas obviamente não é aqui! — Declarou Pedro.

— Não, o banheiro fica naquele corredor a esquerda! — Indicou o enfermeiro.

— Muito obrigado! — Agradece Pedro indo em direção aos banheiros.

            Na sala o enfermeiro começa a procurar o diário de nascimentos e óbitos, após um tempo procurando ele faz uma ligação.

— Alô, Diogo? Não localizei o diário, acredito que tenha se perdido com os anos, muita coisa foi computada e os diários foram jogados fora. — Revelou o enfermeiro.

— Tudo bem, vou informar o senhor Felipe. — Responde Diogo.

            De volta a loja de suplementos Pedro sobe ao escritório e percebe que a sala está vazia. O rapaz tira o diário da mochila e inicia uma pesquisa pelo seu nome. No meio da busca ele é interrompido pela presença de Erick.

— Pedro? Já voltou? Conseguiu depositar? — Questiona Erick.

— Sim, aqui está! — Respondeu Pedro entregando o comprovante.

— Está tudo bem? Atrapalhei alguma coisa? — Pergunta Erick percebendo que Pedro está guardando algo na mochila.

— Não, está tudo bem, é coisa minha, mas eu continuo a noite quando chegar em casa! — Responde Pedro.

            No fim do dia, todos voltam para suas casas, Aline e Erick estão no apartamento, a moça põe o filho para dormir enquanto Erick prepara o jantar e degusta uma taça de vinho.

— Então, o cheiro está delicioso, quero saber se o gosto também estará! — Disse Aline abraçando o marido pelas costas.

— Ai de você se reclamar, eu aqui dando o meu melhor e você se desfazendo da minha comida! — Revidou Erick virando-se e beijando a esposa.

— Mas agora nós precisamos conversar! — Declara o rapaz.

— Conversar? Sobre o que meu bem? — Responde Aline fazendo-se de desentendida.

— Aline, não seja boba, você sabe muito bem! — Afirma Erick.

— Tá legal! Vamos ao nosso acordo! — Confirma a moça.

— Estive pensando a tarde toda e conversei com Taisa e Erick (advogado) e nós pensamos o seguinte. — Iniciou Aline.

— Você me fornece os vidros de Whey Protein e eu forneço os bolos para venda em suas lojas! — Propôs Aline.

— Bem, parece uma proposta justa, esse bolo será um sucesso e vai vender igual água! Tudo bem, eu topo! — Aceita Erick estendendo a mão a esposa.

— Não! Agora a gente sela nossos acordos com um beijo! — Responde Aline beijando o marido.

— Opa, então acho melhor a gente efetuar novos acordos! Muitos acordos! Centenas de acordos! — Responde Erick enchendo a esposa de beijos.

— O primeiro é quem lava a louça, e adivinha, eu fiz o jantar, logo, é você quem lava! — Afirma Erick beijando Aline mais uma vez.

— Ok, em contrapartida você troca o Lucas por uma semana! — Revidou Aline beijando o marido outra vez.

— Eiiii, isso não é justo, eu não tinha concordado, porque me beijou? Isso é trapaça! — Reclama Erick.

— Trapaça ou não nosso acordo foi selado! — Conclui Aline sorrindo para o marido.

            E assim Aline e Erick finalmente têm um acordo, após o equívoco de Aline ao receber a carga de Erick e quase desfalcar as lojas de suplementos, os dois chegaram a um acordo justo, o que resta agora é saber se a receita de bolo de Whey que a moça inventou venderá tanto quanto eles preveem, mas Aline não tem dúvidas, seu bolo será um sucesso da confeitaria!

Agora Sim… Felizes Para Sempre: Capítulo 1 – O Bolo de Whey.

            Aline termina de amamentar o filho e o põem no carrinho de bebê, a moça vai até a cozinha e veste o avental, havia chegado o momento e ela não deixaria aquela ideia fugir de sua mente.  Aline começa a preparar uma nova receita, ela coloca os ingredientes na vasilha e como último e tão importante a moça coloca uma porção de Whey Protein, após misturar bem ela leva a massa ao forno para assar.

            Do outro lado da cidade Pedro chega em casa e cumprimenta a avó e uma vizinha que não vê a dias, Vanusa, a mulher trabalha de doméstica na casa do jovem empresário Felipe. Pedro entra em casa e toma um banho, Elisa despede-se de Vanusa e entra em casa para preparar o jantar, após o banho Pedro dirige-se até a cozinha.

— Como foi o dia meu neto? — Questionou Elisa.

— A mesma coisa de sempre vó, muitas vendas, dia corrido e produtivo. — Respondeu Pedro.

— Que bom meu bem, você não sabe como sou feliz por você estar bem, o Erick foi um anjo na sua vida! — Disse Elisa.

— É, foi mesmo. — Concordou Pedro.

