
Autor: Fábio Anhaia

Na floresta Iboni está sentado na beira do rio e percebe a presença de alguém:
– Boa tarde General! Achei que não viria mais! – Disse Iboni.
– Me desculpe, eu andei meio ocupado, não consegui vir antes. – Respondeu o General.
– Eu trouxe comida. – Disse o General.
– Obrigada, eu realmente estava com fome, depois de… – Dizia Iboni, interrompendo sua frase.
– Eu tenho muita fome. – Concluiu o índio.
– Depois do que? – Questionou o General.
– Nada, eu ia falar, depois que fui assaltado, nunca mais me alimentei direito, apenas quando você vem. – Disse Iboni.
O General se aproxima de Iboni e qustiona:
– Iboni, o que você esconde? Esse mistério me deixa louco!
– Não escondo nada General. – Respondeu Iboni.
O General olha no fundo dos olhos de Iboni e o beija, Iboni fica surpreso e recua, ele olha para o General e retribui o beijo, os dois começam a se beijar loucamente, Iboni tira a armadura do General e os dois se amam ali mesmo.
Após, os dois entram na cachoeira e se beijam, o General então diz:
– Isso é uma loucura, somos dois homens, e você ainda é um índio!
Iboni responde:
– Eu sei, mas acredito que para o amor não existe regras General!
– Amor? – Questionou o General.
– Sim General, eu te amo! – Disse Iboni.
– É… Também te amo Iboni! – Declarou o General beijando-o.
Após se amarem novamente, o General veste sua armadura e prepara-se para partir ao castelo, mas antes ele olhoa para Iboni e declara:
– Eu vou dar um jeito de te tirar daqui! Você não pode viver assim.
O General parte em direção ao castelo, chegando lá, ele é surpreendido pelo Corvo Azul:
– Boa tarde General, estava na floresta? – Questionou o Corvo Azul.
– Boa tarde Corvo Azul, sim eu estava na floresta. – Respondeu o General.
– Posso saber o que o senhor fazia na floresta? – Perguntou o Corvo Azul.
– Acho que não lhe devo explicações de onde vou ou o que faço Tamaki, ou estou errado? – Declarou o General.
– Me desculpe a intromissão General, não quis ofendê-lo. – Disse o Corvo Azul.
– Tudo bem, só não se meta mais em meus assuntos, agora me deixe ir, tenho muito o que fazer. – Disse o General indo em direção ao seu quarto.

