Descobrindo o Amor – Capítulo 8: Acerto de Contas.

Capítulo 8: Acerto de Contas.

No meio do beijo Aline volta a realidade, ela empurra Erick e se afasta, como ele poderia ter feito isso, ele não tem esse direito. Mas o fato é que ela gostou e isso a assustava, como ela poderia gostar do beijo de um brutamontes como ele.
— Aline, eu… me desculpe, eu não queria… — Disse Erick.
— Não queria?? Eu achei que… — Disse Aline.
— Achou? — Perguntou Erick.
— Nada, é melhor eu ir, a gente se fala mais tarde. — Respondeu Aline saindo do escritório.
Erick ficou pensativo, a emoção havia tomado conta dele e por isso a beijou, mas seria possível ele estar apaixonado por aquela fera? Erick desconfiava, mas não queria assumir o sentimento. Na fábrica Aline pensa em seu escritório, ela ainda estava tonta do beijo que Erick a deu, era tudo muito confuso, mas ela gostou.
— Aline, com licença. — Disse Taisa entrando na sala.
— Ah, Taisa, você por aqui? Diga? — Disse Aline.
— Sim, você pediu para verificar da venda da filial, está tudo certo, o pessoal que comprou vai fazer um PIX ainda hoje, você falou com o Erick? — Questionou Taisa.
Mas Aline estava longe, não ouviu se quer uma palavra do que Taisa havia dito, era como se tivesse deixado seu corpo para traz e voado para bem longe.
— Aline? — Chamou Taisa.
— Hã? O que foi? — Disse Aline voltando a realidade.
— Você está bem? — Questionou a advogada.
— Sim, eu só… bem deixa para lá, o que você dizia? — Disse Aline.
— A venda da confeitaria, está tudo certo, o PIX vai ser feito logo e você e Erick já podem ir pagar a dívida do Afonso. — Respondeu Taisa.
— Ótimo, o Erick vem aqui mais tarde, agora se você puder me deixar um pouco sozinha. — Disse Aline.
— Claro, eu vou resolver alguns assuntos, até mais tarde. — Disse Taisa deixando a sala.
Na loja de suplementos não era diferente, Erick não tirava o beijo que havia dado em Aline da cabeça, estava difícil manter a concentração, Andressa o observava de longe e pensava consigo mesma que seu plano havia dado certo, Erick só podia estar pensando no beijo que ela deu a ele mais cedo.
— Erick? Eu queria me desculpar por mais cedo, é que eu não suportava mais saber que você e Aline… — Dizia Andressa.
— Andressa, está tudo bem, só não faz de novo. — Disse Erick.
— Eu e Aline vamos nos casar, então se você tinha alguma esperança, ou melhor, se algum dia eu te dei esperanças, me desculpe, mas não vai rolar. — Completou Erick tentando não magoa-la.
Andressa vê o mundo desabar aos seus pés, não conseguia acreditar em uma palavra que havia saído da boca de Erick, como eles poderiam se casar, e o beijo que ela o deu não serviu de nada? Ela o amava e sempre esteve ao seu lado como ele pode se casar com Aline, uma mulher que sempre o esculachou, sempre o humilhou, Andressa começa a chorar ela estava devastada, a única reação que teve foi correr e chorar. Erick pensou em segui-la, mas Pedro o impediu, ele havia ouvido parte da conversa e aconselhou Erick de que deveria dar um tempo a Andressa.
— É melhor você dar um tempo a ela Erick, eu sempre te disse que ela era a fim de você. — Disse Pedro.
— Eu sei, mas eu nunca senti nada por ela. — Respondeu Erick.
— Mas vem cá, o que a Aline veio fazer aqui? — Questionou Pedro.
— Ela veio me dar uma notícia Pedro, a melhor notícia do dia, ela encontrou um jeito de pagar a dívida do Afonso. — Respondeu Erick.
— Sério! Que bom, e como vai ser? — Perguntou Pedro.
— Sabe que eu não sei, aconteceu uma coisa e nós acabamos não conversando direito. — Respondeu Erick.