— Desde que sai do supermercado, minha vida só evoluiu… — Concluiu Pedro.

— É, mas vamos esquecer esse assunto! — Declarou Elisa deixando Pedro desconfiado.

            Na casa de Aline e Erick, o rapaz chega do trabalho, beija o filho no carrinho de bebê e vai de encontro a esposa na cozinha.

— Oi amor, que cheirinho bom é esse. — Questionou Erick.

— É uma receita nova, come um pedaço! — Diz Aline enfiando uma enorme fatia de bolo na boca do marido.

— Esper…ughughug… — Dizia Erick antes de ter aquela enorme fatia de bolo na sua boca.

— Deixe de falar bobagem e me diga, o que você achou? — Questionou Aline.

— Hummm, mas é delicioso! O que você pôs aqui? — Perguntou Erick encantado com o delicioso sabor da nova receita.

— Mesmo? Ah meu amor, que bom que gostou, porque o público alvo que pretendo atingir é como você! — Declarou Aline animada.

— A é? Então me diz logo, o que você pôs aqui? — Insistiu Erick.

— É um bolo de Whey Protein! — Revelou Aline.

— Whey Protein? — Disse Erick surpreso.

— Sim! Whey Protein! — Respondeu Aline.

— Whey? — Insiste Erick.

— É, Whey! — Confirma Aline novamente começando a ficar irritada.

— Protein? — Pergunta Erick.

— Se você não parar, juro que atiro essa forma na sua cabeça Erick, meu bem. — Respondeu Aline em fúria.

— Ok, parei, sabe adoro o jeito que você é brava e um docinho ao mesmo tempo! Começa com uma ameaça e termina em um “meu bem”. — Disse Erick.

            Aline olha para o marido com um olhar apaixonado. Ela pensa que ele pode sim ser um brutamontes, e as vezes, ou melhor, quase o tempo todo, a irrita demais, mas mesmo assim, ver aquele sorriso em sua frente todo o fim de tarde é o seu maior presente.

— Mas e ai? O que você acha da receita? Você acredita que vai vender? — Questiona Aline ao marido.

— Você está brincando? Amor vai vender e muito! Você é fenomenal! — Responde Erick animado e orgulhoso.

            Erick pega a esposa pela cintura e a beija, após terminar o bolo, os dois jantam e se preparam para dormir, Aline não vê a hora de amanhecer para que ela leve a receita a fábrica, a moça está ansiosa para começar a produção da nova receita.

            No dia seguinte Erick acorda e já encontra Aline de pé na sala com o filho, prontos para passar o dia na fábrica.

— Para onde vocês vão? — Questiona Erick.

— Para fábrica, vou levar a receita nova para que iniciem a produção o quanto antes! — Responde Aline.

— Aline, você não acha que está muito ansiosa, os funcionários nem chegaram na fábrica ainda, são sete horas da manhã! — Pontua Erick.

— Eu sei, só que… — Dizia Aline até ser interrompida pelo marido.

— Vamos fazer o seguinte, vou me vestir, a gente toma café e deixo você e Lucas na fábrica, pode ser? — Propôs Erick.

— Tudo bem, pode ser assim, você tem razão. — Responde Aline beijando o marido.

            Do outro lado da cidade Pedro toma o café e parece ansioso também, mas por um motivo muito diferente de Aline. Pedro pensa em qual desculpa dará a Erick para poder seguir com seu plano de encontrar sua origem.

— O que foi meu filho? — Questionou Elisa ao neto.

— Nada não vó! Preciso ir, tenho que chegar cedo para abrir a loja. — Responde Pedro.

            Pedro beija a avó e sai para o trabalho, no portão de casa ele encontra Vanusa que também se prepara para sair.

— Bom dia Vanusa! — Cumprimenta Pedro.

— Bom dia Pedro, tudo bem? — Responde Vanusa.

— Está indo para o trabalho? — Questiona Pedro.

— Sim, estou indo para o ponto de ônibus. — Responde Vanusa.

— Que isso, te dou uma carona, você ainda trabalha na mansão de Felipe? — Perguntou Pedro.

— Sim. — Confirma Vanusa.

— É meu caminho, vem te levo. — Convida Pedro.

            Vanusa aceita a carona e vai com Pedro, no carro eles conversam sobre os dias que ficaram sem se ver, Pedro questiona como anda a família da doméstica e Vanusa responde a todas as perguntas do rapaz.

— E quanto a Felipe? — Questiona Pedro.

— O senhor Felipe passa o dia no escritório, ele não fica muito em casa, eu passo o dia com a senhorita Vitó… — Dizia Vanusa, mas por algum motivo ela para e muda de assunto.

— Mas e a sua avó, ela esteve doente não é mesmo? — Tenta desconversar Vanusa.

            Pedro estranha a mudança repentina de conversa, mas não insiste.