No quarto o General começa a pensar em uma forma de tirar Iboni da floresta, ele não podia deixar o amor da sua vida viver daquela maneira. Mais tarde todos são chamados para o jantar, na mesa estão a Rainha Negra, o Rei Arthur, o General e o Corvo Azul, a Rainha então pergunta ao General onde ele passou a manhã toda, o General inventa que estava treinando para um possível ataque surpresa, o Corvo Azul desconfia de toda a história, mas não interfere apenas escuta com atenção. Mais tarde após o jantar todos vão dormir menos o Corvo Azul que sai sorrateiramente do castelo para que ninguém perceba, o Corvo Azul vai em direção a floresta, ele caminha até encontrar uma cachoeira, na cachoeira ele chama por alguém, a resposta veio o Corvo Azul descobre Iboni que ali estava escondido:
– Iboni? O que você faz aqui? – Perguntou o Corvo Azul.
– Tamaki, eu estou escondido, vou destruir a Rainha Negra. – Declarou Iboni.
– Como você veio parar aqui, deve estar faminto. – Disse o Corvo Azul.
– Eu estou bem, não se preocupe. – Respondeu Iboni.
– Iboni, você tem recebido a ajuda de alguém? – Questionou o Corvo Azul.
– Não, eu… – Começou Iboni, até ser interrompido pelo Corvo Azul.
– O General! – Disse o Corvo Azul.
– Não, Kurtz não tem nada a ver com isso. – Afirmou Iboni.
– Então me responda Iboni, como você sabe o nome do General? – Questionou o Corvo Azul dando um sorriso no final.
– Tamaki, você não pode contar para ninguém que o General tem me ajudado, eu… eu e o General, nós… nós estamos…– tentou se explicar Iboni Gaguejando.
–Iboni, está tudo bem, não vou contar a ninguém, não se preocupe, eu já desconfiava, o General estava agindo estranho ultimamente. – Disse o Corvo Azul.
– Estranho? Estranho como? – Perguntou Iboni.
– Estranho, mais feliz! – Declarou o Corvo Azul.
– Mas você não pode ficar aqui, precisamos te levar para o castelo! – Declarou o Corvo Azul.
– O castelo? Você tem razão, assim fica mais fácil de pegar a Rainha! – Disse Iboni.
– Não! Não deve fazer mal algum a Elisabeth, estou resolvendo tudo Iboni, não atrapalhe meus planos, levei algum tempo e ainda estou trabalhando, mas tenho fé de que Elisabeth vai ceder, na nossa última conversa, descobri que Elisabeth perdeu algo! Alguma coisa importante na mesma noite que mandou assassinar Tamaki na aldeia, não ataque antes que eu descubra, por favor? – Disse o Corvo Azul.
Iboni pensa sobre o que o Corvo Azul disse e decide não atacar, após essa conversa o Corvo Azul volta ao castelo e vai até o quarto do General, chagando lá os dois conversam sobre Iboni e o General se declara ao Corvo Azul, diz que está apaixonado por Iboni, porém eles não podem ficar juntos por motivos óbvios, os dois são homens, além de Iboni ainda ser indígena, o Corvo Azul aconselha:
– General, para o amor não existem regras, não importa se vocês dois são homens, se um é índio e o outro General, vocês devem lutar por esse amor, não será fácil, mas valerá muito a pena! – Disse o Corvo Azul.
– Você tem razão Corvo Azul, sabe de uma coisa, tudo o que dizem sobre você é verdade, você realmente é o que precisamos, e na hora que precisamos, obrigada Corvo Azul. – Declarou o General.
De repente um vento entra pela janela do quarto do General e o Corvo Azul começa a pensar longe, como se estivesse fora do seu corpo por um instante, o General tenta chamá-lo, mas parece que ele não está ali para responder, então ele volta:
– Precisamos encontrar Iboni! – Disse o Corvo Azul com o rosto pálido.
– Mas como assim? O que aconteceu? – Questionou o General.
– Não posso explicar agora, precisamos encontrá-lo! – Respondeu o Corvo Azul.
– Calma Corvo Azul, vamos para cama e amanhã cedo vamos até a cachoeira, Iboni não saíra de lá. – Disse o General.
– Tudo bem você tem razão, amanhã falamos com Iboni. – Disse o Corvo Azul indo em seguida para o seu quarto.
No caminho para o quarto o Corvo Azul encontra a Rainha Negra:
– Corvo Azul, onde estava? – Questionou a Rainha.
– Elisabeth, estava no quarto do General, estávamos conversando. – Respondeu o Corvo Azul.
– O General? Oh, então vocês conversam agora? – Questionou a Rainha.
– Sim, conversamos, mas isso te incomoda? Por que se incomodar eu paro de falar com ele? – Disse o Corvo Azul.
– Não, de maneira alguma Corvo Azul, você pode conversar com quem você quiser! – Declarou a Rainha indo para seu quarto.
No dia seguinte, o Corvo Azul e o General se levantam cedo e partem em direção a floresta, chegando na floresta eles chamam por Iboni que sai de trás da cachoeira:
– Iboni! – Chamou o General.
– Kurtz! – Respondeu Iboni vindo em direção ao General.
– Você está ai. – Disse o General beijando Iboni.
– Estava com saudades. – Disse Iboni retribuindo o beijo.
– Pois bem, será que podemos conversar, algo muito sério está para acontecer! – Disse o Corvo Azul aos dois.
Iboni olha surpreso para o Corvo Azul e pergunta:
– O que aconteceu Corvo Azul?
O Corvo Azul se prepara para começar, mas é interrompidos por uma voz vindo da floresta:
– Ora, ora, mas quem diria! Um índio, um general e um espírito mágico! – Disse a Rainha Negra cercando os três com seu exército.

O General pega sua espada e tenta atacar, mas são muitos soldados e ele não pode lutar sozinho, Iboni se prepara para se transformar na besta, porém o Corvo Azul o impede. A Rainha Negra prende os três e os leva ao castelo, no castelo ela acusa o Corvo Azul e o General de traição e manda prende-los juntamente com Iboni nas masmorras, presos os três conversam:
– E agora o que faremos? – Perguntou o General.
– Fique calmo, vamos sair daqui. – Respondeu o Corvo Azul com muita calma e positividade.
– Iboni dará um jeito, não é Iboni? – Continuou o Corvo Azul.
Iboni olha com vergonha ao Corvo Azul e confirma com a cabeça.
– Mas como? – Perguntou o General.
– Mais tarde veremos isso, agora preciso contar aos dois o que está para acontecer! – Disse o Corvo Azul.
– Eu recebi uma mensagem de Kinobi, ele me disse que tudo o que estamos vivendo, não se compara ao que vamos enfrentar, a Rainha Negra não é nossa maior inimiga, a batalha irá se transformar em uma guerra muito maior e muito mais nobre, precisamos encontra-los, a profecia vai se concluir! – Disse o Corvo Azul.
– Profecia? – Questionam Iboni e o General.
– Sim, Kinobi disse que existe uma profecia e tudo o que aconteceu até agora, foi premeditado, nossa batalha não é contra a Rainha, mas contra algo maior, precisamos sair daqui e encontrá-los. – Declarou o Corvo Azul.
– Tudo bem, mas como faremos isso? – Questionou o General até ser interrompido por um guarda que entrou na cela e o levou até a Rainha.
– General! Como você ousa ter me traído! Eu sempre confiei em você e olha o que você fez comigo, eu vou te decapitar em praça pública! Levem-no daqui e preparem a guilhotina, vamos decapitar os três – Declarou a Rainha.