— Uma coisa? — Questionou Pedro.
— É, Pedro nós… nós nos beijamos. — Disse Erick.
— Beijaram?! Eu sabia, sabia que vocês se gostavam. — Disse Pedro animado.
— O que? Não, foi só o calor da emoção, não foi nada demais. — Respondeu Erick.
— Aaahhhh, está bem Erick, sabe o que eu acho? Você deveria levar flores a ela, vai lá, eu tomo conta da loja. — Disse Pedro.
— Você acha? Eu não sei e se… e se ela não gostou do beijo? — Questionou Erick.
— Da forma que eu vi ela sair daqui, não sei não. — Disse Pedro animando Erick.
— Tudo bem, eu vou até lá! — Declarou Erick.
Na fábrica Aline se recompõem e assina os papéis de venda da filial, o PIX já havia sido feito e os documentos já estavam prontos, após assinatura Taisa e Erick (advogado) vão até o cartório registrar a documentação para levar ao registro de imóveis. Erick compra um buque de flores e toma coragem de falar com Aline.
— O Erick está aqui!? Tudo bem deixe-o entrar. — Disse Aline a secretária.
Erick então entra na sala, ele estava um pouco encabulado e sem coragem de falar com Aline, mas já tinha caído em si, Pedro tinha razão ele estava apaixonado pela fera e agora já não tinha mais volta, era hora de se declarar.
— Erick, você por aqui? — Questionou Aline.
— Sim, eu vim para a gente conversar melhor, você disse que havia encontrado uma solução para pagar a dívida de Afonso. — Disse Erick.
— Ah sim, eu consegui o dinheiro. — Disse Aline.
— Conseguiu? Mas como? — Perguntou Erick.
— Eu vendi uma das minhas filiais Erick. — Respondeu Aline.
Erick fica chocado com a revelação, aquilo era mais que uma prova de amor a ele, porque ela venderia uma de suas filias para ajuda-lo se não estivesse apaixonada por ele, Erick estava certo e aquilo alimentou suas esperanças.
— Aline, eu… eu nem sei o que dizer. — Disse Erick.
— Bem, você pode começar me entregando esse buque. — Respondeu Aline com um sorriso no rosto.
Erick entrega o buque a ela e não tira os olhos daquele sorriso, ele nunca havia reparado que Aline tinha um sorriso tão lindo, aliais ele nunca havia reparado em quão linda Aline era, Erick havia formado uma opinião baseada em surtos da fera e isso fez com que ele nunca percebesse que por traz daquela fera havia uma linda mulher, uma mulher gentil e cheia de qualidades, era definitivo, Erick estava apaixonado.
— Aline, eu juro que vou te pagar, vou pagar cada real, nem que para isso eu tenha que trabalhar a vida toda, mas eu juro que te pago. — Disse Erick.
— Erick está tudo bem, isso a gente resolve no futuro, não pense nisso agora, vamos pagar essa dívida logo. — Respondeu Aline.
Erick então se aproxima de Aline, ele olha no fundo dos olhos da jovem e a deixa arrepiada, Aline não entendia o que estava acontecendo, nunca na vida alguém havia deixado ela assim, ela tentava lutar mas sabia que era em vão, era tarde Aline estava apaixonada.
— Erick… — Dizia Aline.
— Obrigada Aline, eu nunca vou esquecer o que você fez! — Disse Erick.
Aline e Erick estão prestes a se beijar, mas são interrompidos pelo telefone de Erick que toca. A ligação era de Afonso ele estava desesperado e não sabia o que fazer, não dormia a 2 dias de medo, Erick acalma o irmão e revela que vai pagar a dívida, eles marcam um ponto de encontro, Afonso ficou responsável de avisar ao dono do cassino clandestino o local do pagamento e Erick e Aline se dirigem para lá.
— Erick, vai dar tudo certo, fica calmo. — Disse Aline.
— É você tem razão, mas eu não sei por que estou sentindo um aperto no peito. — Revela Erick.
— Fica calmo vai dar tudo certo, vem eu dirijo. — Disse Aline.