— Sim, minha avó estava meio doente, a levei ao médico e ela fez diversos exames, mas todos deram muito bem, minha avó diz que vai durar enquanto puder e não entendo o que quer dizer, mas não gosto de pensar nisso. — Declara Pedro.

— Entendo! — Concorda Vanusa.

            No restante do caminho Pedro pensa no que Vanusa dizia, por que ela não concluiu sua fala sobre Vitória, o rapaz conhece toda a família de Felipe, qual motivo dela não concluir. Pedro pensa e chega a conclusão de que algo de estranho se passa na casa de Felipe.

            Na fábrica, Taisa e Erick (advogado) recebem a visita mais fofa do dia, Aline chega com o pequeno Lucas em um bebê conforto.

— Bom dia! — Cumprimenta Aline.

— Bom dia! — Respondem Taisa e Erick (advogado) simultaneamente.

— Olha quem está aqui, o bebê mais lindo desse mundo, a dinda estava morrendo de saudades! — Disse Taisa beijando Lucas.

— É, e o dindo aqui também viu! — Falou Erick (advogado).

— Bem, vamos subir, tenho que mostrar uma coisa a vocês, aliais, vocês vão amar! — Declara Aline.

            Do outro lado da rua Erick abre a loja de suplementos.

— Bom dia rapaziada! — Disse Erick a seus funcionários.

— Bom dia! — Respondem os funcionários.

— E o Pedro? Não chegou ainda? — Questiona Erick.

— Ainda não, deve ter se atrasado. — Responde Rafael um dos funcionários.

— Estranho, ele nunca se atrasa! — Afirma Erick estranhando o atraso de Pedro.

            Não muito longe dali Pedro deixa Vanusa na casa de Felipe, o rapaz desce para abrir a porta para a doméstica, o carro do rapaz é velho e a porta do passageiro só abre por fora. Enquanto Vanusa desce do carro o portão se abre e um carro de luxo para em frente ao carro de Pedro. Felipe desce do carro e dá de cara com Pedro.

— O que você faz aqui? — Questiona Felipe visivelmente irritado com o encontro.

            Na fábrica Aline apresenta a receita do bolo de Whey Protein a Erick (advogado) e Taisa que adoram a ideia.

— Precisamos apresentar a receita aos chefes confeiteiros agora mesmo, tenho certeza de que será um sucesso! — Declara Erick (advogado) animado.

            Aline, Taisa e Erick (advogado) levam a receita até a cozinha, os três anunciam que a produção começaria hoje mesmo e os bolos devem ser entregues a todas as confeitarias da cidade até o final do dia, no fim do anúncio Aline faz um pedido especial.

— Micael? Preciso que prepare uma remeça extra, vamos vender esse bolo na loja de suplementos do meu marido, por enquanto só nessa aqui da frente, amanhã aviso se vamos expandir as vendas para as outras lojas. — Pede Aline ao chefe confeiteiro da fábrica.

            A produção do bolo inicia-se imediatamente, Aline supervisiona tudo de perto, a receita tem que sair perfeita. Aline está amamentando o filho quando recebe a visita do marido na fábrica.

— Erick, que bom que você apareceu, preciso falar com você meu amor! — Disse a jovem recebendo um beijo do marido.

            Erick beija a testa do pequeno Lucas e olha para a esposa com ternura.

— Você sabe que te amo, amo mais que tudo nessa vida, Aline você e Lucas são as melhores coisas que já aconteceram comigo! — Declarou-se Erick.

— Eu também meu amor! Te amo. — Respondeu Aline beijando o marido ali mesmo em meio a fábrica em pleno funcionamento.

— A produção está a todo vapor! — Questiona Erick.

— Ah, sim e era sobre isso que queria falar com você. — Responde Aline.

— Estive pensando e o que você acha de vendermos o bolo nas suas lojas? — Pergunta a jovem.

— Nas minhas lojas? Seria incrível! — Responde Erick animado com a ideia.

— Ótimo, as vendas vão iniciar amanhã, nas confeitarias e na sua loja aqui em frente, após a produção estar estabilizada, vou pedir para que Micael produza para as outras lojas! — Afirma Aline.

            Os dois se beijam e observam a produção do bolo de Whey Protein. Enquanto observa a quantidade imensa de Whey nas bancadas da fábrica Erick começa a pensar.

— Aline? — Questiona Erick.

— O que? — Responde Aline.

— De onde veio tanto Whey? — Pergunta Erick.

            Aline olha para o marido e ri, com um sorrisinho amarelo a moça procura palavras para contar a Erick, mas como ela fará isso, como Aline revelará que mais cedo recebeu uma carga de Whey Protein que deveria ter sido entregue a loja de Erick, ela não sabe, mas terá que revelar logo pois percebeu que ele já desconfia da resposta.

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