De volta a masmorra o General conta ao Corvo Azul e Iboni o que a Rainha pretende e os três começam um plano de fuga, Iboni conta ao General que é a Besta, o General inicialmente fica chocado mas o Corvo Azul o fez entender que o amor que ele sente por Iboni é maior que a maldição do índio e o General concorda, os três iniciam seu plano de fuga, Iboni se transforma na enorme Besta e destrói a porta da masmorra atacando todos os guardas que encontra pelo caminho, os três fogem do castelo, a Rainha Negra é avisada e manda seus guardas se prepararem, de repente a feiticeira em chamas entra pela janela do saguão principal, todos ficam apavorados:
– Olá Rainha Negra! Finalmente, onde está o meu exército! – Disse a feiticeira.
– Do que você está falando bruxa! Não tem nenhum exército para você! – Declarou a Rainha.
– Ahhh Elisabeth, temos tanto do que conversar, mas antes… – Disse feiticeira deixando de pegar fogo se transformar em uma linda feiticeira novamente.
– Agora sim, bem melhor! – Declarou a feiticeira.

A Feiticeira conversa com a Rainha Negra e conta tudo sobre a profecia, a bruxa convence a Rainha de que ela faz parte da profecia e que enfim conseguirá a vingança que tanto deseja sobre os Iroquois, a Rainha ordena que os exércitos iniciem a preparação, a grande guerra está chegando e eles precisam se preparar para enfrentar a Guarda da Esperança e o Homem trovão.
Na floresta Iboni, o General e o Corvo Azul encontram Kinobi, Panimbi, Ynibi e o Mago Mateo, enfim a Guarda da Esperança está reunida, eles conversam por um tempo e tudo finalmente está esclarecido, todos estão cientes de que a profecia está chegando e todos devem estar preparados, mais tarde Ynibi conversa com Iboni:
– Iboni! Podemos conversar? – Perguntou Ynibi.
– Claro Ynibi! – Respondeu Iboni.
– Iboni, eu sei que fiz uma promessa ao meu pai, que me casaria com o homem mais corajoso da aldeia, mas eu estou apaixonada por Panimbi…. – Dizia Ynibi até ser interrompida.
– Ynibi, não se preocupe, não tenho interesse em atrapalhar vocês dois, nem vou poder mais voltar para a aldeia mesmo… – Disse Iboni.
– Do que está falando Iboni? – Qquestionou Ynibi.
– Eu tenho outra pessoa Ynibi, o General, nós… – Explicou Iboni.
– Oh, nossa, é realmente… – Dizia Ynibi.
–…Estranho…– Completou Iboni.
– Diferente, mas não errado! – Declarou Ynibi sorrindo com ternura.
– Então você acha? – Perguntou Iboni.
– Você deve ser feliz Iboni, não importa com quem! – Declara Ynibi e os dois se abraçam.
Panimbi observava de longe os dois conversarem, Ynibi volta para perto de Panimbi e questiona se ele não vai contar a Iboni seu segredo, o fato de os dois serem irmãos, porém Panimbi diz que não é o momento, que precisam se preparar e talvez depois se tudo correr bem ele então contará. Ynibi não concorda, mas respeita a vontade do amado.
Após comerem, todos vão dormir, Iboni e o General conversam próximo do riacho:
– E agora? Estamos juntos, mas sem lugar para ir, o que faremos? – Questionou o General.
– Eu não sei, não sei o que acontecerá após a guerra, não sei se sobreviveremos, mas de uma coisa eu sei General, em todos esses momentos te quero ao meu lado, eu te amo, te amo como nunca amei ninguém e depois? Depois vamos dar um jeito, mas seja o jeito que for vamos estar do lado um do outro. – Declarou Iboni com um olhar apaixonado.
– É isso, estaremos juntos, juntos para sempre. – Respondeu o General pegando na mão de Iboni.
– Juntos nesse nosso Amor Proibido! – Declarou Iboni beijando o General.
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