Os dois entram no carro de Erick e seguem em direção ao local marcado, chegando lá eles encontram o mafioso e sua gangue juntamente com Afonso. Afonso não tinha jeito, estava lá com um sorriso de superioridade, ele havia conseguido novamente se livrar das dívidas e tudo graças ao sacrifício do irmão, bem, pelo menos é o que ele pensava.
— Aí está, eu não disse, ele chegou e vai pagar tudo que eu te devo, não vai faltar um centavo. — Disse Afonso observando Erick e Aline saírem do carro.
— É você tinha razão, seu irmão é um asno mesmo, pagar a dívida de um vagabundo como você, só sendo um asno mesmo. — Disse o mafioso.
— Ele nunca falha, é meu pote de ouro! — Declarou Afonso.
Aline e Erick se aproximam, o mafioso então passa a eles os dados para transferência, Aline efetua e finalmente Afonso está livre, livre para mudar, livre para trabalhar, para finalmente dar orgulho ao irmão, era o que Erick pensava, mas para Afonso aquilo significava outra coisa, significava que ele estava livre sim, livre para novas apostas, livre para novos empréstimos afinal ele sabia que se perdesse tudo Erick daria um jeito, até porque ele conseguiu mais de um milhão de reais em 3 dias, é nítido que Erick está bem de vida.
— Pronto, está feito, até nunca mais! — Disse Aline ao mafioso.
— Ora mocinha, não tenha tanta certeza, nos veremos ainda, pode apostar! — Declarou o mafioso.
— Pois eu não quero nunca mais ver essa sua cara de bolacha seca! — Disse Aline virando-se em direção ao carro.
— Anda Afonso, vamos! — Disse Erick.
— O que? Não, você já pagou a dívida, até mais Erick, vou viver minha vida! — Respondeu Afonso.
— Você vai vir comigo agora! — Disse Erick.
— E porque eu iria? — Respondeu Afonso.
— Por que nós temos que conversar. — Disse Erick.
Afonso não discute e vai com Erick, ele sabe que terá que ouvir um novo e longo sermão, mas sabia que após o sermão estava livre, ele voltaria ao cassino clandestino e contrairia novas dividas, estava ofegante, não via a hora de voltar a jogar. Por outro lado, Erick já planejava tudo que diria ao irmão, estava nervoso para saber o que Afonso responderia, Erick tinha as melhores expectativas e tinha
esperança que Afonso concordasse com tudo, que ele aceitasse o emprego na loja de suplementos e que se esforçasse para mudar.
Na loja de suplementos Erick leva Afonso até seu escritório, na sala de Erick estava Pedro, o sistema da loja travou e ele teve que efetuar as vendas do computador de Erick, mas Pedro sempre se virava, era o melhor funcionário de Erick ele sempre dava um jeito o importante era vender.
— Erick, Afonso! Tudo bem, eu estava efetuando umas vendas online aqui, mas eu já estou descendo parece que vocês precisam conversar não é mesmo? — Disse Pedro
— Ah, Pedro, senhor perfeição, modelo de pessoa, que prazer em revê-lo. — Disse Afonso em tom de deboche.
— Por mais que não acredite, é bom te ver Afonso, e espero que ouça tudo o que Erick tem a te dizer e por favor, não o desaponte. — Respondeu Pedro deixando a sala.
Mas quem Pedro pensa que é para falar assim com ele, o Erick é irmão de Afonso e a forma como eles convivem só diz respeito a eles, Pedro deveria tomar conta da sua vida e não da dos outros, era o que Afonso pensava. A conversa iniciou-se e Erick empolgado conta todos os seus planos para Afonso, ele se dispõe a ajudar o irmão a se livrar do vício dos jogos com o que for preciso, oferece o emprego na loja de suplementos e questiona Afonso o que ele acha. Afonso abismado olha para Erick e começa a rir.
— Mas do que você está rindo. — Pergunta Erick constrangido.
— Do que eu estou rindo? O que você acha Erick? Você nunca se importou comigo e agora quer me oferecer ajuda, quer me oferecer
emprego e um lar? Acho que é um pouco tarde para isso, eu não preciso de você! — Respondeu Afonso.
— O que? Não precisa de mim, Afonso eu acabei de pagar uma dívida milionária que era sua! Como você tem coragem de dizer que não me importo? — Disse Erick decepcionado com Afonso.
— VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU, VOCÊ SEMPRE ME DEIXOU SOZINHO, VOCÊ TEM MAIS AFETO PELO PEDRO QUE POR MIM ERICK! — Gritou Afonso aos prantos.
Erick ficou completamente chocado com o desabafo de Afonso, ele sempre sentiu essa parcela de culpa, mas nunca assumiu, sabia também que Afonso tinha um certo ciúme por Pedro, mas nunca imaginou que chegaria a esse ponto, Erick sentiu a dor de Afonso e viu verdade nas palavras do irmão pela primeira vez, Erick sentia que a culpa era sua.
— Me desculpe Afonso, eu sei que nunca te dei a atenção que você merecia, mas não fiz por mau, eu sempre ralei muito para que você tivesse do bom e do melhor, para que estudasse, para que se formasse, eu não pude acompanha-lo na fase mais difícil da sua vida, quando perdemos a nossa mãe! Me perdoe por não sentir a sua dor, mas é para isso que estou aqui, para reparar esse erro, para consertar as coisas entre nós! — Disse Erick com os olhos cheios de lagrimas.
Afonso escuta tudo olha para o irmão e pensa, pensa sobre tudo o que Erick falou, ele nunca esteve do seu lado, Afonso teve que enfrentar a perda da mãe sozinho, mas é aí que uma luz se abre em sua mente, Erick estava falando a verdade! Ele sempre fez de tudo para que Afonso não passasse necessidade, ele brigou na justiça para que
não levassem Afonso para um orfanato quando a mãe morrera, ele trabalhou muito e conseguiu provar que tinha total condição de cuidar do irmão, e fez tudo isso sem nem ter tempo de viver o luto, Erick não pode nem chorar a morte da mãe por que sabia que Afonso dependia dele. Afonso chora e corre abraçar o irmão.
— Me perdoe Erick, me perdoe por favor, eu estava tão perdido em minha dor que não pensei na sua! Me perdoe! — Declarou Afonso.
— Eu é que te peço perdão, você era só uma criança e eu não te apoiei… — Dizia Erick.
— Mas me sustentou, me alimentou, Erick eu cai nessa vida porque estava cego, cego no meu luto, cego na minha solidão, e você sempre tentou me estender a mão… me perdoe por favor! — Disse Afonso.
— Está tudo bem, nós dois estávamos perdidos, precisávamos dessa conversa e nunca nos demos a chance, hoje estamos aqui, estamos nos resolvendo e a partir de agora somos um pelo outro, eu te amo Afonso e nunca esqueça disso, EU TE AMO! — Declarou Erick abraçando o irmão.
— EU TE AMO ERICK, e preciso da sua ajuda, não quero mais te decepcionar e aceito suas condições, mas por favor, me ajude! — Suplicou Afonso.
— Eu vou te ajudar, você vai sair dessa, vão haver buracos no caminho, mas eu estarei do seu lado e te levantarei! — Disse Erick.
Era essa a conversa, a conversa de uma vida toda, eles nunca haviam se dado a chance de conversar, de se explicar, Erick e Afonso se afastaram com a morte da mãe, mas agora seria diferente, eles estariam juntos no que der e vier.
Os dois se recompõem e descem até a loja, na loja Pedro está ansioso para saber a que pé a conversa havia chegado, Afonso se aproxima de Pedro e o abraça, sim ele o abraça para que esqueçam de qualquer magoa que possa ter ficado, Pedro e Afonso discutiram algumas vezes no passado, mas agora essas magoas ficam para trás pois Afonso está disposto a mudar e Pedro e Erick estão dispostos a ajuda-lo por que é assim que tem que ser, é assim que uma família deve ser!

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